Uma definição de felicidade(...)
Ser
rico, ser famoso, acabar com a miséria do mundo, casar-se com um
príncipe encantado, jogar futebol, e assim por diante. Até aí, tudo bem.
Imagine seus desejos como um balão inflável e que você está dentro
dele. Você sempre poderá ser mais ou menos ambicioso inflando ou
desinflando esse balão enorme que será seu mundo possível. É o mundo que
você ainda não sabe dominar. Agora imagine um outro balão inflável
dentro do seu mundo possível, e portanto bem menor, que representa a sua
base. É o mundo que você já domina, que maneja de olhos fechados,
graças aos seus conhecimentos, seu QI emocional e sua experiência.
Felicidade nessa analogia seria a distância entre esses dois balões - o
balão que você pretende dominar e o que você domina. Se a distância
entre os dois for excessiva, você ficará frustrado, ansioso,
mal-humorado e estressado. Se a distância for mínima, você ficará
tranqüilo, calmo, mas logo entediado e sem espaço para crescer. Ser
feliz é achar a distância certa entre o que se tem e o que se quer ter.
O
primeiro passo é definir corretamente o tamanho de seu sonho, o tamanho
de sua ambição. Essa história de que tudo é possível se você somente
almejar alto é pura balela. Todos nós temos limitações e devemos sonhar
de acordo com elas. Querer ser presidente da República é um sonho que
você pode almejar quando virar governador ou senador, mas não no início
de carreira. O segundo passo é saber exatamente seu nível de
competências, sem arrogância nem enganos, tão comuns entre os
intelectuais. O terceiro é encontrar o ponto de equilíbrio entre esses
dois mundos. Saber administrar a distância entre seus desejos e suas
competências é o grande segredo da vida. Escolha uma distância nem
exagerada demais nem tacanha demais. Se sua ambição não for acompanhada
da devida competência, você se frustrará. Esse é o erro de todos os
jovens idealistas que querem mudar o mundo com o que aprenderam no
primeiro ano de faculdade. Curiosamente, à medida que a distância entre
seus sonhos e suas competências diminui pelo seu próprio sucesso, surge
frustração, e não felicidade.
(...) A felicidade é efêmera.
Felicidade é um processo, e não um lugar onde finalmente se faz nada.
Fazer nada no paraíso não traz felicidade, apesar de ser o sonho de
tantos. Felicidade é uma desconfortável tensão entre suas ambições e
competências. Se você estiver estressado, tente primeiro esvaziar seu
balão de ambições para algo mais realista. Delegue, abra mão de algumas
atribuições, diga não. Ou então encha mais seu balão de competências:
estudando, observando e aprendendo com os outros, todos os dias.
Os
velhos acham que é um fracasso abrir mão do espaço conquistado. Por
isso, recusam ceder poder ou atribuições e acabam infelizes. Reduzir
suas ambições à medida que você envelhece não é nenhuma derrota pessoal.
Felicidade não é um estado alcançável, um nirvana, mas uma dinâmica
contínua. É chegar lá, e não estar lá como muitos erroneamente pensam.
Seja ambicioso dentro dos limites, estude e observe sempre, amplie seus
sonhos quando puder, reduza suas ambições quando as circunstâncias
exigirem. Mantenha sempre uma meta a alcançar em todas as etapas da vida
e você será muito feliz.
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