QUANDO
O TÉDIO APAREÇA
Pelo
Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro
Coragem. Lição nº 01. Página 13.
Quando
o desalento te ameace o caminho, pensa nos outros, naqueles que não dispõem de
tempo para qualquer entrevista com o tédio.
Se
te acreditas amargando lições demasiado severas no educandário da vida,
frequenta, de quando em quando, a escola das grandes provações, onde os
aprendizes se acomodam na carteira das lágrimas.
Muitos
jazem na rua, estendendo mãos fatigadas aos que passam com pressa.
Em
maioria, são doentes que a onda renovadora do grupo social atirou à praia da
assistência pública ou mães aflitas a quem as exigências de filhos pequeninos
ainda não permitem a liberalidade de uma profissão.
Provavelmente,
alguém dirá que entre eles se encontram oportunistas e malfeitores que se
fantasiam de enfermos para te assaltarem a bolsa em nome da piedade.
Compreendemos
semelhante alegação e justificamo-la, porque o mal existe sempre onde lhe
queiramos destacar a presença e, conquanto te roguemos o benefício da prece, em
favor dos que agem assim, mais por ignorância que por maldade, apelamos para que
consultes ainda aquelas outras salas de aula que se enfileiram no recinto dos
hospitais e nos albergues esquecidos.
Acompanha
os estudos daqueles cujo corpo se carrega de feridas dolorosas para agradeceres
a pele sadia que te veste a figura ou segue a cartilha de agoniadas emoções dos
que se recolhem nos manicômios, sorvendo angústia e desespero nos resvaladouros
da loucura ou da obsessão, a fim de valorizares o cérebro tranquilo que te coroa
a existência...
Visita
os asilos que resguardam a sucata do sofrimento humano e observa as disciplinas
dos que foram entregues às meditações da penúria, para quem um simples sanduíche
é um brinde raro e partilha os exercícios de saudade e de dor dos que foram
abandonados pelos entes que mais amam, a fim de abençoares o pão de tua casa e
os afetos que te enriquecem os dias.
Quando
o tédio te procure, vai à escola da caridade...
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