COMPANHEIROS VACILANTES
Nas
ocasiões de crise espiritual, será talvez a fé aquela qualidade mais
intensamente examinada no âmago das criaturas.
*
Se
conservas contigo os valores da confiança, habilita-te a servir e a
suportar.
*
Quando a guerra se manifesta no plano físico, embora a característica sempre
lamentável que assume, os resquícios de animalidade ainda arquivados em nós
outros — os espíritos em evolução na Terra — desbordam da personalidade,
estendendo as ruínas que nos atestam a inferioridade.
No
entanto, nos embates íntimos, quando as nossas concepções e pontos de vista se
entrechocam, adentro da própria alma, tremem as forças em que se nos estrutura o
teto mental e nem todos contam com a energia suficiente para se garantirem na
própria segurança.
Estabelecido o desequilíbrio das ideias e emoções que nos registram o modo de
ser, surgem aos montes aqueles que se marginalizam em desalento e ceticismo,
ante as lutas de que se sentem objeto no círculo de negações que se lhes
afiguram irreversíveis, associando-se-nos aos desajustes, como que no propósito
de ampliá-los.
*
Esse padeceu desilusões com afetos que lhe eram extremamente queridos e caiu em
desconfiança pela impossibilidade de sustentar a própria fé, acima das
contingências e fragilidades humanas; aquele entrou em tribulações no lar e
bandeou-se para a descrença, admitindo-se sem necessidade de lágrimas em favor
do próprio burilamento; outro varou empeços que lhe pareceram humilhações,
estirando-se espiritualmente em desespero e revolta, por desconhecer-lhes a
função educativa; e outros muitos, mergulhados na saudade dos entes queridos que
os precederam na Grande Mudança, se fixam em pessimismo e negação ante as
sugestões da morte, sem recursos para encontrarem na morte o renascimento da
vida.
*
Onde encontres os nossos irmãos caídos em descrença e desânimo, compadece-te
deles.
São companheiros que adoeceram de angústia, sob o impacto da renovação apressada
imposta pela própria vida nos tempos de crise espiritual.
Ao
invés de acusá-los, estende-lhes braços amigos a fim de que se
refaçam.
E
mesmo que te recusem o apoio fraterno, alucinados ou desfalecentes de dor, que
muitos deles se encontram, abençoa-os com a prece de simpatia e continua para
diante, nas tarefas nobilitantes que a existência te deu.
Eles todos são enfermos queridos que se magoaram na batalha da evolução e se
localizam nas retaguardas do serviço, para as quais as ambulâncias do socorro de
Deus, se ainda não chegaram, estão inevitavelmente a caminho.
Emmanuel
(De
“Seguindo juntos”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos
diversos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário