Dai de graça o que de graça recebe...
No capítulo XXVI do Evangelho Segundo o Espiritismo temos: Deem gratuitamente o que gratuitamente receberam. Como subtítulos: Dom de Curar; Preces Pagas, Vendedores expulsos do templo e Mediunidade Gratuita.
Qualquer um destes temas, traz à tona diversos assuntos e necessidades que o encarnado moderno vive em sua rotina diária. O Evangelho nos traz as palavras sábias de Jesus e Seu exemplo, mas a modernidade trouxe a deturpação de vários ensinamentos.
Como lidar com as despesas de manutenção de uma casa de fé?
Como saber se a mediunidade não é utilizada em certas profissões?
Sem citar nomes, todos conhecem, dentro do movimento espírita, vários médiuns de cura e alguns bem famosos. Mas como sugere o Evangelho “(...) o médico dá o fruto dos seus estudos (...) o médium curador dá o fluido salutar dos bons Espíritos: não tem o direito de vende-los”, porém infelizmente não vivenciamos isto sempre e independente de julgamentos, que sempre serão equivocados, pois não conhecemos tudo, a pergunta é: como manter dentro dos ensinamentos da espiritualidade maior, o atendimento a multidões que invariavelmente procuram este tipo de ajuda? Muitas vezes do médium deixa seu trabalho que o sustenta, pois não há como conciliar.
Há inúmeras Casas – Espíritas ou de outras religiões – que ao entrar nos deparamos com vários tipos de comércio: lanchonetes, bazar, bingos, rifas, taxa “simbólica” etc., etc....
Como agir quando entramos nestes lugares? O que é permitido fazer seguindo o exemplo, ou no mínimo, os ensinamentos dos Espíritos superiores?
Algumas Casas Espíritas, na qualidade de pessoa jurídica, cobram uma “mensalidade” de seus frequentadores mais antigos? Poderia isto ser encarado como uma cobrança a oração, ao passe, ao atendimento que ali recebem?
Ao pensarmos na Mediunidade como um todo, não somente na curativa já mencionada, a confusão é maior ainda: “sou psicóloga e sei que uso de minha mediunidade para atender certos pacientes, isso é certo?”, “uso minha mediunidade ao escrever um livro – ao compor uma música – ao atender as pessoas ...” enfim o que fazer sem ferir a conduta certa ou ideal?
Além da cobrança material, há também a cobrança moral. Pode parecer estranho, mas há casos onde a exposição do médium pela cura conseguida, ou pela mediunidade infalível e maravilhosa, por ser o intermediário eficiente e eficaz entre os encarnados e os Espíritos superiores, causam sérios danos aos médiuns.
Dominar o próprio ego é muito difícil quando acredita-se ter “poderes” infalíveis.
E não podemos esquecer também a responsabilidade daquele que paga para ser atendido pelo médium curador, ou que se exime da oração por acreditar que a prece paga, terá o mesmo efeito. Entender que o agradecimento sincero é mais importante, também é uma forma de incentivarmos a prática correta da mediunidade.
Não haveria a infração se não houvesse o infrator.
Então perguntamos:
Não podemos colocar a mediunidade no modo “espera” quando trabalhamos profissionalmente, como lidar com isto?
Como médium curador há a necessidade da disciplina e manter horários distintos para atendimento e profissão?
Não estamos defendendo nenhuma ideia pré-concebida, estas perguntas são necessárias apenas à compreensão do ser, para a escolha do caminho mais correto.
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