Misericórdia
Bem-aventurados
os que são misericordiosos porque obterão misericórdia. (Mateus,
5:7)
Misericórdia
é compartilhar do sofrimento alheio. É aquela dor que sentimos no
coração diante do sofrimento do outro. É o mesmo que compaixão, piedade, dó, ter
pena. O oposto de misericórdia é indiferença, dureza de coração.
A
misericórdia é obrigação de todos. Todos sofremos e precisamos que Deus
nos ampare e que as outras pessoas nos ajudem. Não é justo pedir a misericórdia
de Deus se não nos dispomos a agir da mesma forma para com o próximo. Como
esperar a compaixão alheia se não nos condoemos dos outros? É dando que se
recebe.
A
compaixão leva à benevolência. Temos a obrigação de auxiliar a todos,
na medida de nossas possibilidades. Quando nos condoemos do próximo fica mais
fácil tomar a iniciativa de ser útil. A compaixão é a virtude dos grandes heróis
da caridade.Tocados em seus corações foram ao encontro dos sofredores. É o
sentimento que levou o bom samaritano a ajudar o homem caído à beira da
estrada.
A
compaixão ajuda-nos a ser indulgentes com as imperfeições alheias. Toda
imperfeição leva a algum sofrimento. Devemos nos lembrar de como nossas
imperfeições nos fazem sofrer e como é difícil libertarmos delas.
A
compaixão ajuda a perdoar. Saber perdoar é fundamental para a conquista
da felicidade. O agressor está plantando sofrimento para o futuro. Está em pior
situação do que o ofendido. É uma pessoa doente, digna de piedade.
A
prática da misericórdia evita muito sofrimento. Muitas vezes precisamos
passar por dificuldades para amolecer nosso coração. Quem já desenvolveu a
misericórdia não necessita mais da dor para aprender a lição.
Para
desenvolver a misericórdia lembremos de que todos sofrem. Independente
da condição social, econômica ou de saúde todos sofrem. Todos têm suas dores,
mesmo que os outros não vejam. Este é um planeta de expiação e provas. Estamos
resgatando débitos e lutando com nossas imperfeições. O sofrimento é condição
natural do planeta.Quando compreendemos que somos companheiros de dor vemos a
vida com outros olhos. Deixamos de ser tão rigorosos com as outras pessoas e
enxergamos todos com compaixão.
Para
desenvolver a compaixão devemos nos colocar no lugar de quem sofre.
Devemos pensar: e se fosse comigo? Deus nos fez com a mesma sensibilidade para a
dor. Podemos avaliar o sofrimento alheio a partir de nossas experiências.
Podemos
lembrar de nossos familiares e afetos para desenvolver a compaixão.
Sofremos com as dores daqueles que amamos e mesmo quando erram não os
abandonamos. Podemos perguntar: e se fosse meu filho, minha mãe, minha esposa ou
meu amigo?
A
prece é um importante exercício para desenvolver a compaixão. A prece
aproxima-nos de Deus e de nossos irmãos. Devemos orar por todos e lembrar-nos de
seus sofrimentos. Devemos orar por aqueles com as quais não simpatizamos ou que
nos prejudicaram. Jesus ensina a orar pelos inimigos.
A
misericórdia prepara nosso coração para outros sentimentos. Abre as
portas para a prática da caridade. Os Espíritos ensinam que caridade é
benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e
perdão das ofensas.
Relação:
O Evangelho segundo o Espiritismo Capítulo X
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