DESOBSESSÃO
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO
VIEIRA
DITADO PELO
ESPÍRITO ANDRÉ LLUIZ
(15)
Série
André Luiz
1
- Nosso Lar
2
- Os Mensageiros
3
- Missionários da Luz
4
- Obreiros da Vida Eterna
5
- No Mundo Maior
6
- Agenda Cristã
7
- Libertação
8
- Entre a Terra e o Céu
9
- Nos Domínios da Mediunidade
10
- Ação e Reação
11
- Evolução em Dois Mundos
12
- Mecanismos da Mediunidade
13
- Conduta Espírita
14
- Sexo e Destino
15
- Desobsessão
16 - E a Vida
Continua...
ÍNDICE
UM
LIVRO DIFERENTE
DESOBSESSÃO
CAPITULO 1 = PREPARO PARA A REUNIÃO: DESPERTAR
CAPITULO 2 = PREPARO
PARA A REUNIÃO: ALIMENTAÇÃO
CAPITULO 3 = PREPARO PARA A REUNIÃO: REPOUSO FÍSICO E
MENTAL
CAPITULO 4 = PREPARO PARA A REUNIÃO: PRECE E MEDITAÇÃO
CAPITULO 5 = SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CHUVA
CAPITULO 6 = SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: VISITAS
CAPITULO 7 = SUPERAÇÃO
DE IMPEDIMENTOS: CONTRATEMPOS
CAPITULO 8 = IMPEDIMENTO NATURAL
CAPITULO 9 = TEMPLO ESPÍRITA
CAPITULO 10 = RECINTO DAS REUNIÕES
CAPITULO 11 = CHEGADA DOS COMPANHEIROS
CAPITULO 12 = CONVERSAÇÃO ANTERIOR Á REUNIÃO
CAPITULO 13 = DIRIGENTE
CAPITULO 14 = PONTUALIDADE
CAPITULO 15 = MOBILIÁRIO PARA OS TRABALHOS
CAPITULO 16 = CADEIRAS
CAPITULO 17 = ILUMINAÇÃO
CAPITULO 18 = ISOLAMENTO
HOSPITALAR
CAPITULO 19 = APARELHOS ELÉTRICOS
CAPITULO 20 = COMPONENTES
DA REUNIÃO
CAPITULO 21 = VISITANTES
CAPITULO 22 = AUSÊNCIA
JUSTIFICADA
CAPITULO 23 = CHEGADA INESPERADA DE DOENTE
CAPITULO 24 = MÉDIUNS ESCLARECEDORES
CAPITULO 25 = EQUIPE MEDIÚNICA: PSICOFÔNICOS
CAPITULO 26 = EQUIPE
MEDIÚNICA: PASSISTAS
CAPITULO 27 = LIVROS PARA LEITURA
CAPITULO 28 = LEITURA
PREPARATÓRIA
CAPITULO 29 = PRECE INICIAL
CAPITULO 30 = MANIFESTAÇÃO INICIAL DO MENTOR
CAPITULO 31 = CONSULTAS
AO MENTOR
CAPITULO 32 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (1)
CAPITULO 33 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (2)
CAPITULO 34 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (3)
CAPITULO 35 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (4)
CAPITULO 36 = MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (5)
CAPITULO 37 = ESCLARECIMENTO
CAPITULO 38 = COOPERAÇÃO MENTAL
CAPITULO 39 = MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (1)
CAPITULO 40 = MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (2)
CAPITULO 41 = INTERFERÊNCIA DO BENFEITOR
CAPITULO 42 = ATITUDE DOS MÉDIUNS (1)
CAPITULO 43 = ATITUDE DOS MÉDIUNS (2)
CAPITULO 44 = MAL-ESTAR IMPREVISTO DO MÉDIUM
CAPITULO 45 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (1)
CAPITULO 46 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (2)
CAPITULO 47 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (3)
CAPITULO 48 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (4)
CAPITULO 49 = EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (5)
CAPITULO 50 = INTERFERÊNCIA DE ENFERMO ESPIRITUAL
CAPITULO 51 = RADIAÇÕES
CAPITULO 52 = PASSES
CAPITULO 53 = IMPREVISTOS
CAPITULO 54 = MANIFESTAÇÃO FINAL DO MENTOR
CAPITULO 55 = GRAVAÇÃO
DA MENSAGEM
CAPITULO 56 = PRECE FINAL
CAPITULO 57 = ENCERRAMENTO
CAPITULO 58 = CONVERSAÇÃO POSTERIOR Á REUNIÃO
CAPITULO 59 = REOUVINDO A MENSAGEM
CAPITULO 60 = ESTUDO CONSTRUTIVO DAS PASSIVIDADES
CAPITULO 61 = SAÍDA DOS COMPANHEIROS
CAPITULO 62 = COMENTÁRIOS
DOMÉSTICOS
CAPITULO 63 = ASSIDUIDADE
CAPITULO 64 = BENEFÍCIOS
DA DESOBSESSÃO
CAPITULO 65 = REUNIÓES DE MÉDIUNS ESCLARECEDORES
CAPITULO 66 = REUNIÕES DE ESTUDOS MEDIÚNICOS
CAPITULO 67 = REUNIÕES
MEDIÚNICAS ESPECIAIS
CAPITULO 68 = VISITA A ENFERMO
CAPITULO 69 = VISITA
A HOSPITAL
CAPITULO 70 = CULTO DO EVANGELHO NO LAR
CAPITULO 71 = CULTO DA ASSISTÊNCIA
CAPITULO 72 = ESTUDOS EXTRAS
CAPITULO 73 = FORMAÇÃO DE OUTRAS EQUIPES
UM
LIVRO DIFERENTE
“E perguntou-lhe Jesus, dizendo:
“Qual é o teu nome?” E ele disse: “Legião”, porque tinham entrado nele muitos
demônios.” — LUCAS, versículo 8, capítulo 30.
