Os 10 mandamentos do Casal
1. Nunca irritar-se ao mesmo
tempo
A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a
situação é complicada, mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos
dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação
conflitante. É preciso convencermo-nos de que na explosão nada será feito de
bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços,
morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer.
D. Helder Câmara tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a
cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem
dar doçura...".
2. Nunca gritar um com o outro
A não ser que a casa esteja pegando
fogo.
Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto
mais alguém grita, menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar
resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria... Gritar é próprio daquele que é
fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos
argumentos e pela razão.
3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que
seja o outro
Perder uma discussão pode ser um ato de
inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que
a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se
por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro
"vença", para que mais rapidamente ela termine. Discussão no casamento é
sinônimo de "guerra", de luta inglória. "A vitória na guerra deveria ser
comemorada com um funeral"; dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma
disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a
determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer que basta uma
pequena nuvem para esconder o sol. Às vezes uma pequena discussão esconde por
muitos dias o sol da alegria no lar.
4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com
amor
A outra parte tem que entender que a crítica tem o
objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for
construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos
um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso
funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze
pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa
Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa
dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.
5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do
passado
A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém
gosta de ser caracterizado por seus defeitos. Toda vez que acusamos a pessoa por
seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se
livre deles. Certamente não é isto que queremos para a pessoa amada. É preciso
todo o cuidado para que isto não ocorra nos momentos de discussão. Nestas horas
o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais
controlado, deve ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não
revidar em palavras, senão a discussão aumenta, e tudo de mau pode acontecer, em
termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas. Nos tempos horríveis da
"guerra fria", quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear,
como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o
mundo: "a paz impõe-se somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia,
pela caridade". Ora, se isto é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é
válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de
Kemphis, na Imitação de Cristo, "primeiro conserva-te em paz, depois poderás
pacificar os outros". E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: "se a guerra
é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz". Portanto, para haver
vida no casamento, é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa
maturidade.
6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável,
menos com o cônjuge
Na vida a dois tudo pode e deve ser importante,
pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o
cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja
atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.
7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um
acordo
"Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento"
(Ef 4,26b)
Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema
poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema, sem
solução. Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior,
para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo
acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem. Os problemas da
vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los,
até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A
atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança
busquemos a solução.
8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma
palavra carinhosa
Muitos têm reservas enormes de ternura, mas
esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer
isto também com palavras. Especialmente para as mulheres, isto tem um efeito
quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e
bem estar. Muitos homens têm dificuldade neste ponto; alguns por problemas de
educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância. Como
são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: "eu te
amo", "você é muito importante para mim", "sem você eu não teria conseguido
vencer este problema", "a tua presença é importante para mim"; "tuas palavras me
ajudam a viver"... Diga isto ao outro com sinceridade toda vez que experimentar
o auxílio edificante dele.
9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir
desculpas
Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que
admite o seu erro demonstra ser honesta consigo mesma e com o outro. Quando
erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro,
pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não
repeti-lo. Isto é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas
serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a
coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o
motivo do conflito no relacionamento, e a paz retorna aos corações. É nobre
pedir perdão!
10. Quando um não quer, dois não
brigam
É a sabedoria popular que ensina isto. Será preciso
então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à
briga. Tomar esta iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e
amor. E a melhor maneira será "não pôr lenha na fogueira", isto é, não alimentar
a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração
do outro. Outras vezes será por um abraço carinhoso, ou por uma palavra
amiga.
===========================================
Nenhum comentário:
Postar um comentário