Divaldo
 há cerca de 40 anos foi à Paris, hospedando-se na residência de 
familiares de um casal amigo residente aqui no Rio de Janeiro, à época: 
Ligia e Emílio Ribeiro.
A
 primeira noite naquela capital foi-lhe tormentosa, não conseguindo 
conciliar o sono de modo algum e sendo vítima de atrozes fenômenos 
psíquicos.
Pela
 manhã, sentindo-se muito estranho, pediu permissão ao casal anfitrião 
para sair e dirigir-se a algum lugar que ele mesmo não sabia onde seria.
 O casal ficou perplexo, sem entender, como uma pessoa que jamais 
houvera ido àquela cidade pedia para sair sozinho, para ir não se sabia 
aonde... Ao demais eram 7 horas de uma segunda-feira, onde os monumentos
 históricos franceses não ficam abertos à visitação pública. Mas, 
Divaldo insistiu, afirmando-lhes que levaria o endereço deles no bolso e
 dizendo que qualquer coisa os avisaria por telefone ou pegaria um táxi.
 Eles anuíram.
Divaldo
 saiu a pé, depois pegou o metrô, depois um ônibus que começou a levá-lo
 para fora da cidade. Algum tempo se passou dentro do ônibus e o médium 
cada vez mais se sentindo noutra personalidade, essa muito endurecida, 
parecendo detestar tudo e todos à volta...
O
 ônibus começou a passar perto de certo bosque. Divaldo pediu ao 
motorista para descer do veículo, dirigindo-se a uma estrada de pedras, 
muito bem cuidada, uma estrada real, que terminava em frente a enorme 
Monastério também revestido de pedras, onde bela torre de igreja ao 
fundo predominava. Era uma ordem religiosa, de monjas enclausuradas, que
 datava do século XVII, fundada em 1606 por um frade capuchinho.
Divaldo
 cada vez mais entronizava aquela personalidade estranha para ele, 
sentia-se aturdido, mas dispôs-se a bater à porta do Monastério, onde 
sorridente monja-porteira lhe informou que o Monastério não estava 
aberto à visitação pública; que as monjas eram enclausuradas e só lhes 
era permitida uma única visita masculina - a do confessor da 
Instituição.
Divaldo,
 muito pálido pediu que ela fosse chamar a monja-mestra e deu-se conta 
que estava falando em francês! Era um francês com um sotaque 
diferente...
Sem
 saber porque a moça aquiesceu, mandou-o entrar até o parlatório onde 
uma religiosa, de cerca de 60 anos, passou a lhe dizer da 
impossibilidade do intento por ele almejado. O médium mais pálido e 
suando muito disse que desejava uma entrevista com a Abadessa.
Veio a Abadessa, veneranda senhora belga de cerca de 70 anos, e passaram os dois a dialogar mais ou menos assim:
-Senhora,
 eu sou o fundador dessa Instituição, muito dura para com as jovens que 
aqui habitam, quando a instituí eu não me dava conta disso, mas hoje 
venho pedir-lhe para ser mais complacente com as monjas, aja com mais 
amor, com mais benevolência para com elas!
-
 Meu filho, você é tão jovem! Porque está falando em francês provençal? 
Meu filho, esta Instituição foi fundada no século XVII em 1625. Você 
está aturdido, vou providenciar levá-lo de volta. Onde se hospeda? Vá na
 companhia da irmã mestra e outra religiosa...
- Não antes que eu possa visitar a cela onde faleci.
- Como você sabe que nosso fundador morreu aqui?
-
 Irmã, eu sou ele! Eu vivia em orações contínuas, tanto que onde eu me 
ajoelhava, o piso de pedra-pome, ficou um pouco mais fundo que o 
restante do assoalho...A minha cela possuía uma gravura da Madona, que 
certo dia, após muitas preces, inadvertidamente, queimei um pedaço com 
uma vela acessa.
         
- Como o senhor pode saber disso? Essas referências verídicas não constam em nenhuma de nossas publicações!
          
-Irmã eu sou ele! A Irmã diz que não posso visitar minha cela porque teria que passar pelo pátio interno, onde ficam as clausuras proibidas ao sexo masculino... Mas, se formos pelo altar-mor, atrás dele, há uma porta, que dá para uns degraus, que vão terminar num corredor, onde sem passar pela clausura, sem passar pelo átrio principal, chegaremos à minha cela, irmã! Vamos!
- Como o senhor pode saber disso? Essas referências verídicas não constam em nenhuma de nossas publicações!
-Irmã eu sou ele! A Irmã diz que não posso visitar minha cela porque teria que passar pelo pátio interno, onde ficam as clausuras proibidas ao sexo masculino... Mas, se formos pelo altar-mor, atrás dele, há uma porta, que dá para uns degraus, que vão terminar num corredor, onde sem passar pela clausura, sem passar pelo átrio principal, chegaremos à minha cela, irmã! Vamos!
-
 Já que insiste tanto e para acabarmos logo com isso, venha e mostre-nos
 o caminho que diz conhecer! E Divaldo foi à frente, mostrando o 
caminho, que reconhecia, com a Abadessa logo atrás dele, depois a 
irmã-mestra seguida pela monja-porteira. Como nos velhos tempos... O 
fundador à frente de todas...
Depois
 do desejo do médium ter sido concretizado e, Divaldo ter observado na 
cela a surrada vestimenta do sacerdote, ter visto o chão realmente 
amolgado perto do genuflexório, e de não ter visto mais a gravura da 
Madona que lá não estava mais, todos muito emocionados, retornaram pelo 
mesmo caminho...
A
 Abadessa pediu para que as outras duas se retirarem e lhe pergunta o 
que seria aquele fenômeno. Divaldo fala-lhe abertamente da reencarnação,
 da lei de causa e efeito e, promete mandar-lhe o EVANGELHO SEGUNDO O 
ESPIRITISMO e O LIVRO DOS ESPÍRITOS em francês, logo que retornasse à 
Paris.
Já
 era hora do almoço e Divaldo, convidado, almoça na Instituição. 
Continuam a conversar o médium e a Abadessa. Ela, muito emocionada, 
expressa amargura por saber disso tudo “tão tarde”, ao que Divaldo lhe 
diz que não, que ela estava na plenitude das suas forças e que poderia 
com o novo conhecimento, usar do Amor Incondicional do Cristo para com 
as moças ali recolhidas. Convidado a lanchar, pois já eram 16 horas, ele
 declina do convite, mas aceita voltar com as referidas monjas para 
Paris onde por certo o casal amigo deveria estar preocupado com tão 
prolongada ausência.
No
 dia seguinte, refeito e feliz, ele próprio vai a uma livraria para 
comprar os dois livros de Kardec, que o seu anfitrião, gentilmente, 
entrega no Monastério.
 
 
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