Atendendo ao trabalho da
desobsessão nos arredores de Gádara, vemos Jesus a conversar fraternalmente
com o obsesso que lhe era apresentado, ao mesmo tempo que se fazia ouvido
pelos desencarnados infelizes.
Importante verificar que
ante a interrogativa do Mestre, a perguntar-lhe o nome, o médium, consciente da
pressão que sofria por parte das Inteligências conturbadas e errantes, informa
chamar-se “Legião”, e o evangelista acrescenta que o obsidiado assim procedia
“porque tinham entrado nele muitos demónios”.
Sabemos hoje com Allan
Kardec, conforme palavras textuais do Codificador da Doutrina Espírita, no
item 6 do capítulo 12º, “Amai os vossos inimigos”, de “O Evangelho segundo o
Espiritismo”, que “esses demônios mais não são do que as almas dos homens
perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais”.
No
episódio, observamos o Cristo entendendo-se, de maneira simultânea, com o
médium e com as entidades comunicantes, na benemérita empresa do esclarecimento
coletivo, ensinando-nos que a desobsessão não é caça a fenômeno e sim trabalho
paciente do amor conjugado ao conhecimento e do raciocínio associado à fé.
Seja no caso de mera influencia ção ou nas ocorrências
da possessão profunda, a mente medianímica permanece jugulada por pensamentos
estranhos a ela mesma, em processos de hipnose de que apenas gradatizamente se
livrará. Daí ressalta o imperativo de se vulgarizar a assistência sistemática
aos desencarnados prisioneiros da insatisfação ou da angústia, por intermédio
das equipes de companheiros consagrados aos serviços dessa ordem que, aliás,
demandam paciência e com preensão análogas às que caracterizam os enfermeiros
dedicados ao socorro dos irmãos segregados nos meandros da psicose, portas a
dentro dos estabelecimentos de cura mental.
Sentindo de perto semelhante necessidade, o nosso
amigo André Luiz organizou este livro diferente de quantos lhe constituem a
coleção de estudioso dos temas da alma, no intuito de arregimentar novos grupos
de seareiros do bem que se pro ponham reajustar os que se vêem arredados da
realidade fora do campo físico. Nada mais oportuno e mais justo, de vez que, se
a ignorância reclama o devotamento de professores na escola e a psico
patologia espera pela abnegação dos médicos que usam a palavra equilibrante nos
gabinetes de análise psicológica, a alienação mental dos Espíritos
desencarnados
exige o concurso fraterno de corações amigos, com bastante
entendimento e bastante amor para auxiliar nos templos espíritas, atualmente
dedicados à recuperação do Cristianismo, em sua feição clara e simples.
Salientando, pois, neste volume, precioso esforço
de síntese no alívio aos obsessos, através dos colaboradores de todas as
condições, rogamos ao Senhor nos sustente a todos — tarefeiros encarnados e desencarnados —
na obra a realizar, porqüanto obsidiados
e obsessores, consciente ou inconscientemente arrojados à desorientação, no
mundo ou além do mundo, são irmãos que nos pedem arrimo, companheiros que nos
integram a família terrestre, e o amparo à família não é ministério que devamos
relegar para a esfera dos anjos e sim obrigação intransferível que nos compete
abraçar por serviço nosso.
EMMANUEL
Uberaba, 2 de janeiro de 1964
(Página recebida pelo médium Francisco Cândido
Xavier.)
DESOBSESSÃO
Terapêuticas diversas merecem estudos
para a supressão dos males que flagelam a Humanidade. Antibióticos atacam
processos de infecção, institutos especializados examinam a. patologia do
câncer, a cirurgia atinge o coração para sanar o defeito cardíaco e a vacina
constitui defesa para milhões. Ao lado, porém, das enfermidades que supliciam
o corpo, encontramos, aqui e além, as calamidades da obsessão que desequilibram
a mente.
Para lá das teias fisiológicas que entretecem o
carro orgânico de que se vale o Espírito para o estágio educativo no mundo, é
possível identificar os quadros obscuros de semelhantes desastres, nos quais as
forças magnéticas desajustadas pelo pensamento em desgoverno assimilam forças
magnéticas do mesmo teor, estabelecendo a alienação mental, que vai do tique à
loucura, escalando por fobias e moléstias-fantasmas. Vemo-los instalados em
todas as classes, desde aquelas em que se situam as pessoas providas de
elevados recursos da inteligência àquelas outras onde respiram companheiros
carecentes das primeiras noções do alfabeto, desbordando, muita vez, na
tragédia passional que ocupa a atenção da imprensa ou na insânia conduzida ao
hospício. Isso tudo, sem relacionarmos os problemas da depressão, os desvarios
sexuais, as sindromes de angústias e as desarmonias domésticas.
