SÚPLICA
Espírita, meu irmão,
Hoje
procuro refúgio no teu coração, cansado como me encontro de mil embates, na
longa jornada dos séculos.
Dizem que sou débil plantinha, no entanto, relegam-me ao vendaval, deixando-me à
mercê da canícula ou na via das enxurradas imundas.
Afirmam que sou o futuro, todavia, desrespeitam o meu presente, colocando
dificuldades e aflições ao alcance das minhas débeis mãos.
Expressam que eu sou diamante precioso, mas ninguém procura retirar a jaça e a
ganga que me tornam imprestável, por enquanto.
Informam que eu sou um pequeno rei, no império da vida, todavia, descuidam do
meu aprimoramento, sem me aformosearem o caráter para o nobre
ministério.
Chamam-me anjo e conduzem-me, por negligência, ao inferno do desespero e da
revolta.
Agradam-me e, muitas vezes, degradam-me, deixando-me sob o jugo imperioso de
forças desordenadas.
Ajuda-me agora, para que, por minha vez, eu possa ajudar mais
tarde.
Acolhe-me na terra fértil do teu coração e desenvolve-me os sentimentos latentes
dentro de mim.
Serei amanhã o que fizeres de mim agora. Não te peço
muito.
Rogo-te, apenas, que abras os braços e me alcances.
Suaviza tua voz para ensinar-me e dá leveza à tua mão quando seja necessário
corrigir-me. Mas não me deixes sem o carinho que estimula nem a correção que
educa e salva.
Confio em ti. Socorre-me hoje, e não mais tarde.
Necessito urgente de orientação e sustento.
Recebe-me enquanto não me maculam as nódoas da vida.
Dilata as tuas possibilidades e eu coroarei os teus dias com as bênçãos da
alegria perene, levando, pelas gerações em fora, a mensagem viva do teu auxílio
como legatário natural da tua fé libertadora e santa.
Irmão do Cristo, recolhe-me no teu amor em nome de Quem, em apresentando os
pequeninos aos discípulos amados, asseverou pertencer o Reino dos
Céus.
Anália Franco
(De:
“Sementeira da Fraternidade”, de Divaldo Pereira Franco,
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