Como Deus Tirou o Homem de Barro ou Pó da Terra -
Todos
conhecemos a alegoria bíblica da formação do homem, mas nem todos
sabemos que, para muita gente, essa alegoria representa uma verdade
incontestável, uma realidade. Diz a tradução de Almeida, no cap. II do
Gênesis, vers. 7: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e
soprou em seus narizes o fôlego da vida: e o homem foi feito alma
vivente". A mesma tradução, na edição revista e atualizada da Sociedade
Bíblica do Brasil, corrige "narizes" para "narinas" e faz outras
pequenas alterações. Na tradução de Figueiredo "o pó da terra" é
substituído pelo "barro da terra". De qualquer maneira, o fato essencial
é o mesmo em todas as versões bíblicas, ou seja: Deus formou o homem da
terra e assoprou-lhe a vida nas narinas.
O Espiritismo não pode admitir que essa alegoria, aliás muito bela e expressiva, seja tomada ao pé da letra. Kardec admite, no Livro dos Espíritos, que Adão tenha realmente existido, como possível sobrevivente de um cataclismo na região citada pelo Bíblia. Mas adverte que é mais razoável considerá-lo como um mito ou uma alegoria, "personificando as primeiras idades do mundo". A espécie humana não começou por um só homem. Surgiu na Terra pelo encadeamento natural da evolução dos seres. Em A Gênese, Kardec estuda a posição do homem na escala animal e declara: "Por mais que isso possa ferir o seu orgulho, o homem deve resignar-se a ver no seu corpo material o último elo da animalidade na Terra".
Há contradição, neste ponto, entre a Bíblia e o Espiritismo? Kardec responde acertadamente que não. Porque o Espiritismo apenas explica a alegoria bíblica, dá-lhe a necessária interpretação, esclarece-nos quanto ao espírito da letra, em vez de escravizar-nos à "letra que mata". Os que, pelo contrário, se apegam à letra, acabam fazendo da Bíblia um livro absurdo, contraditório e inaceitável para as pessoas de discernimento. Os Espíritos esclarecem bem esta questão, como vemos na pergunta 47 de O Livro dos Espíritos.
Kardec pergunta: "A espécie humana estava entre os elementos orgânicos do globo terrestre"? E a resposta é a seguinte: "Sim, e veio a seu tempo, ; foi isso que deu motivo a dizer-se que o homem foi feito do limo da terra". Como se vê, por esta clara resposta, a obra de Deus não se assemelha aos grosseiros trabalhos humanos. Deus cria através de processos cósmicos ainda inacessíveis ao nosso entendimento. Os livros bíblicos não poderiam tratar da criação do homem senão de forma alegórica.
O Espiritismo não pode admitir que essa alegoria, aliás muito bela e expressiva, seja tomada ao pé da letra. Kardec admite, no Livro dos Espíritos, que Adão tenha realmente existido, como possível sobrevivente de um cataclismo na região citada pelo Bíblia. Mas adverte que é mais razoável considerá-lo como um mito ou uma alegoria, "personificando as primeiras idades do mundo". A espécie humana não começou por um só homem. Surgiu na Terra pelo encadeamento natural da evolução dos seres. Em A Gênese, Kardec estuda a posição do homem na escala animal e declara: "Por mais que isso possa ferir o seu orgulho, o homem deve resignar-se a ver no seu corpo material o último elo da animalidade na Terra".
Há contradição, neste ponto, entre a Bíblia e o Espiritismo? Kardec responde acertadamente que não. Porque o Espiritismo apenas explica a alegoria bíblica, dá-lhe a necessária interpretação, esclarece-nos quanto ao espírito da letra, em vez de escravizar-nos à "letra que mata". Os que, pelo contrário, se apegam à letra, acabam fazendo da Bíblia um livro absurdo, contraditório e inaceitável para as pessoas de discernimento. Os Espíritos esclarecem bem esta questão, como vemos na pergunta 47 de O Livro dos Espíritos.
Kardec pergunta: "A espécie humana estava entre os elementos orgânicos do globo terrestre"? E a resposta é a seguinte: "Sim, e veio a seu tempo, ; foi isso que deu motivo a dizer-se que o homem foi feito do limo da terra". Como se vê, por esta clara resposta, a obra de Deus não se assemelha aos grosseiros trabalhos humanos. Deus cria através de processos cósmicos ainda inacessíveis ao nosso entendimento. Os livros bíblicos não poderiam tratar da criação do homem senão de forma alegórica.
De "Visão Espírita da Bíblia",
de José Herculano Pires
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