Espíritos
desencarnados e encarnados de condição enfermiça sintonizam-se uns com os
outros, criando prejuízos e perturbações naqueles que lhes sofrem a influência
vampirizadora, lembrando vegetais nobres que parasitos arrasam, depois de
solapar-lhes todas as resistências.
Refletindo
nisso e diligenciando cooperar na medicação a esses males de sintomatologia
imprecisa, imaginamos a organização deste livro (1), dedicado a todos os
companheiros que se interessam pelo socorro aos obsidiados — livro que se
caracteriza por absoluta simplicidade na exposição dos assuntos indispensáveis
à constituição e sustentação dos grupos espíritas devotados à obra libertadora
e curativa da desobsessão. Livro que possa servir aos recintos consagrados a
esse mister, estejam eles nos derradeiros recantos das zonas rurais ou nos
edifícios das grandes cidades, cartilha de trabalho em que as imagens (2)
auxiliem o entendimento da explicação escrita, a fim de que os obreiros da
Doutrina
(1)
O Espírito André Luiz convidou os médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido
Xavier a psicografarem com ele o presente volume, responsabilizando-se ambos
pelos capítulos de nümeros ímpares e pares, respectivamente.
(2) As fotografias que ilustram este volume
representam gentileza dos companheiros de ideal e pertencem aos arquivos da
Exposição Espírita Permanente da CENTRO ESPÍRITA C., de Uberaba, Minas.
Espírita atendam
à desobsessão, consoante os princípios concatenados por Allan Kardec.
Nenhuma
instituição de Espiritismo pode, a rigor, desinteressar-se desse trabalho
imprescindível à higiene, harmonia, amparo ou restauração da mente humana,
traçando esclarecimento justo, seja aos desencarnados sofredores, seja aos
encarnados desprovidos de educação íntima que lhes sofram a atuação deprimente,
conquanto, às vezes, involuntária.
Cada
templo espírita deve e precisa possuir a sua equipe de servidores da
desobsessão, quando não seja destinada a socorrer as vítimas da desorientação
espiritual que lhe rondam as portas, para defesa e conservação de si mesma.
Oferecemos,
desse modo, estas páginas despretensiosas aos que sintam suficiente amor pelos
que jazem transviados nas trevas das ilusões e paixões em que se consomem,
circunscritos aos marcos estreitos da ignorância, na Terra e além da Terra,
nos tormentos e desvarios do “eu”. E entregando-as aos amigos que nos possam
acolher o desejo de acertar e avaliar conosco a extensão e a gravidade do
problema, recordemos, reconhecidamente, junto de todos eles, que o Espiritismo
é o Cristianismo Restaurado e que o pioneiro número um da desobsessão,
esclarecendo Espíritos infelizes e curando obsidiados de todas as condições,
foi exatamente Jesus.
ANDRE
LUIZ
Uberaba, 2 de janeiro de 1964
(Página recebida pelo médium Waldo Vieira.)
1
PREPARO PARA A REUNIÃO: DESPERTAR
No dia marcado para as tarefas de
desobsessão, os integrantes da equipe precisam, a rigor, cultivar atitude
mental digna, desde cedo.
Ao despertar pela manhã, o dirigente,
os assessores da orientação, os médiuns incorporadores, os companheiros da
sustentação ou mesmo aqueles que serão visitas ocasionais no grupo, devem
elevar o nível do pensamento, seja orando ou acolhendo idéias de natureza
superior.
Intenções e palavras puras, atitudes
e ações limpas.
Evitar deliberadamente rusgas e
discussões, sustentando paciência e serenidade, acima de quaisquer transtornos
que sobrevenham durante o dia.
Trata-se
de preparação adequada a assunto grave: a assistência a desencarnados menos felizes, com a supervisão de instrutores da Vida Espiritual.
Imaginem-se os companheiros no lugar
dos Espíritos necessitados de socorro e compreenderão a responsabilidade que
assumem.
Cada componente do conjunto é peça
importante no mecanismo do serviço. Todo o grupo é instrumentação.
2
PREPARO PARA A REUNIÃO: ALIMENTAÇÃO
A alimentação, durante as horas que
precedem o serviço de intercâmbio espiritual, será leve.
Nada de empanturrar-se o companheiro
com viandas desnecessárias.
Estômago cheio, cérebro inábil.
A digestão laboriosa consome grande
parcela de energia, impedindo a função mais clara e mais ampla do pensamento,
que exige segurança e leveza para exprimir-se nas atividades da desobsessão.
Aconselháveis os pratos ligeiros e as
quantidades mínimas, crendo-nos dispensados de qualquer anotação em torno da
impropriedade do álcool, acrescendo observar que os amigos ainda necessitados
do uso do fumo e da carne, do café e dos temperos excitantes, estão convidados
a lhes reduzirem o uso, durante o dia determinado para a reunião, quando não
lhes seja possível a abstenção total, compreendendo-se que a posição ideal
será sempre a do participante dos trabalhos que transpõe a porta do templo sem
quaisquer problemas alusivos à digestão.
3
PREPARO PARA A REUNIÃO: REPOUSO FÍSICO E MENTAL
Após o trabalho, seja ele
profissional ou doméstico, braçal ou mental, faça o seareiro da desobsessão o
horário possível de refazimento do corpo e da alma.
Repouso externo e interno.
Relaxe, com ideações edificantes.
Abstenção de pensamentos impróprios.
Aspirações para cima.
Distância de preocupações inferiores.
Preparação íntima, podendo incluir
leitura moralizadora e salutar.
Formação de ambiente particular
respeitável, de cujos agentes espirituais, enobrecidos e puros, se valham os
instrutores para a composição dos recursos de alívio e esclarecimento aos
irmãos que, desenfaixados da veste física, ainda sofrem.
Os responsáveis pelas tarefas da
desobsessão devem compreender que as comunicações reclamam espontaneidade e
que o preparo a que nos referimos é de ordem geral, sem a fixação da mente em
exigências ou gratificações de sentimento pessoal.
4
PREPARO PARA A REUNIÃO: PRECE E MEDITAÇÃO
Pelo menos durante alguns minutos,
horas antes dos trabalhos, seja qual for a posição que ocupe no conjunto,
dedique-se o companheiro de serviço à prece e à meditação em seu próprio lar.
Ligue as tomadas do pensamento para o
Alto.
Retire-se, em espírito, das
vulgaridades do terra-a-terra, e ore, buscando a inspiração da
Vida
Maior.
Reflita que, em breve tempo, estará
em contacto, embora ligeiro, com os irmãos domiciliados no Mundo Espiritual,
para onde irá igualmente, um dia, e antecipe o cultivo da simpatia e do
respeito, da compaixão produtiva e da bondade operosa para com todos aqueles
que perderam o corpo físico sem a desejada maturação espiritual.
Dessa forma, estará caminhando para a
colaboração digna com os benfeitores desencarnados que são os legítimos
ministradores do bem.
5
SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CHUVA
Hora de sair para a reunião.
Necessário vencer os percalços que o
tempo é capaz de oferecer.
Não raro, é a promessa de aguaceiro
iminente ou a ventania forte, comparecendo por empecilhos habituais.
Chuva ou frio...
O integrante da equipe não se
prenderá em casa por semelhantes obstáculos.
Conservará, sempre à mão, o agasalho
preciso e enfrentará quaisquer desafios naturais, consciente das obrigações
que lhe competem.
6
SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: VISITAS
Na lista dos impedimentos naturais,
um existe dos mais freqüentes: a visita inesperada.
Compreende-se o constrangimento dos
companheiros já prestes a sair de casa para o serviço espiritual.
Em alguns casos, é um parente
necessitando de palavras amigas; de outros, um companheiro reclamando atenção.
Que isso não seja tomado à conta de
óbice insuperável.
O tarefeiro da
desobsessão esclarecerá o assunto delicadamente, empregando franqueza e
humildade, sem esconder o móvel da ausência a que se vê compelido, cumprindo,
assim, não apenas o dever que lhe assiste, como também despertando simpatia
nos circunstantes e assegurando a si mesmo o necessário apoio vibratório.
7
SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CONTRATEMPOS
Na série de obstáculos que, em muitas
ocasiões, parecem inteligentemente determinados a lhe entravarem o passo,
repontam os mais imprevistos contratempos à frente do servidor da desobsessão.
Uma criança cai, explodindo em
choro...
Desaparece a chave de uma porta...
Um recado chega, de improviso,
suscitando preocupações...
Alguém chama para solicitar um
favor...
Certo familiar se queixa de dores
súbitas...
Colapso do sistema de condução...
Dificuldades de trânsito...
O colaborador do serviço de socorro aos desencarnados sofredores não
pode hesitar. Providencie, de imediato, as soluções razoáveis para esses
pequeninos problemas e siga ao encontro das obrigações espirituais que o
aguardam, lembrando-se de que mesmo as festas de natureza familiar, quais
sejam as comemorações de aniversário ou os júbilos por determinados eventos
domésticos, não devem ser categorizados àconta de obstrução.
8
IMPEDIMENTO NATURAL
Circunstâncias existem que pesam na
balança do trabalho por obstáculos naturais.
Uma viagem inesperada, por exemplo.
Pode acontecer que a obrigação
profissional assim o exija.
Noutros casos, a moléstia grave
comparece em casa ou na pessoa do próprio cooperador, obstando-lhe o
comparecimento à reunião.
Temos ainda a considerar o
impedimento por enfermidades epidêmicas, qual a gripe, e, em nossas irmãs, é
razoável aceitar como motivos justos de ausência os cuidados decorrentes da
gravidez e os embaraços periódicos característicos da organização feminil.
Surgindo o impasse, é importante que
o companheiro ou a companheira se comunique, rápido, com os responsáveis pela
sessão, atentos a que se deve assegurar a harmonia do esforço de equipe tanto quanto
possível.
9
TEMPLO ESPÍRITA
À medida que se nos aclara o
entendimento, nas realizações de caráter mediúnico, percebemos que as lides da
desobsessão pedem o ambiente do templo espírita para se efetivarem com segurança.
Para compreender isso, recordemos
que, se muitos doentes conseguem recuperar a saúde no clima doméstico, muitos
outros reclamam o hospital.
Se no lar dispomos de agentes
empíricos a benefício dos enfermos, numa casa de saúde encontramos toda uma
coleção de instrumentos selecionados para a assistência pronta.
No templo
espírita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avançados
do plano espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores, razão por que,
tanto quanto nos seja possível, é aí, entre as paredes respeitáveis da nossa
escola de fé viva, que nos cabe situar o ministério da desobsessão. Razoável,
ainda, observar que os servidores de semelhante realização não podem assumir,
sem prejuízo, compromissos para outras atividades medianímicas, antes ou
depois do trabalho em que se comprometem a benefício dos sofredores
desencarnados.
10
RECINTO DAS REUNIÕES
O recinto
das reuniões pede limpeza e simplicidade.
A mesa,
com alguns dos livros básicos da Doutrina Espírita, de preferência «O Livro dos
Espíritos», «O Evangelho segundo o Espiritismo» e um volume que desenvolva o
pensamento kardequiano, conjugado aos ensinamentos do Cristo, estará cercada
pelas cadeiras devidas ao número exato dos componentes da reunião, apresentando-se
despida de toalhas, ornamentos, recipientes de água e objetos outros.
Em
seguida à fila dos assentos, colocar-se-ápequena acomodação, seja um simples
banco ou algumas cadeiras para visitas eventuais.
Um relógio será colocado à vista ou à mão, seja numa
parede, no bolso ou no pulso do dirigente, para que o horário e a disciplina
estabelecida não sofram distorções, e o aparelho para a gravação de vozes, na
hipótese de existir no aposento, não deverá perturbar o bom andamento das
tarefas e será colocado em lugar designado pelo orientador dos trabalhos.
11
CHEGADA DOS COMPANHEIROS
Os benfeitores espirituais de
plantão, na obra assistencial aos irmãos desencarnados sofredores, esperam
sempre que os integrantes da equipe alcancem o recinto de serviço em posição
respeitosa.
Nada de vozerio, tumulto, gritos,
gargalhadas.
Lembrem-se os companheiros encarnados
de que se aproximam de enfermos reunidos, como num hospital, credores de
atenção e carinho.
A obra de socorro está prestes a
começar.
Necessário inclinar o sentimento ao
silêncio e à compaixão, à bondade e à elevação de vistas, a fim de que o
conjunto possa funcionar em harmonia na construção do bem.
12
CONVERSAÇÃO ANTERIOR Á REUNIÃO
Há sempre margem a conversações no recinto
para os que chegam mais cedo, cabendo aos seareiros do conjunto evitar a
dispersão de forças em visitas, mesmo rápidas, mas impróprias, a locais
vizinhos, sejam casas particulares ou restaurantes públicos.
Compreensível rogar aos colaboradores da
tarefa a total abstenção de temas contrários à dignidade do trabalho que vão
desempenhar.
Evitem-se os anedotários jocosos, as
considerações injuriosas a quem quer que seja.
Esqueçam-se críticas, comentários
escandalosos, queixas, azedumes, apontamentos irônicos.
Toda referência verbal é fator de
indução.
Se somos impelidos a conversar,
durante os momentos que precedem a atividade assistencial, seja a nossa
palestra algo de bom e edificante que auxilie e pacifique o clima do recinto,
ao invés de conturbá-lo.
13
DIRIGENTE
O dirigente das tarefas de
desobsessão não pode esquecer que a Espiritualidade Superior espera nele o
apoio fundamental da obra.
Direção e discernimento. Bondade e
energia.
Certo, não se lhe exigirão qualidades
superiores à do homem comum; no entanto, o orientador da assistência aos
desencarnados sofredores precisa compreender que as suas funções, diante dos
médiuns e freqüentadores do grupo, são semelhantes às de um pai de família, no
instituto doméstico.
Autoridade fundamentada no exemplo.
Hábito de estudo e oração.
Dignidade e respeito para com todos.
Afeição sem privilégios.
Brandura e firmeza.
Sinceridade e entendimento.
Conversação construtiva.
Para manter-se na altura moral
necessária o diretor dispensarà a todos os componentes de conjunto a atenção e
o carinho idênticos àqueles que um professor reto e nobre cultiva perante os
alunos, e, como se erguerá, perante os instrutores Espirituais, na posição de
médium es clarecedor mais responsável, designará dois três companheiros, sob a
orientação dele próprio a fim de que se lhe façam assessores em serviço e o
substituam nos impedimentos justificados.
14
PONTUALIDADE
Pontualidade — tema essencial no
quotidiano, disciplina da vida.
Administrações não respeitam
funcionários relapsos.
Em casa, estimamos nos familiares os
compromissos em dia, os deveres executados com exatidão.
Habitualmente não falhamos no horário
marcado pelas personalidades importantes do mundo, a fim de corresponder-lhes
ao apreço.
A entrevista com um industrial...
A fala com um Ministro de Estado...
Nas lides da desobsessão, é forçoso
entender que benfeitores espirituais e amigos outros desencarnados se deslocam
de obrigações graves da Vida Superior, a fim de assistir-nos e socorrer-nos.
Pontualidade é sempre dever, mas na
desobsessão assume caráter solene.
Não haja falha de serviço por nossa
causa. Não se pode esquecer que o fracasso, na maioria das vezes, é o produto
infeliz dos retardatários e dos ausentes.
A hora de início das tarefas precisa
mostrar-se austera, entendendo-se que o instante do encerramento é variável na
pauta das circunstâncias.
