ABORTO E HOMOSSEXUALISMO, NA VISÃO DE: EMMANUEL, ANDRÉ LUIZ E
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
ABORTO
- EMMANUEL:Pergunta - Constitui crime a provocação do aborto, em
qualquer período de gestação? Resposta - Há crime sempre que transgredis a
lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a
vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de
passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava
formando. Item n° 358, de "O Livro dos espíritos". Falamos naturalmente
acerca de relações internacionais, sociais, públicas, comerciais, clareando as
obrigações que elas envolvem; no entanto, muito freqüentemente marginalizamos as
relações sexuais - aquelas em que se fundamentam quase todas as estruturas da
ação comunitária. Esquece-se, habitualmente, de que o homem e a mulher, via de
regra, experimentam instintivo horror à solidão e que, à vista disso, a comunhão
sexual reclama segurança e duração para que se mostre com garantias necessárias.
Impraticável, sem dúvida, impor a continuidade da ligação entre duas criaturas,
a preço de violência; no entanto, à face das contingências e contratempos pelos
quais o carro da união esponsalícia deve passar pelas estradas do mundo, as leis
da vida, muito sabiamente, estabelecem nos filhos os elos da comunhão entre os
cônjuges, atribuindo-lhes a função de fixadores da organização familiar; com a
colaboração deles, os deveres do companheiro e da companheira, no campo da
assistência recíproca, se revelam mais claramente perceptíveis e o lar se alteia
por escola de aperfeiçoamento e de evolução, em marcha para a aquisição de mais
amplos valores do espírito, no Mundo Maior. De todos os institutos sociais
existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos
alicerces morais que regem a vida. É pela conjunção sexual entre o homem e a
mulher que a Humanidade se perpetua no Planeta; em virtude disso, entre pais e
filhos residem os mecanismos da sobrevivência humana, quanto à forma física, na
face do orbe. Fácil entender que é assim justamente que nós, os espíritos
eternos, atendendo aos impositivos do progresso, nos revezamos na arena do
mundo, ora envergando a posição de pais, ora desempenhando o papel de filhos,
aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo carnal, as lições profundas do
amor - do amor que nos soerguerá, um dia, em definitivo, da Terra para os Céus.
Com semelhantes notas, objetivamos tão-só destacar a expressão calamitosa do
aborto criminoso, praticado exclusivamente pela fuga ao dever. Habitualmente -
nunca sempre - somos nós mesmos quem planifica a formação da família, antes do
renascimento terrestre, com o amparo e a supervisão de instrutores beneméritos,
à maneira da casa que levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos e técnicos
distintos. Comumente chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes,
programando-lhes a volta em nosso convívio, a prometer-lhes socorro e
oportunidade, em que se lhes reedifique a esperança de elevação e resgate,
burilamento e melhoria. Criamos projetos, aventamos sugestões, articulamos
providências e externamos votos respeitáveis, englobando-nos com eles em
salutares compromissos que, se observados, redundarão em bênçãos substanciais
para todo o grupo de corações a que se nos vincula a existência. Se, porém,
quando instalados na Terra, anestesiamos a consciëncia, expulsando-os de nossa
companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever
as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras
épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em amigos potenciais, à custa
das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje - e isso ocorre
bastas vezes, em todas as comunidades da Terra - inimigos recalcados que se nos
entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor,
nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena
experiência física, na condição de filhos-problemas, impondo-nos trabalho e
inquietação. Admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto
delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de
etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando
vastos departamentos de hospitais e prisões.
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ABORTO
- ANDRÉ LUIZ
Reconhecendo-se
que os crimes do aborto provocado criminosamente surgem, em esmagadora maioria,
nas classes mais responsáveis da comunidade terrestre, como identificar o
trabalho expiatório que lhes diz respeito, se passam quase totalmente
despercebidos da justiça humana?
