28
LEITURA PREPARATÓRIA
A leitura preparatória, que não ultrapassará
o tempo-limite de 15 minutos, constituir-se-á, preferentemente, de um dos itens
de «O Evangelho segundo o Espiritismo», seguindo-se-lhe uma das questões de «O
Livro dos Espíritos», com um trecho de um dos livros de comentários
evangélicos, em torno da obra de Allan Kardec.
Efetuada a leitura, o dirigente
retirará os livros de sobre a mesa, situando-os em lugar próprio.
O contacto com o ensino espírita,
antes do intercâmbio com os irmãos desencarnados, ainda sofredores, dispõe o
ambiente à edificação moral, favorecendo a integração vibratória do grupo para
o socorro fraterno a ser desenvolvido.
O conjunto evitará entretecer
comentários ao redor dos temas expostos, atento que precisa estar em uníssono,
à recepção das entidades enfermas em expectativa, quase sempre aguardando
alívio com angustiosa ansiedade.
Repitamos, assim: o dirigente
providenciará a leitura, aproximadamente quinze minutos antes do momento
marcado para o início do intercâmbio, pronunciando a prece de abertura, depois
de lida a página última, com o que se iniciarão, para logo, as tarefas
programadas.
29
PRECE INICIAL
Sobrevindo o momento exato em que a
reunião terá começo, o orientador diminuirá o teor da iluminação e tomará a
palavra, formulando a prece inicial.
Cogitará, porém, de ser preciso, não
se alongando além de dois minutos.
Há quem prefira a oração decorada;
todavia, é aconselhável que o dirigente ore com suas próprias palavras,
envolvendo a equipe nos sentimentos que lhe fluem da alma.
A prece, nessas circunstâncias, pede
o mínimo de tempo, de vez que há entidades em agoniada espera de socorro, à
feição do doente desesperado, reclamando medicação substancial. Em diversas
circunstâncias, acham-se ligadas desde muitas horas antes à mente do médium
psicofônico, alterando-lhe o psiquismo e até mesmo a vida orgânica, motivo
pelo qual o socorro direto não deve sofrer dilação.
30
MANIFESTAÇÃO INICIAL DO MENTOR
Feita a oração inicial, o dirigente e
a equipe mediúnica esperarão que o mentor espiritual do grupo se manifeste
pelo médium psicofônico indicado.
Essa medida é necessária, porqüanto
existem situações e problemas, estritamente relacionados com a ordem
doutrinária do serviço, apenas visíveis a ele, e o amigo espiritual, na condição
de condutor do agrupamento, perante a Vida Maior, precisará dirigir-se ao
conjunto, lembrando minudências e respondendo a alguma consulta ocasional que
o dirigente lhe queira fazer, transmitindo algum aviso ou propondo
determinadas medidas.
Esse
entendimento, no limiar do programa de trabalho a executar-se, é indispensável
à harmonização dos agentes e fatores de serviço, ainda mesmo que o mentor se
utilize do medianeiro tão-só para uma simples oração que, evidentemente,
significará tranqüilidade em todos os setores da instrumentação.
31
CONSULTAS AO MENTOR
Começada a reunião, o dirigente, por
vezes, tem necessidade de ouvir o mentor espiritual para o exame de assuntos
determinados.
Freqüentemente, é um amigo que deseja
acesso à reunião e que não pode ser acolhido sem a consulta necessária; de
outras, é a localização mais aconselhável para as visitas que venham a
ocorrer, é a ministração de socorro medicamentoso ou magnético a esse ou àquele
companheiro que se mostre subitamente necessitado de assistência, é a pergunta
inevitável e justa em derredor de problemas que sobrevenham no mecanismo da
equipe, ou o pedido de cooperação em casos imprevisíveis.
Nessas circunstâncias, o dirigente
esperará que o mentor finalize a pequena instrução de início, através do médium
responsável, e formulará as indagações que considere inevitáveis e oportunas.
32
MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (1)
As manifestações de enfermos
espirituais irão até o limite de uma hora a uma hora e meia, na totalidade
delas, para que a reunião perdure no máximo por duas horas, excluída a leitura
inicial.
O Espírito desencarnado em condição
de desequilíbrio e sofrimento utiliza o médium psicofônico (ou mais
propriamente, o médium de incorporação), com as deficiências e angústias de que
é portador, exigindo a conjugação de bondade e segurança, humildade e
vigilância no companheiro que lhe dirige a palavra.
Natural venhamos a compreender no
visitante dessa qualidade um doente, para quem cada frase precisa ser
medicamento e bálsamo. Claro que não será possível concordar com todas as
exigências que formule; no entanto, não é justo reclamar-lhe entendimento
normal de que se acha ainda talvez longe de possuir.
Entendamos cada Espírito sofredor
qual se nos fosse um familiar extremamente querido, e acertaremos com a porta
íntima, através da qual lhe falaremos ao coração.
Neste e nos próximos capítulos são
indicadas algumas atitudes naturais dos médiuns psicofônicos em transe.
33
MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (2)
Os médiuns esclarecedores, pelo que
ouçam do manifestante necessitado, deduzam qual o sexo a que ele tenha
pertencido, para que a conversação elucidativa se efetue na linha psicológica
ideal; analisem, sem espírito de censura ou de escândalo, os problemas de
animismo ou mistificação inconsciente que porventura venham a surgir,
realizando o possível para esclarecer, com paciência e caridade, os médiuns e
os desencarnados envolvidos nesses processos de manifestações obscuras,
agindo na equipe com o senso de quem retira criteriosamente um desajuste do
corpo sem comprometer as demais peças orgânicas; anulem qualquer intento de
discussão ou desafio com entidades comunicantes, dando mesmo razão, algumas
vezes, aos Espíritos infelizes e obsessores, reconhecendo que nem sempre a
desobsessão real consiste em desfazer o processo obsessivo, de imediato, de vez
que, em casos diversos, a separação de obsidiado e obsessor deve ser praticada
lentamente; e pratiquem a hipnose construtiva, quando necessário, no ânimo
dos Espíritos sofredores comunicantes, quer usando a sonoterapia para entregá-los
à direção e ao tratamento dos instrutores espirituais presentes, efetuando a
projeção de quadros mentais proveitosos ao esclarecimento, improvisando idéias
providenciais do ponto de vista de reeducação, quer sugerindo a produção e ministração
de medicamentos ou recursos de contenção em favor dos desencarnados que se
mostrem menos acessíveis à enfermagem do grupo.
34
MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (3)
No curso do trabalho mediúnico, os
esclarecedores não devem constranger os médiuns psicofônicos a receberem os
desencarnados presentes, repetindo ordens e sugestões nesse sentido, atentos
ao preceito de espontaneidade, fator essencial ao êxito do intercâmbio.
Os esclarecedores permitirão aos
Espíritos sofredores que se exprimam pelos médiuns psicofônicos tanto quanto
possível, em matéria de desinibição ou desabafo, desde que a integridade dos
médiuns e a dignidade do recinto sejam respeitadas, considerando, porém, que as
manifestações devem obedecer às disciplinas de tempo.
Os médiuns, sejam eles
esclarecedores ou psicofônicos, sustentarão o máximo cuidado para não
prejudicarem as atividades espirituais que lhes competem. Alimentando dúvidas e
atitudes suspeitosas, inconciliáveis com a obra de caridade que se dispõem a
prestar, muitas vezes põem a perder excelentes serviços de desobsessão, por
favorecerem a intromissão de Inteligências perversas.
Os médiuns de qualquer grupo de
desobsessão, como aliás acontece a todo espírita, são chamados a honrar sempre
e cada vez mais as obrigações de família e profissão, abstendo-se de todas as
manifestações e atitudes suscetíveis de induzi-los a cair em profissionalismo
religioso.
Compreendam os dirigentes e seus
assessores que o esclarecimento aos desencarnados sofredores é semelhante à
psicoterapia e que a reunião é tratamento em grupo, cabendo-lhes, quando e
quanto possível, a aplicação dos métodos evangélicos. Observando, ainda, que a
parte essencial no entendimento é atingir o centro de interesse do Espírito
preso a idéias fixas, para que se lhes descongestione o campo mental, devem
abster-se, desse modo, de qualquer discurso ou divagação desnecessária.
35
MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (4)
Convém observar que há médiuns psicofônicos
para quem os Amigos Espirituais designam determinados tipos de manifestantes
que lhes correspondam às tendências, caracteres, formação moral e cultural,
especializando-lhes as possibilidades mediúnicas.
Urge não confundir esse imperativo do
trabalho de intercâmbio com o chamado animismo ou supostas mistificações
inconscientes.
36
MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (5)
Os médiuns esclarecedores
permanecerão atentos aos característicos dos manifestantes em desequilíbrio, de
vez que entre estes se encontram, freqüentemente, sofredores que comparecem
pela primeira vez, bem como os reincidentes sistemáticos, os companheiros
infelizes do pretérito alusivo aos integrantes da reunião e recém-desencarnados
em desorientação franca, os suicidas e homicidas, os casos de zoantropia e de
loucura, os malfeitores trazidos à desobsessão para corrigendas e os irmãos
tocados de exotismos por terem desencarnado recentemente em terras
estrangeiras, as inteligências detidas no sarcasmo e na galhofa, os
vampirizadores conscientes e inconscientes interessados na ocultação da
verdade, e toda uma extensa família de Espíritos necessitados, nos vários graus
de sombra e sofrimento que assinalam a escala da ignorância e da crueldade.
Imperioso observar que todos são
carece-dores de compreensão e tratamento adequados, cada qual na dor ou no
problema em que se exprimem, exigindo paciência, entendimento, socorro e
devotamento fraternais.
Desobsessão não se realiza sem a luz
do raciocínio, mas não atinge os fins a que se propõe, sem as fontes profundas
do sentimento.
37
ESCLARECIMENTO
O dirigente do grupo, que contará
habitualmente com dois ou três assessores em exercício para o trabalho do
esclarecimento e do amparo reeducativo aos sofredores desencarnados, assumirá o
comando da palavra, seja falando diretamente com os irmãos menos felizes,
através dos médiuns psicofônicos, seja indicando para isso um dos auxiliares.
A conversação será vazada em termos
claros e lógicos, mas na base da edificação, sem qualquer toque de impaciência
ou desapreço ao comunicante, mesmo que haja motivos de indução ao azedume ou à
hilaridade. O esclarecimento não será, todavia, longo em demasia,
compreendendo-se que há determinações de horário e que outros casos requisitam
atendimento. A palestra reeducativa, ressalvadas as situações excepcionais,
não perdurará, assim, além de dez minutos.
Se o comunicante perturbado procura
fixar-se no braseiro da revolta ou na sombra da queixa, indiferente ou
recalcitrante, o diretor ou o auxiliar em serviço solicitará a cooperação dos
benfeitores espirituais presentes para que o necessitado rebelde seja confiado
à assistência de organizações espirituais adequadas a isso. Nesse caso, a
hipnose benéfica será utilizada a fim de que o magnetismo balsamizante asserene
o companheiro perturbado, amparando-se-lhe o afastamento da cela mediúnica, à
maneira do enfermo desesperado da Terra a quem se administra a dose calmante
para que se ponha mais facilmente sob o tratamento preciso.
38
COOPERAÇÃO MENTAL
Enquanto persista o esclarecimento
endereçado ao sofredor desencarnado, é imperioso que os assistentes se
mantenham em harmoniosa união de pensamentos, oferecendo base às af irmativas
do dirigente ou do assessor que retenha eventualmente a palavra.
Não lhes perpasse qualquer idéia de
censura ou de crueldade, ironia ou escândalo.
Tanto o amigo que orienta o irmão
infortunado quanto os companheiros que o escutam abrigarão na alma a simpatia
e a solidariedade, como se estivessem socorrendo um parente dos mais queridos,
para que o necessitado encontre apoio real no socorro que lhe seja ministrado.
Forçoso compreender que, de outro
modo, o serviço assistencial enfrentaria perturbações inevitáveis, pela
ausência do concurso mental imprescindível.
O dirigente assumirá a iniciativa de
qualquer apelo à cooperação mental, no momento em que a providência se mostre
precisa, e ativará o ânimo dos companheiros que, porventura, se revelem
desatentos ou entorpecidos, desde que o conjunto em ação é comparável a um
dínamo em cujas engrenagens a corrente mental do amparo fraterno necessita
circular equilibradamen te na prestàção de serviço.
39
MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (1)
Os
médiuns psicofônicos, muito embora por vezes se vejam pressionados por
entidades em aflição, cujas dores ignoradas lhes percutem nas fibras mais
íntimas, educar-se-ão, devidamente, para só oferecer passividade ou campo de manifestação
aos desencarnados inquietos quando o clima da reunião lhes permita o concurso
na equipe em
atividade. Isso, porque, na reunião, é desaconselhável se
verifique o esclarecimento simultâneo a mais de duas entidades carecentes de
auxílio, para que a ordem seja naturalmente assegurada.
Ainda
quando o sensitivo tenha as suas faculdades assinaladas por avançado sonambulismo,
deve e pode exercitar o autodomínio, afeiçoando-se à observação e ao estudo, a
fim de colaborar na vigilância precisa, desincumbindo-se, com segurança, do
encargo da enfermagem espiritual que lhe é atribuído.
40
MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (2)
Só se devem permitir, a cada médium,
duas passividades por reunião, eliminando com isso maiores dispêndios de
energia e manifestações sucessivas ou encadeadas, inconvenientes sob vários
aspectos.
Em todas as circunstâncias, o médium
a serviço da desobsessão não se pode alhear da equipe em que funciona,
conservando a convicção de que dentro dela assemelha-se a um órgão no corpo, e
que precisa estar no lugar que lhe é próprio para que haja equilíbrio e
produção no conjunto.
41
INTERFERÊNCIA DO BENFEITOR
Em algumas ocasiões, tarefa em meio,
aparece um ou outro desencarnado em condições de quase absoluto empedernimento.
Tal desequilíbrio da entidade pode
coincidir com algum momento infeliz da mente mediúnica, estabelecendo
desarmonia maior.
O fenômeno é suscetivell de raiar na
inconveniência. Assim sendo, o mentor espiritual, se considerar oportuno,
ocupará espontaneamente o médium responsável e partilhará o serviço do
esclarecimento, dirigindo-se ao comunicante ou ao médium que o expõe, ficando,
por outro lado, o dirigente com a possibilidade de recorrer à intervenção do
orientador referido, se julgar necessário, rogando-lhe a manifestação pelo psicofônico
indicado, a fim de sanar o contratempo.
42
ATITUDE DOS MÉDIUNS (1)
O médium de incorporação, como também
o médium esclarecedor, não podem esquecer, em circunstância alguma, que a entidade
perturbada se encontra, para eles, na situação de um doente ante o enfermeiro.
No socorro espiritual, os benfeitores
e amigos das Esferas Superiores, tanto quanto os companheiros encarnados,
quais o diretor da reunião e seus assessores que manejam o verbo educativo,
funcionam lembrando autoridades competentes no trabalho curativo, mas o médium
é o enfermeiro convocado a controlar o doente, quanto lhe seja possível,
impedindo a este último manifestações tumultuárias e palavras obscenas.
O médium psicofônico deve preparar-se
dignamente para a função que exerce, reconhecendo que, não se acha dentro dela
à maneira de fantoche, manobrado integralmente ao sabor das Inteligências
desencarnadas, mas sim na posição de intérprete e enfermeiro, capaz de auxiliar,
até certo ponto, na contenção e na reeducação dos Espíritos rebeldes que
recalcitram no mal, a fim de que o dirigente se sinta fortalecido em sua ação
edificante e para que a equipe demonstre o máximo de rendimento no trabalho
assistencial.
43
ATITUDE DOS MÉDIUNS (2)
Ainda mesmo quando o médium é
absolutamente sonâmbulo, incapaz de guardar lembranças posteriores ao socorro
efetuado, semidesligado de seus implementos físicos dispõe de recursos para
governar os sentidos corpóreos de que o Espírito comunicante se utiliza,
capacitando-se, por isso, com o auxílio dos instrutores espirituais, a
controlar devidamente as manifestações.
Não se diga que isso é impossível.
Desobsessão é obra de reequilíbrio, refazimento, nunca de agitação e
teatralidade.
Nesse sentido, vale recordar que há
médium de incorporação normal e médium de incorporação ainda obsidiado. E
sempre que o médium, dessa ou daquela espécie, se mostre obsidiado, necessita
de socorro espiritual, através de esclarecimento, emparelhando-se com as
entidades perturbadas carecentes de auxílio.
Realmente, em casos determinados, o
medianeiro da psicofonia não pode governar todos os impulsos destrambelhados
da Inteligência desencarnada que se comunica na reunião, como nem sempre o
enfermeiro logra impedir todas as extravagâncias da pessoa acamada; contudo,
mesmo nessas ocasiões especiais, o médium integrado em suas responsabilidades
dispõe de recursos para cooperar no socorro espiritual em andamento, reduzindo
as inconveniências ao mínimo.
44
MAL-ESTAR IMPREVISTO DO MÉDIUM
Todo serviço na Terra prevê a
possibilidade de falhas compreensíveis.
O automóvel, comumente, sofre
perturbações em determinados implementos, a meio da viagem.
Um tear interrompe a tecelagem pela
exaustão de uma peça.
Na desobsessão, o mal-estar é
suscetível de sobrevir num médium ou num dos colaboradores em ação,
principalmente no que tange a uma crise orgânica francamente imprevista.
Verificado o incidente, o companheiro
ou a irmã necessitada de assistência permanecerá fora do círculo em atividade,
recolhendo o amparo espiritual do ambiente, quando o mal-estar não seja de
molde a se lhe aconselhar o recolhimento imediato em casa.
45
EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (1)
Evite o médium as posições de
desmazelo na acomodação entre os companheiros, quando se ache sob a influência
ou presença dos desencarnados em desequilíbrio, e controle as expressões
verbais, empenhando-se em cooperar na administração do benefício aos Espíritos
sofredores, frustrando a produção de gritos e a enunciação de palavras torpes.
Não olvidem os medianeiros que o
recinto empregado nos serviços da desobsessão é comparável à intimidade
respeitável de um hospital.
46
EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (2)
Os medianeiros psicofônicos nunca
admitam tanto descontrole que cheguem ao ponto de derribar móveis ou quaisquer
objetos, tumultuando o ambiente.
Lembrem-se de que não se encontram à
revelia das manifestações menos felizes que venham a ocorrer.
Benfeitores desencarnados estão a
postos, na reunião, sustentando a harmonia da casa, e resguardarão as forças de
todos os médiuns em serviço para que se desincumbam com limpeza e dignidade das
obrigações que lhes assistem.
47
EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (3)
Atitude
positivamente desaconselhável é a de permitir que comunicantes enfermos ensaiem
qualquer impulso de agressão.
48
EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (4)
Dever inadiável impedir que os
manifestantes doentes subvertam a ordem com pancadas e ruídos que os médiuns
psicofônicos conseguem facilmente frustrar.
49
EDUCAÇÃO MEDIÚNICA (5)
Os
médiuns psicofônicos evitem a. todo custo, em qualquer período da reunião,
vergar a cabeça sobre os braços.
Essa
atitude favorece o sono, desarticula a cooperação mental e propicia ensejo a
fácil hipnose por parte de enfermos desencarnados.
50
INTERFERÊNCIA DE ENFERMO ESPIRITUAL
No curso da manifestação de
determinado Espírito menos feliz, é possível a interferência de outra entidade
desditosa ou perturbada que compareça, arrebatadamente, por intermédio desse
ou daquele médium psicofônico ainda fracamente habilitado ao controle de si
próprio.
Em alguns lances da desobsessão, o Espírito
que interfere chega mesmo a provocar elementos outros do conjunto, citando-os
de forma nominal para que se estabeleçam conversações marginais sem nenhum
interesse para o esclarecimento.
O dirigente tomará providências
imediatas para que se evite desarmonia ou tumulto, designando sem delonga o
assessor que se incumbirá da necessária solução ao problema, a fim de que a
interferência não degenere em perturbação, comprometendo a ordem e a segurança
do esforço geral.
51
RADIAÇÕES
Rogando aos companheiros reunidos
vibrações de amor e tranqüilidade para os que sofrem, o diretor do grupo,
terminadas as tarefas da desobsessão propriamente ditas, suspenderá a palavra,
pelo tempo aproximado de dois a quatro minutos, a fim de que ele mesmo e os
integrantes do círculo formem correntes mentais com as melhores idéias que
sejam capazes de articular, seja pela prece silenciosa, seja pela imaginação
edificante.
Todo pensamento é onda de força
criativa e os pensamentos de paz e fraternidade, emitidos pelo grupo,
constituirão adequado clima de radiações benfazejas, facultando aos amigos espirituais
presentes os recursos precisos à formação de socorros diversos, em benefício
dos companheiros que integram o círculo, dos desencarnados atendidos e de
irmãos outros, necessitados de amparo espiritual a distância.
Um dos componentes da equipe, nomeado
pelo diretor do conjunto, pode articular uma prece em voz alta, lembrando, na
oração, os enfermos espirituais que se comunicaram, os desencarnados que
participaram silenciosamente da reunião, os doentes dos hospitais e os irmãos
carecentes de socorro e de alívio, internados em casas assistenciais e
instituições congêneres.
52
PASSES
Os médiuns passistas, logo que o conjunto
entre no silêncio necessário às radiações, segundo as instruções traçadas pelo
dirigente, se deslocarão dos lugares que lhes sejam habituais e, conquanto se
mantenham no trabalho íntimo das ideações construtivas, para auxiliarem no
apoio vibratório aos sofredores, atenderão aos passes, ministrando-os a todos
os componentes do grupo, sejam médiuns ou não.
Semelhante prática deve ser observada
regularmente, de vez que o serviço de desobsessão pede energias de todos os
presentes e os instrutores espirituais estão prontos a repor os dispêndios de
força havidos, através dos instrumentos do auxílio magnético que se dispõem a
servi-los, sem ruídos desnecessários, de modo a não quebrarem a paz e a respeitabilidade
do recinto.
Fora dos momentos normais, os médiuns
passistas atenderão aos companheiros necessitados de auxílio tão-só nos casos
de exceção, respeitando com austeridade disposições estabelecidas, de modo a
não favorecerem caprichos e indisciplinas.
53
IMPREVISTOS
O grupo deve contar com imprevistos.
Existem aqueles de natureza externa a
que não se pode dar atenção, quais sejam chamamentos inoportunos de pessoas
incapacitadas ainda para compreender a gravidade do trabalho socorrista que a
desobsessão desenvolve, batidas à porta já cerrada, por irmãos do círculo,
iniciantes e retardatários, ainda não afeitos àdisciplina, ruídos festivos da
vizinhança e barulhos outros, produzidos vulgarmente por insetos, animais, viaturas,
etc.
Há, porém, os embaraços no campo
interno
da reunião,
dentre os quais se destacam a luz apagada de chofre ou o mal-estar súbito de alguém.
Nesses casos, o dirigente da casa
tomará providências imediatas para que os problemas em curso se façam
compreensivelmente atendidos.
54
MANIFESTAÇÃO FINAL DO MENTOR
Aproximando-se o horário de
encerramento, o dirigente da reunião, depois de verificar que todos os assuntos
estão em ordem, tomará a palavra, explicando que as atividades se acham na
fase terminal, solicitando aos presentes pensamentos de paz e reconforto,
notadamente a benefício dos sofredores.
Em seguida, recomendará aos médiuns
passistas atenderem ao encargo que lhes compete e solicitará da assembléia a
continuidade da atenção e do silêncio, para que o médium indicado observe se o
orientador espiritual da reunião ou algum outro instrutor desencarnado deseja
transmitir aviso ou anotação edificante para estudo e meditação do
agrupamento. Se a casa dispõe de aparelho gravador, é importante que a máquina
esteja convenientemente preparada e em condições de fixar a palavra provável do
comunicante amigo.
Na hipótese de verificar que o
orientador desencarnado não deseja trazer nenhum aviso ou instrução, o médium
indicado dará ciência disso ao dirigente, a fim de que ele profira a prece
final e, em seguida, declare encerrada a reunião.
55
GRAVAÇÃO DA MENSAGEM
O diretor da reunião, se existe no
grupo a possibilidade de gravação da mensagem final, que possa servir na
edificação comum, não se alheará do trabalho dessa natureza, conquanto designe
esse ou aquele companheiro para auxiliá-lo.
Responsabilizar-se-á diretamente pelo
material de que os benfeitores espirituais se utilizarão, fazendo-se zelador
atencioso do aparelho gravador e dos respectivos implementos, compreendendo que
os serviços programados para cada reunião devem ser executados sem atropelos
ou omissões.
O grupo ouvirá atenciosamente a
palavra do comunicante amigo, seja ele o orientador da casa ou algum benfeitor
recomendado por ele.
Freqüentemente, o visitante
encaminhado à reunião pelo mentor pode não ser um luminar da Espiritualidade
Maior, e sim um companheiro recém-convertido à Verdade, disposto a relatar as
próprias experiências, quase sempre esmaltadas de lembranças dolorosas,
ocorrência essa que se verifica objetivando-se o conforto ou a edificação.
De qualquer modo, a palavra do
visitante espiritual, pelo médium, deve ser ouvida com o respeito máximo,
procurando-se nela, acima de qualquer preceito gramatical, o sentido, a lógica,
a significação e a diretriz.
56
PRECE FINAL
A oração
final, proferida pelo dirigente da reunião, obedecerá à concisão e à
simplicidade.
57
ENCERRAMENTO
Terminada a prece final, o diretor,
com uma frase breve, dará a reunião por encerrada e fará no recinto a luz
plena.
Vale esclarecer que a reunião pode
terminar, antes do prazo de duas horas, a contar da prece inicial, evitando-se
exceder esse limite de tempo.
58
CONVERSAÇÃO POSTERIOR Á REUNIÃO
Claro que terminada a reunião se
sintam os integrantes da equipe inclinados a entrelaçar pensamentos e palavras
na conversação construtiva, porqüanto, se a alegria da obrigação cumprida não
lhes marca o íntimo, algo existe na equipe a ser necessariamente retificado.
Euforia de confraternização,
reconforto do dever nobremente atendido.
Não raro, surge a oportunidade da
prosa afetiva em torno de um café ou enquanto se espera condução.
Falemos, cultivando bondade e
otimismo.
Importante que a palestra não
descambe para qualquer expressão negativa.
Se um dos desencarnados sofredores
emitiu conceitos menos felizes, ou se um dos médiuns em ação não conseguiu
desincumbir-se corretamente das atribuições que lhe foram conferidas em
serviço, evitem-se com empenho reprovações, criticas, motejos, sarcasmos.
Compreendamos que uma equipe para a
desobsessão se desenvolve e se aperfeiçoa com serviço e tempo, como qualquer
outra empresa produtiva, e algum comentário desairoso, destacando
deficiências e males, constitui prejuízo na obra do progresso e na consolidação
do bem.
59
REOUVINDO A MENSAGEM
Ainda no recinto ou nos dias
subseqüentes, é aconselhável que os lidadores da desobsessão, quando seja
necessário, reouçam a mensagem educativa, obtida na fase terminal das tarefas,
caso haja sido gravada. Procurar — repitamos — nas frases do comunicante a
essência e a orientação. Por outro lado, abster-se do impulso da divulgação,
sem estudo.
Cabe refletir que as primeiras
instruções para a criatura reencarnada se verificam no plano doméstico. A
criatura humana recebe dos pais e dos instrutores do lar conselhos e indicações
inesquecíveis, mas, por isso, nem todos podem ser ençaminhados às tipografias
para o trabalho publicitário. Ninguém se lembrará de enviar uma advertência
maternal qualquer para a imprensa, conquanto um aviso de mãe seja sempre uma
peça preciosa para os filhos a que se destine.
O dirigente, na hipótese da recepção
de mensagens destinadas à propagação, precisará joeirá-las em rigorosa
triagem, solicitando, para esse fim, o concurso de companheiros habituados às
lides culturais e doutrinârias, com autoridade bastante para emitir opiniões,
verificando, igualmente, se as instruções obtidas não coincidem, na forma
literal, com essa ou aquela página espírita, mediúnica ou não, já consagrada na
leitura comum, embora o fundo moral seja respeitável.
60
ESTUDO CONSTRUTIVO DAS PASSIVIDADES
Ë
interessante que dirigente, assessores, médiuns psicofônicos e integrantes da
equipe, finda a reunião, analisem, sempre que possivel, as comunicações
havidas, indicando-se para exame proveitoso os pontos vulneráveis dessa ou daquela
transmissão.
As
observações fraternas e desapaixonadas, nesse sentido, alertarão os
companheiros da mediunidade quanto a senões que precisem evitar e recordarão
aos encarregados do esclarecimento pequenas inconveniências de atitude ou palavra
nas quais não devem reincidir.
De
semelhante providência, efetuada com o apreço recíproco que necessitamos
sustentar uns para com os outros, resultará que todos os componentes da
reunião se investirão, por si mesmos, na responsabilidade que nos cabe manter
no estudo constante para a eficiência do grupo.
Se os médiuns esclarecedores julgam
conveniente a atenção desse ou daquele médium psicofônico em determinado tema
de serviço espiritual, chamá-lo-ão a entendimento particular, evitando-se a
formação de suscetibilidades, salientando-se que os próprios médiuns psicofônicos,
se libertos de teias obsessivas, são os primeiros a se regozijarem com o exame
sincero do esforço que apresentam.
61
SAÍDA DOS COMPANHEIROS
A saída dos companheiros realizar-se-á nos
moldes da discrição seguidos na entrada.
Evitar-se-ão gritos, gargalhadas,
referências maliciosas, anedotário picante.
O serviço da desobsessão reclama a
tranqüilidade e o respeito que se deve a um sanatório de doenças mentais.
Considerem os companheiros dessa
sementeira de amor que estão sendo, muitas vezes, seguidos e observados por
muitos enfermos desencarnados que lhes ouviram, com interesse, as exortações e
os ensinos, no curso da reunião, e será contraproducente, além de indesejável,
qualquer atitude ou comentário pelos quais os tarefeiros do socorro espiritual
desmanchem, invigilantes, os valores morais que eles próprios construíram na
consciência e no ânimo dos Espíritos beneficiados.
62
COMENTÁRIOS DOMÉSTICOS
De volta a casa, convém que os
servidores da desobsessão silenciem qualquer nota inconveniente acerca de
transmissões, influências, fenômenos ou revelações havidas na reunião.
Se os comunicantes se referirem a
problemas infelizes, como sejam crimes, ofensas, mágoas ou faltas diversas,
cabe-nos recordar que a obra da desobsessão, no fundo, é libertação das trevas
de espírito e não existe libertação das sombras sem esquecimento do mal.
Conversas acerca de quaisquer maníf estações
ou traços deprimentes do amparo espiritual efetuado estabelecem ímãs de
atração, criando correntes mentais de ação e reação entre os comentaristas e os
que se tornam objeto dos comentários em pauta, realidade essa que faz de todo
desaconselháveis as referências sobre o mal, de vez que funcionam à maneira de
bisturis visíveis, revolvendo inutilmente as chagas mentais dos enfermos
desencarnados que foram atendidos, arrancando-os do alívio em que estão mergulhados,
para novas síndromes de angústia.
Isto, porém, não impede que médiuns
esclarecedores, médiuns psicofônicos e companheiros outros analisem
determinadas passagens da palavra ou da presença das entidades sofredoras, em
círculo íntimo, para estudo construtivo, com efeitos na edificação do bem, ao
modo de especialistas num simpósio conduzido com discrição.
63
ASSIDUIDADE
Assiduidade é lição que colhemos na
escola da Natureza, todos os dias.
Lavradores enriquecem os celeiros da
Humanidade, confiando na pontualidade das estações.
A desobsessão, para alcançar os
objetivos libertadores e reconfortativos a que se propõe, solicita lealdade aos
compromissos assumidos.
Aprendamos, durante a semana, a
remover os empecilhos que provavelmente nos visitarão no dia e na hora
prefixados para o socorro espiritual aos desencarnados menos felizes.
Observemos a folhinha, estejamos
atentos às obrigações que os Benfeitores Espirituais depositam em nossas mãos e
nas quais não devemos falhar.
Muito natural que a ausência não
justificada do companheiro a três reuniões consecutivas seja motivo para que
se lhe promova a necessária substituição.
64
BENEFÍCIOS DA DESOBSESSÃO
Erraríamos frontalmente se
julgássemos que a desobsessão apenas auxilia os desencarnados que ainda
pervagam nas sombras da mente.
Semelhantes atividades beneficiam a
eles, a nós, bem assim os que nos partilham a experiência quotidiana, seja em
casa ou fora do reduto doméstico, e, ajuda, os próprios lugares espaciais em
que se desenvolve a nossa influência.
Reuniões dedicadas à desobsessão
constituem, bastas vezes, trabalho difícil, pois, em muitas circunstâncias,
parece cair em monotonia desagradável, não só pela repetição freqüente de
manifestações análogas umas às outras, como também porque a elas comparecem,
durante largo tempo, entidades cronicificadas em rebeldia e presunção. Isso,
porém, não pode e não deve desencorajar os tarefeiros desse gênero de serviço,
de vez que nenhum pesquisador encarnado na Terra está em condições de avaliar
os benefícios resultantes da desobsessão quando está sendo corretamente
praticada.
Todos possuímos desafetos de
existências passadas, e, no estágio de evolução em que ainda respiramos,
atraímos a presença de entidades menos evolvidas, que se nos ajustam ao clima
do pensamento, prejudicando, não raro, involuntariamente, as nossas
disposições e possibilidades de aproveitamento da vida e do tempo. A desobsessão
vige, desse modo, por remédio moral específico, arejando os caminhos mentais em
que nos cabe agir, imunizando-nos contra os perigos da alienação e
estabelecendo vantagens ocultas em nós, para nós e em torno de nós, numa
extensão que, por enquanto, não somos capazes de calcular. Através dela,
desaparecem doenças-fantasmas, empeços obscuros, insucessos, além de obtermos
com o seu apoio espiritual mais amplos horizontes ao entendimento da vida e
recursos morais inapreciáveis para agir, diante do próximo, com desapego e
compreensão.
65
REUNIÓES DE MÉDIUNS ESCLARECEDORES
Os médiuns esclarecedores não podem
alhear-se do imperativo de entendimento recíproco e estudo constante em torno
das atividades que lhes dizem respeito.
Para isso, reunir-se-ão,
periodicamente, ou quando lhes seja possível, para a troca de impressões, à luz
da Doutrina Espírita, analisando tópicos do trabalho ou apresentando planos
entre si com o objetivo de melhoria e aperfeiçoamento do grupo.
Semelhantes reuniões são
absolutamente necessárias para que se aparem determinadas arestas da máquina de
ação e se ajustem providências a benefício das obras em andamento. Esses
ajustes, à maneira de sodalícios doutrinários, constituem, ainda, meios de
atuação segura e direta dos mentores espirituais do grupo para assumirem
medidas ou plasmarem advertências, aconselháveis ao equilíbrio e ao rendimento
do conjunto.
Os médiuns esclarecedores não devem
esquecer que, ao término de cada tarefa de desobsessão, quase sempre ficam
indagações e temas de serviço que, com tempo e madureza de raciocínio, merecem
analisadas, a benefício geral.
66
REUNIÕES DE ESTUDOS MEDIÚNICOS
As reuniões de estudos mediúnicos, de
ordem geral, no grupo, são necessárias.
No curso delas, em dias e horários
que não sejam os prefixados para a desobsessão, os esclarecedores e os
companheiros ouvirão os medianeiros da equipe, registrando-lhes as consultas
e impressões, a fim de que os problemas suscitados pelas faculdades e
indagações de cada um sejam solucionados à luz dos princípios espíritas
conjugados ao Evangelho de Jesus.
Aconselha-se-lhes o estudo metódico
de «O Livro dos Médiuns», de Allan Kardec, e todas as obras respeitáveis que se
relacionem com a mediunidade.
Os benfeitores desencarnados e os
Espíritos familiares estudam sempre a fim de se tornarem mais úteis na obra da
educação e do consolo junto da Humanidade Terrestre.
É imprescindível que os lidadores
encarnados estudem também.
67
REUNIÕES MEDIÚNICAS ESPECIAIS
Em determinadas circunstâncias, as
reuniões mediúnicas podem surgir como sendo necessárias a fins determinados.
Nessa hipótese, realizar-se-ão sem
qualquer prejuízo para as reuniões habituais.
Para que isso aconteça, porém, é
claramente preciso que o mentor espiritual do agrupamento trace instruções
especiais.
Noutros casos, o próprio grupo,
através do dirigente, proporá ao mentor espiritual a realização de reuniões dessa
natureza para atender a equações de trabalho socorrista, consideradas de
caráter urgente.
68
VISITA A ENFERMO
Algumas vezes, a equipe dedicada a
desobsessões é chamada ao contacto com determinado enfermo, retido no próprio
lar.
Indiscutivelmente que a visita deve
ser feita, havendo possibilidades para isso, aconselhando-se, porém, que o
grupo se faça representar por uma comissão de companheiros junto ao doente.
Essa comissão terá o cuidado de
recolher o endereço do irmão necessitado, para que o grupo preste a ele a
assistência possível.
Na visita a qualquer doente, a equipe
deve abster-se da ação mediúnica, diante dele, no que tange à doutrinação e ao
socorro aos desencarnados sofredores, reservando-se semelhante tarefa para o
recinto dedicado a esse mister.
69
VISITA A HOSPITAL
Um grupo dedicado ao trabalho da
desobsessão é constantemente requestado à prestação de serviço. Em meio aos
pedidos diversos de concurso e auxílio, aparecem as solicitações de visita a
hospitais.
Considerando a hipótese do
atendimento, é
importante que o
conjunto de serviço se represente por irmãos do círculo habilitados a
desincumbir-se da obrigação, de modo construtivo, isto é, mantendo no trato com
o enfermo ou com os enfermos atitudes edificantes de reconforto, sem mostras de
impressionabilidade doentia e sem manifestações mediúnicas extemporâneas, das
quais, em tantos casos, se prevalecem os Espíritos conturbados para agravar
sintomas e perturbações nos irmãos alienados ou doentes a que se vinculam em
processos obsessivos.
A
comissão representativa do agrupamento anotará nomes e endereços dos visitados,
para cooperação oportuna, dosando a ministração de conceitos em torno dos temas
da obsessão, quando em conversa com os enfermos ainda desprovidos de
conhecimento espírita, a fim de que a orientação curativa se lhes implante na
mente, a pouco e pouco, de maneira segura.
É imperioso observar que os médiuns
psicofônicos auxiliarão com mais eficiência se puderem conhecer, de perto, os
enfermos que lhes solicitam socorro, e os médiuns esclarecedores muito
aproveitarão no trato com os estabelecimentos de cura mental, aprendendo a
técnica de conversar com os Espíritos perturbados, no exemplo e na experiência
dos enfermeiros dignos, junto aos doentes complexos. Urge também que o comando
socorrista observe as normas vigentes na organização hospitalar visitada, comportando-se
de tal modo que não lhe fira os princípios.
70
CULTO DO EVANGELHO NO LAR
Todo integrante de uma equipe de
desobsessão precisa compreender a necessidade do culto do Evangelho no lar.
Pelo menos, semanalmente, é
aconselhável se reúna com os familiares ou com alguns parentes, capazes de
entender a importância da iniciativa, em torno dos estudos da Doutrina
Espírita, à luz do Evangelho do Cristo e sob a cobertura moral da oração.
Além dos companheiros desencarnados
que estacionam no lar ou nas adjacências dele, há outros irmãos já
desenfaixados da veste física, principalmente os que remanescem das tarefas de
enfermagem espiritual no grupo, que recolhem amparo e ensinamento, consolação
e alívio, da conversação espírita e da prece em casa.
O culto do Evangelho no abrigo
doméstico equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do
esclarecimento espiritual.
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CULTO DA ASSISTÊNCIA
Outro aspecto de serviço que os
obreiros da desobsessão não podem olvidar, sem prejuízo, é a assistência aos
necessitados.
Entidades sofredoras ou transviadas,
a quem se dirige a palavra instrutiva nas reuniões do agrupamento de socorro
espiritual, acompanham, em muitos casos, aqueles mesmos que as exortam aos
caminhos da paciência e da caridade, examinando-lhes os exemplos.
A assistência aos necessitados, seja
através do pão ou do agasalho, do auxílio financeiro ou do medicamento, do
passe ou do ensinamento, em favor dos que atravessam provações mais difíceis
que as nossas, não é somente um dever, mas também valioso curso de experiências
e lições educativas para nós e para os outros.
Nesse propósito, é impossível
igualmente esquecer que os irmãos em revolta e desespero, que nos ouvem os
apelos à regeneração e ao amor, não se transformam simplesmente à força de
nossas palavras, mas, sobretudo, ao toque moral de nossas ações, quando as
nossas ações se patenteiam de acordo com os nossos ensinamentos.
72
ESTUDOS EXTRAS
É forçoso que os seareiros da
desobsessão não se circunscrevam, em matéria de atividade espírita, aos
assuntos do grupo.
A fim de enriquecerem o próprio grupo
com valores necessários à educação coletiva e à renovação de cada companheiro,
é imprescindível aceitem o estudo nobre, qualquer que ele seja, nos arraiais da
Doutrina Espírita ou fora deles, para que progridam em discernimento e utilidade
na obra de recuperação que lhes cabe, iluminando convicções e dissipando
incertezas.
Aprender sempre e saber mais é o lema
de todo espírita que se consagra aos elevados princípios que abraça.
E na faina da desobsessão é preciso
entesouremos conhecimento e experiência, para que os instrutores Espirituais
nos encontrem maleáveis e proveitosos na extensão do bem que nos propomos
cultivar e desenvolver.
73
FORMAÇÃO DE OUTRAS EQUIPES
O conjunto de colaboradores da
desobsessão, por força do trabalho realizado, costuma dilatar-se, em número,
gradativamente, mas não admitirá integrantes novos sem que esses integrantes
demonstrem a preparação natural, a ser adquirida nas reuniões públicas de
Doutrina Espírita.
Baseado em «O Livro dos Médiuns»
(item 332), ultrapassada a quota de quatorze participes do conjunto, o diretor
da casa auxiliará os companheiros excedentes na formação de nova equipe que,
temporariamente, pode agir e servir sob a orientação do agrupamento em que
nasceu.
O círculo novo contará, desse modo,
com instruções sadias para consolidar-se, à maneira de aparelho consciente,
cujas peças se ajustarão ao lugar próprio, esparzindo frutos de fraternidade e
esclarecimento no amparo efetivo aos que sofrem, porqüanto o rendimento do
serviço lhe e, em tudo, o fator básico.
A obra redentora da desobsessão
continuará, dessa forma, providencialmente garantida pelos corações decididos
a trabalhar pelos companheiros mentalmente tombados em perturbação e
conflitos, depois da morte, e pelos que, na Terra mesmo, padecem aflitivos
processos de obsessão oculta ou declarada, para a supressão dos quais só o amor
e a paciência dispõem de fortaleza e compreensão suficientes para sustentar a
tarefa libertadora até ao fim. Isso porque a obsessão é flagelo geminado com a
ignorância, e, se apenas a escola consegue dissipar as sombras da ignorância,
somente a desobsessão poderá remover as trevas de espírito.
Fim
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