Aconselhável se feche
disciplinarmente a porta de entrada, 15 minutos antes do horário marcado para a
abertura da reunião, tempo esse que será empregado na leitura preparatória.
15
MOBILIÁRIO PARA OS TRABALHOS
O mobiliário no recinto dedicado à
desobsessão não apenas necessita estar escoimado de objetos e apetrechos que
recordem rituais e amuletos, simbolos e ídolos de qualquer espécie, mas também
deve ser integrado por peças simples e resistentes.
A mesa deve ser sólida e as cadeiras
talhadas em madeira, lembrando, sem adornos desnecessários, a austeridade de
uma família respeitável.
Se tivermos de acrescentar algo,
aditemos dois bancos, igualmente de madeira, para visitas casuais ou para o
socorro magnético a esse ou àquele companheiro do grupo quando necessite de
passe, a distância do circulo formado em comunhão de pensamento.
Evitarmos tapetes,
jarros, telas e enfeites outros, porqüanto o recinto é consagrado, além de
tudo, ao alívio de Espíritos sofredores ou alienados mentais autênticos,
necessitados de ambiente limpo e simples, capaz de auxiliâ-los a esquecer
ilusões ou experiências menos felizes vividas na Terra.
16
CADEIRAS
As cadeiras para a reunião merecem
apontamentos particulares.
Evite-se o uso de poltronas que
sugiram a sesta, como também o emprego de móveis desprovidos de qualquer
anteparo, à feição de tamboretes que imponham desconforto.
Utilizemo-nos de cadeiras, pesadas na
constituição, para frustrar os impulsos de queda ou de agitação excessiva,
habituais nos médiuns em transe, mas construídas em estilo singelo, com o
espaldar amplo e alto que suporte com firmeza os seareiros empenhados no
socorro espiritual aos irmãos perturbados, além do plano físico.
Evitem-se as cadeiras desconjuntadas
ou rangedoras que só ruídos desnecessários e perturbações outras provocam no
ambiente.
17
ILUMINAÇÃO
A iluminação no recinto será, sem
dúvida, aquela de potencialidade normal, na fase preparatória das tarefas,
favorecendo vistorias e leituras.
Contudo, antes da prece inicial, o
dirigente da reunião graduará a luz no recinto, fixando-a em uma ou duas
lâmpadas, preferivelmente vermelhas, de capacidade fraca, 15 watts, por
exemplo, de vez que a projeção de raios demasiado intensos sobre o conjunto
prejudica a formação de medidas socorristas, mentalizadas e dirigidas pelos
instrutores espirituais, diretamente responsáveis pelo serviço assistencial em
andamento, com apoio nos recursos medianímicos da equipe.
As lâmpadas devem ser situadas a
distância da mesa dos trabalhos para se evitarem acidentes.
Nas localidades não favorecidas pela energia elétrica, o
orientador da reunião diminuirá no recinto o teor da luz empregada.
18
ISOLAMENTO HOSPITALAR
A desobsessão abrange em si obra
hospitalar das mais sérias.
Compreenda-se que o espaço a ela
destinado, entre quatro paredes, guarda a importância de uma enfermaria, com
recursos adjacentes da Espiritualidade Maior para tratamento e socorro das
mentes desencarnadas, ainda conturbadas ou infelizes.
Arrede-se da desobsessão qualquer
sentido de curiosidade intempestiva ou de formação espetaculosa.
Coloquemo-nos no lugar dos
desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da
presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza.
O amparo e o esclarecimento aos
Espíritos dementados ou sofredores é serviço para quem possa compreendê-los e
amá-los, respeitando-lhes a dor.
Daí nasce o impositivo de
absoluto isolamento hospitalar para o recinto dedicado a semelhantes serviços
de socorro e esclarecimento, entendendo-se, desse modo, que a desobsessão,
tanto quanto possível, deve ser praticada de preferência no templo espírita,
ao invés de ambientes outros, de caráter particular.
Nesse sentido, é importante que os
obreiros da desobsessão, notadamente os médiuns psicofônicos e os médiuns
esclarecedores, visitem os hospitais e casas destinadas à segregação de determinados
enfermos, para compreenderem com segurança o imperativo de respeitosa cautela
no trato com os Espíritos revoltados e desditosos.
19
APARELHOS ELÉTRICOS
Os aparelhos elétricos, no recinto,
quando a desobsessão seja efetuada em lugar capaz de utilizá-los, devem ser
restritos a uma lanterna elétrica, destinada a serventia eventual, e, quando
seja possível, a um aparelho para gravação de vozes das entidades, notadamente
aquelas que se caracterizam por manifestações construtivas, para que se lhes
fixem os ensinos ou experiências com objetivo de estudo.
Repitamos que o grupo apenas usará o
aparelho para gravação de vozes, quando semelhante medida esteja em suas
possibilidades, sem que isso seja fator essencial e inadiável à realização do
programa em pauta.
O dirigente da reunião ou o
companheiro indicado para o manejo desses engenhos precisa, porém, estar
atento, verificando-lhes o estado e o funcionamento, antes das atividades da
equipe, prevenindo quaisquer necessidades, de maneira a evitar aborrecimentos
e atropelos de última hora.
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COMPONENTES DA REUNIÃO
Os componentes da
reunião, que nunca excederão o número de quatorze, conservem, acima de tudo,
elevação de pensamentos e correção de atitudes, antes, durante e depois de cada
tarefa.
