Perante
os quadros do mundo
Se a tentação te salteia,
Não invejes no caminho
O
fausto da vida alheia.
Banquetes,
festas, prazeres,
E mundanas evidências
São ligeiros artifícios
No jogo
das aparências.
Registra
o velho rifão
Na luta que te apoquenta:
"Quanto mais amplo o navio
Mais
ampla surge a tormenta."
Comumente,
orquestra e flores,
Com seda e brilho a granel,
Escondem grandes
feridas
Rasgadas em lodo e fel.
A
mulher muito enfeitada
Muita vez guarda aflição
De todo um Vesúvio
ardendo
Nas fibras do coração.
O
homem que administra
No poder a que se eleva
Quase sempre traz
consigo
Tristeza, amargura e treva.
Recorda
que a vaidade
Hoje bela, altiva e forte,
Amanhã será jungida
Ao frio
grilhão da morte.
Não
guardes fome de ouro,
Não te esqueças de que a usura
Acaba
desesperada
No gele da sepultura.
Não
acalentes a inveja,
Chaga em lama horrenda e informe.
Trabalha e serve,
lembrando
Que a justiça nunca dorme
Conserva
a simplicidade
E ajuda sem distinção.
A glória da caridade
É filha da
compaixão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário