A Caminho da Luz

sexta-feira, 25 de maio de 2012

DIVALDO E O PADRE...

DIVALDO E O PADRE...

CONFISSÕES DE DIVALDO FRANCO AO PADRE:

Certa vez, fui a um padre confessar (antes de tornar-me espírita).
Contei-lhe sobre minhas comunicações com os mortos. Para ele eram
forças demoníacas tentando me afastar da Igreja. Veio-me uma mágoa de
Deus e comecei a questionar:
- Sou um bom católico, bom sacristão, adoro a Igreja, faço jejum,
passo a semana da Páscoa sem comer até o meio-dia. Se Deus não pode
com o diabo, eu vou agüentar? O diabo vai me vencer. Como um garoto de
17 anos, do interior, ingênuo, pode vencer o diabo se nem Deus
consegue?
Entrei em depressão e fiquei com mágoa de Deus. Confessei-me ao padre:
- Eu vou me matar. Nossa Senhora do Carmo vai ter pena de mim, vai me
colocar o escapulário e me tirar do inferno.
Ele me olhou demoradamente e respondeu:
- Não tome nenhuma atitude agora. O demônio às vezes nos perturba para
testar a nossa fé; quando não consegue, abandona. Volte para a Igreja.
Era um homem honesto, acreditava piamente em suas idéias.
Um dia, ao confessar-me a ele, vi aproximar-se um Espírito. Tive outro conflito:
- Como pode o diabo entrar na sacristia?
Aliás eu via sempre os Espíritos. no momento da eucaristia a hóstia
tornava-se luminosa quando colocada na minha boca. Às vezes, em Feira
de Santana, via o cônego Mário Pessoa aureolado. No meu entendimento
(católico), ele era um santo. As pessoas na hora da fé se iluminavam e
eu julgava tudo alucinação.
Quando o Espírito entrou, exclamei:
- Olha, o diabo está vindo, e é mulher!
- Você vê algum sinal particular no rosto dela? - indagou-me o padre.
- Vejo uma verruga acima do lábio.
- E o que mais?
- O cabelo está partido ao meio, penteado com um coque atrás.
- E o que mais?
- Vejo um xale sobre os ombros, com pontas, um xale negro de xadrez.
- Pode ficar tranqüilo, é mamãe.
Ela "incorporou" e conversou com o padre. Quando despertei, ele me esclareceu:
- Divaldo, mamãe veio me alertar. A sua missão não é aqui, vá seguir a
tarefa que Deus lhe confiou, porque o bem está em todo lugar.
Fiquei mais tumultuado, porque eu não era espírita, tinha medo,
sentia-me de certo modo alijado da Igreja, mas continuava a
frequentá-la e ao Centro Espírita.
Tinha conflitos de fé, principalmente quando morreu minha irmã, por
suicídio. Mamãe foi encomendar missa a esse mesmo sacerdote, um homem
bom, e ouviu dele:
- Dona Ana, não posso celebrar, porque o suicida está no inferno e
Deus não o tira de lá.
Foi quando aprendi a primeira lição de lógica e de psiquiatria, com
uma mulher iletrada - a minha mãe:
- Padre, então eu renego o seu Deus. Se Ele não é capaz de perdoar não
é digno de ser Deus. Sou lavadeira modesta e analfabeta, mas a filha
que perdi, eu a perdôo; como é que Deus, que a tem, não a perdoa? Digo
mais, quem se mata não está no seu juízo.
Mais tarde eu viria saber que muitos portadores de psicose
maníoco-depressiva PMD, vão ao suicídio.
Aprendi muito com esse homem, com mamãe, e quando eu lhe disse que não
iria mais à igreja, ela me respondeu:
- Deus está em todo lugar. Se você for justo e agir com retidão, Ele
estará com você. Faça o bem, meu filho, porque a verdadeira religião é
aliviar o sofrimento alheio.
A partir desse acontecimento integrei-me lentamente ao Espiritismo.

(Divaldo Franco)

"Mas se sua visão for para Eternidade plante idéias..."!!

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