Nenhuma preocupação com paramentos ou
vestes especiais.
Compenetrem-se de que se acham no
recinto exercendo fraternalmente um mandato de confiança.
Na Doutrina Espírita não há lugar
para fé cega. Evitem-se, no entanto, no ambiente da desobsessão, pesquisas
ociosas e vãs indagações, críticas e expectações insensatas.
Todos os componentes da equipe
assumirão funções específicas. Num grupo de 14 integrantes, por exemplo,
trabalharão 2 a
4 médiuns esclarecedores; 2 a
4 médiuns passistas e 4 a
6 médiuns psicofônicos.
Os médiuns
esclarecedores e passistas, além dos deveres específicos que se lhes assinala,
servirão, ainda, na condição de elementos positivos de proteção e segurança
para os médiuns psicofônicos, sempre que estes forem mobilizados em serviço. Imprescindível
reconhecer que todos os participantes do conjunto são equiparáveis a pilhas
fluídicas ou lâmpadas, que estarão sensibilizadas ou não para os efeitos da
energia ou da luz que se lhes pede em auxílio dos que jazem na sombra de
espírito. Daí o imperativo do teor vibratório elevado nos componentes da
reunião, a fim de que os doentes da alma se reaqueçam para o retorno ao
equilíbrio e ao discernimento.
Os componentes encarnados da reunião
não se rendam ao sono nas tarefas dedicadas à desobsessão, para se evitarem
desdobramentos desnecessários da personalidade, cabendo-nos salientar
igualmente que nas reallzações dessa natureza não devem comparecer quaisquer
outras demonstrações ou experiências de mediunidade.
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VISITANTES
O serviço de desobsessão não é um departamento
de trabalho para cortesias sociais que, embora respeitáveis, não se compadecem
com a enfermagem espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos
desencarnados que amargas dificuldades atormentam.
Ainda assim, há casos em que companheiros
da construção espírita-cristã, quando solicitem permissão para isso, podem ter
acesso ao serviço, em caráter de observação construtiva; entretanto, é forçoso
preservar o cuidado de não acolhê-los em grande número para que o clima
vibratório da reunião não venha a sofrer mudanças inoportunas.
Essas visitas, no entanto, devem ser
recebidas apenas de raro em raro, e em circunstâncias realmente aceitáveis no
plano dos trabalhos de desobsessão, principalmente quando objetivem a fundação
de atividades congêneres. E antes da admissão necessária é imperioso que os
mentores espirituais do grupo sejam previamente consultados, por respeito
justo às responsabilidades que abraçam, em favor da equipe, muito embora
saibamos que a orientação das atividades espíritas vigora na própria Doutrina
Espírita e não no arbítrio dos amigos desencarnados, mesmo aqueles que
testemunhem elevada condição.
Compreende-se que os visitantes não
necessitem de comparecimento que exceda de 3 a 4 reuniões.
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AUSÊNCIA JUSTIFICADA
Freqüentemente, surge o
caso da impossibilidade absoluta de comparecimento desse ou daquele
companheiro às atividades predeterminadas.
Uma viagem rigorosamente
inadiável...
Um problema caseiro de
grave expressão...
Exigência profissional
inopinada...
Enfermidade súbita...
Que o amigo numa situação
assim não olvide o compromisso em que se acha incurso na obra de desobsessão e
expeça um aviso direto, sempre que possível com antecedência mesmo de horas ou
minutos, ao dirigente da reunião, justificando a ausência, para evitar
indisciplinas que ocorrerão fatalmente, no campo mental do grupo, através de
apreensões e considerações descabidas.
De qualquer modo, ainda
mesmo com número reduzido de participantes, a reunião pode ser efetuada.
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CHEGADA INESPERADA DE DOENTE
Em algumas ocasiões aparece um
problema súbito: a chegada de enfermos ou de obsidiados sem aviso prévio, sejam
adultos ou crianças.
Necessário que o discernimento do
conjunto funcione, ativo.
Na maioria dos acontecimentos dessa
ordem, o doente e os acompanhantes podem ser admitidos por momentos rápidos,
na fase preparatória dos serviços programados, recebendo passes e orientação
para que se dirijam a órgãos de assistência ou doutrinação competentes,
trabalho esse que será executado pelos componentes que o diretor da reunião
designará.
Findo o socorro breve, retirar-se-ão
do recinto.
Nesses casos se enquadram igualmente
os obsessos apenas influenciados ou fixados em fase inicial de perturbação,
para os quais o contacto com os comunicantes, menos felizes ou francamente
conturbados, sem a devida preparação, é sempre inconveniente ou prejudicial,
pela suscetibilidade e pelas sugestões negativas que apresentam na
semilucidez em que se encontram.
Diante, porém, dos processos da
obsessão indiscutivelmente instalada, o grupo deve e pode acolher o obsidiado
e seus acompanhantes, acomodando-os no banco ou nas cadeiras, colocados à
retaguarda, onde receberão a assistência precisa.
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MÉDIUNS ESCLARECEDORES
Na equipe em serviço, os médiuns
esclarecedores, mantidos sob a condução e inspiração dos Benfeitores
Espirituais, são os orientadores da enfermagem ou da assistêncià aos sofredores
desencarnados. Constituídos pelo dirigente do grupo e seus assessores, são eles
que os instrutores da Vida Maior utilizam em sentido direto para o ensinamento
ou o socorro necessários.