ANDRÉ
LUIZ: Temos no Plano Terrestre cada povo com seu código penal apropriado à
evolução em que se encontra, mas, considerando o universo em sua totalidade como
o Reino Divino, vamos encontrar o Bem do Criador para todas as criaturas, como
Lei Básica, cujas transgressões deliberadas são corrigidas no próprio infrator,
com o objetivo natural de conseguir-se, em cada círculo de trabalho no Campo
Cósmico, o máximo de equilíbrio com o respeito máximo aos direitos alheios,
dentro da mínima quota de pena. Atendendo-se, no entanto, a que a Justiça
Perfeita se eleva, indefectível, sobre o Perfeito Amor, no hausto de Deus "em
que nos movemos e existimos", toda reparação, perante a Lei Básica a que nos
reportamos, se realiza em termos de vida eterna e não segundo a vida
fragmentária que conhecemos na encarnação humana, porquanto, uma existência pode
estar repleta de acertos e desacertos, méritos e deméritos e a Misericórdia do
Senhor preceitua, não que o delinqüente seja flagelado, com extensão
indiscriminada de dor expiatória, o que seria volúpia de castigar nos tribunais
do destino, invariavelmente regidos pela Equidade Soberana, mas sim que o mal
seja suprimido de suas vítimas, com a possível redução de sofrimento. Desse
modo, segundo o princípio universal do Direito Cósmico e expressar-se, claro,
nos ensinamentos de Jesus que manda conferir "a cada um de acordo com as
próprias obras", arquivamos em nós as raízes do mal que acalentamos para
extirpá-las à custa do esforço próprio, em companhia daqueles que se nos afinem
à faixa de culpa, com os quais, perante a Justiça Eterna, os nossos débitos
jazem associados. À face de semelhante fundamentos, certa romagem na carne,
entremeada de créditos e dívidas, pode terminar com aparências de regularidade
irrepreensível para a alma que desencarna, sob o apreço dos que lhe comungam a
experiência, seguindo-se de outra em que essa mesma criatura assuma a empreitada
do resgate próprio, suportando nos ombros as conseqüências das culpas contraídas
diante de Deus e de si mesma, afim de reabilitar-se ante a Harmonia Divina,
caminhando, assim, transitoriamente, ao lado de espíritos incursos em
regeneração da mesma espécie. É dessa forma que a mulher e o homem,
acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher,
cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente
da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam
as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro
genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que
frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo. Isso ocorre não
somente porque o remorso se lhes entranhe no ser, à feição de víbora magnética,
mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e
desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes
reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do
destino. No homem, o resultado dessas ações aparece, quase sempre, em
existência imediata àquela na qual se envolveu em compromissos desse jaez, na
forma de moléstias testiculares, disendocrinias diversas, distúrbios mentais,
com evidente obsessão por parte de forças invisíveis emanadas de entidades
retardatárias que ainda encontram dificuldade para exculpar-lhes a
deserção. Nas mulheres, as derivações surgem extremamente mais graves. O
aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido
por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o
delito de lesa-maternidade, mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias
indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhe façam as
gratificações e os obséquios do Espíritos Amigos e Benfeitores que lhe recordam
as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com
o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente
admitido num festim brilhante, carregando uma chaga que a todo instante se
denuncia. Dessarte, ressurgem na vida física, externando gradativamente, na
tessitura celular de que se revestem, a disfunção que podemos nomear como sendo
a miopraxia do centro genésico atonizado, padecendo, logo que reconduzidas ao
curso da maternidade terrestre, as toxemias da gestação. Dilapidado o equilíbrio
do centro referido, as células ciliadas, mucíparas e intercalares não dispõe da
força precisa na mucosa tubária para a condução do óvulo na trajetória
endossalpingeana, nem para alimentá-lo no impulso da migração por deficiência
hormonal do ovário, determinando não apenas os fenômenos da prenhez ectópica ou
localização heterotópica do ovo, mas também certos síndromes hemorrágicos de
suma importância, decorrentes da nidação do ovo fora do endométrio ortotópico,
ainda mesmo quando este já esteja acomodado na concha uterina, trazendo
habitualmente os embaraços da placentação baixa ou a placenta prévia
hemorragípara que constituem, na parturição, verdadeiro suplício para as
mulheres portadoras do órgão germinal em desajuste. Enquadradas na arritmia
do centro genésico, outras alterações orgânicas aparecem, flagelando a vida
feminina, , como sejam o descolamento da placenta eutópica, por hiperatividade
histolítica da vilosidade corial; a hipocinesia uterina, favorecendo a
germicultura do estreptococo ou do genococo, depois das crises endometríticas
puerperais, a salpingite tuberculosa, a degeneração cística do cório; a
salpigooforite, em que o edema e o exsudato fibrinosos provocam a aderência das
pregas da mucosa tubária, preparando campo propício às grandes inflamações
anexiais, em que o ovário e a trompa experimentam a formação de tumores
purulentos que os identificam no mesmo processo de desagregação; os síndromes
circulatórios da gravidez aparentemente normal, quando a mulher, no pretérito,
viciou também o centro cardíaco, em conseqüência do aborto calculado e seguido
por disritmia das forças psicossomáticas que regulam o eixo elétrico do coração,
ressentindo-se, como resultado, na nova encarnação e em pleno surto de gravidez,
da miopraxia do aparelho cardiovascular, com aumento da carga plasmática na
corrente sanguínea, por deficiência no orçamento hormonal, daí resultando graves
problemas da cardiopatia conseqüente. Temos ainda a considerar que a mulher
sintonizada com os deveres da maternidade na primeira ou, às vezes, até na
segunda gestação, quando descamba para o aborto criminoso, na geração dos filhos
posteriores, inocula, automaticamente no centro genésico e no centro esplênico
do corpo espiritual as causas sutis de desequilíbrio recôndito, a se lhe
evidenciarem na existência próxima pela vasta acumulação do antígeno que lhe
imporá as divergências sanguíneas com que asfixia, gradativamente, através da
hemólise, o rebento de amor que alberga carinhosamente no próprio seio, a partir
da segunda ou terceira gestação, porque as enfermidades do corpo humano, como
reflexos das depressões profundas da alma, ocorrem dentro de justos períodos
etários. Além dos sintomas que abordamos em sintética digressão na
etiopatogenia das moléstias do órgão genital da mulher, surpreenderemos largo
capítulo a ponderar no campo nervoso, à face da hiperexitação do centro
cerebral, com inquietantes modificações da personalidade, a raiarem, muitas
vezes, no martirológico da obsessão, devendo-se ainda salientar o caráter
doloroso dos efeitos espirituais do aborto criminoso, para os ginecologistas e
obstetras delinqüentes.
Para
melhorar a própria situação, que deve fazer a mulher que se reconhece, na
atualidade, com dívidas no aborto provocado, antecipando-se, desde agora, no
trabalho de sua própria melhoria moral, antes que a próxima existência lhe
imponha as aflições regenerativas?
ANDRÉ
LUIZ: Sabemos que é possível renovar o destino todos os dias. Quem ontem
abandonou os próprios filhos pode hoje afeiçoar-se aos filhos alheios,
necessitados de carinho e abnegação. O próprio Evangelho do Senhor, na
palavra do Apóstolo Pedro (I Pedro, 4:8), adverte-nos quanto à necessidade de
cultivarmos ardente carinho uns para com os outros, porque a caridade cobre a
multidão de nossos males.
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Pergunta
- Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no
de uma mulher? Resposta: - Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são
as provas por que haja de passar. Item n° 202, de "O Livro dos Espíritos". A
homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de
ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da
criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não
encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto
em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da
reencarnação. Observada a ocorrência, mais com os preconceitos da sociedade,
constituída na Terra pela maioria heterossexual, do que com as verdades simples
da vida, essa mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, com o
próprio desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na atualidade, em todos os
países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando
milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade
ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais. A coletividade
humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade
e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais
morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da
dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária
pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal
que causa com a parte que assume no jogo da delinqüência. A vida espiritual pura
e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de
milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora
em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o
fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as
criaturas. O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva,
acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação
psicológica absoluta. A face disso, a individualidade em trânsito, da
experiência feminina para a masculina ou vice versa, ao envergar o casulo
físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que teráestagiado
por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação masculina que o segregue,
verificando-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas
circunstâncias. Obviamente compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no
renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não
apenas atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor
de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas. O homem que
abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a
destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a
buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino,
aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher
que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente
masculino, com idênticos fins. E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos
cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de
agrupamentos humanos e,conseqüentemente, na elevação de si próprios, rogam dos
Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico,
em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente
se definem. Escolhem com isso viver temporàriamente ocultos na armadura carnal,
com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de
maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam.
Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa
de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado,
tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual. E para que isso se
verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais
alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida
eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquerprocedência, nos domínios do
sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e
Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se
especificam na intimidade da consciência de cada
um.
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