Naturalmente que a esses companheiros
compete um dos setores mais importantes da reunião.
Vejamos alguns dos itens do trabalho
fundamental que se lhes assinala:
1. Guardarem atenção no campo
intuitivo, a fim de registrarem, com segurança, as sugestões e os pensamentos
dos benfeitores espirituais que comandam as reuniões;
2. Tocar no
corpo do médium em transe somente quando necessário;
3. Estudar os casos de obsessão,
surgidos na equipe de médiuns psicofônicos, que devam ser tratados na órbita da
psiquiatria, a fim de que a assistência médica seja tomada na medida
aconselhável;
4. Cultivar o tato psicológico,
evitando atitudes ou palavras violentas, mas fugindo da doçura sistemática
que anestesia a mente sem renová-la, na convicção de que é preciso aliar raciocínio
e sentimento, compaixão e lógica, a fim de que a aplicação do socorro
verbalista alcance o máximo rendimento;
5. Impedir a presença de crianças nas
tarefas da desobsessão.
Outros aspectos de suas funções são
lembrados nos capítulos 13 e 32
a 37.
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EQUIPE MEDIÚNICA: PSICOFÔNICOS
Na obra da desobsessão, os médiuns
psicofônicos são aqueles chamados a emprestar recursos fisiológicos aos
sofredores desencarnados para que estes sejam socorridos. Deles se pede atitude
de fé positiva, baseada na certeza de que a Espiritualidade Superior lhes
acompanha o trabalho em moldes de zelo e supervisão. Compreendendo que ninguém
é chamado por acaso a tarefa de tamanha envergadura moral, verificarão
facilmente que, da passividade construtiva que demonstrem, depende o êxito da
empreitada de luz e libertação em que foram admitidos.
Atentos à função especial de
colaboradores e medianeiros em que se acham situados, é justo se lhes rogue o
cuidado para alguns pontos julgados essenciais ao êxito e à segurança da
atividade que se lhes atribui: 1 — desenvolvimento da autocrítica; 2 —
aceitação dos próprios erros, em trabalho medianímico, para que se lhes apure
a capacidade de transmissão; 3 —reconhecimento de que o médium é o responsável
pela comunicação que transmite; 4 — abstenção de melindres ante apontamentos
dos esclarecedores ou dos companheiros, aproveitando observações e avisos para
melhorar-se em serviço; 5 — fixação num só grupo, evitando as inconveniências
do compromisso de desobsessão em várias equipes ao mesmo tempo; 6 — domínio
completo sobre si próprio, para aceitar ou não a influência dos Espíritos
desencarnados, inclusive reprimir todas as expressões e palavras obscenas ou
injuriosas, que essa ou aquela entidade queira pronunciar por seu intermédio; 7
— interesse real na melhoria das próprias condições de sentimento e cultura; 8
— defesa permanente contra bajulações e elogios, conquanto saiba agradecer o
estímulo e a amizade de quantos lhes incentivem o coração ao cumprimento do
dever; 9 — discernimento natural da qualidade dos Espíritos que lhes procurem
as faculdades, seja pelas impressões de presença, linguagem, eflúvios
magnéticos, seja pela conduta geral; 10 — uso do vestuário que lhes seja mais
cômodo para a tarefa, alijando, porém, os objetos que costumem trazer jungidos
ao corpo, como sejam relógios, canetas, óculos e jóias.
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EQUIPE MEDIÚNICA: PASSISTAS
Entre os seareiros do bem que integram o
conjunto, destaca-se, como sendo de particular valimento, a colaboração dos
médiuns passistas, que permanecerão atentos ao concurso eventual que se lhes
peça, no transcurso da reuniao.
Diligência e devotamento.
Vigilância e espontaneidade.
Agora é um problema que irrompe entre
os próprios colegas de atividade; em seguida, um que outro médium psicofônico
possivelmente caído em exaustão; depois, o pedido de auxílio para esse ou
aquele dos assistentes a lhes solicitarem concurso, e, por fim, a assistência
de rotina, na fase terminal do trabalho.
Os medianeiros do passe traçarão a si
mesmos as disciplinas aconselháveis em matéria de alimentação e adestramento,
a fim de corresponderem plenamente ao trabalho organizado para o grupo em sua
edificação assistencial, entendendo-se que os médiuns esclarecedores, se
necessario, acumularão também as funções de médiuns passistas, mas não a de
psicofônicos, de modo a não se deixarem influenciar por Espíritos enfermos.
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LIVROS PARA LEITURA
Os livros para leitura preparatória
no grupo serão, de preferência:
1. «O Evangelho segundo o
Espiritismo».
2. «O Livro dos Espíritos».
3. Uma obra subsidiária que comente
os princípios kardequianos à luz dos ensinamentos do Cristo.
Bastarão esses recursos, porqüanto
neles sintonizar-se-ão os assistentes no mesmo padrão de pensamento, em torno
dos temas vitais do Espiritismo Cristão, compondo clima vibratório adequado ao
trabalho em mira.
«O Livro dos Médiuns» e obras
técnicas correlatas não devem ser lidos nas reuniões de desobsessão, mas sim
em oportunidades adequadas, referidas nos capítulos 66 e 72.
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