Na atualidade, muitos são os que lamentam a solidão. Dizem que a tecnologia
afastou as pessoas umas das outras. Que a violência transformou indivíduos em
autômatos programados para esperar agressões e reagir.
O
diálogo foi substituído pelos programas televisivos. As visitas entre amigos,
com os intermináveis bate-papos se extinguiram, graças a dispositivos
tecnológicos que permitem contatos na nossa aldeia global, sem sair da frente de
um visor.
Falam
de indiferença e frieza nos corações. Afinal, ninguém se importa com ninguém.
Colocam-se grades nas janelas das casas, cercas energizadas e seguranças nas
portarias de edifícios.
Isolam-se
os seres entre as paredes que adquiriram à custa de esforço e muito
trabalho.
Por
isso, dizem, o homem está se tornando o ser mais solitário da Terra. Abandonando
a riqueza do contato interpessoal pela frieza das máquinas, o aperto de mão
pelos alôs tecnológicos, as conversas enriquecedoras pela frieza de uma tela de
TV.
No
entanto, todo o quadro pode e deve ser revertido, bastando que se deseje.
Cultivar amizades, distribuir afagos, buscar companheiros para o entretenimento
sadio, aplaudir um teatro, sair com colegas de trabalho para uma tarde de lazer
junto à natureza são atos a que todos podemos nos propor.
Para
espantar a solidão existem fórmulas especiais e muito fáceis. Basta programar-se
e convidar amigos para o final de semana.
Abrir
o lar para um encontro simpático, sem a exagerada preocupação de servir petiscos
muito elaborados, que demandam tempo enorme no seu preparo, quando o tempo deve
ser dispensado aos que elegemos para estarem conosco, algumas horas.
Aprendamos
a desfrutar da companhia do outro. Deus criou o homem para viver em sociedade.
No contato humano é que burilamos experiências e sentimentos, aprendendo a
disciplina do próprio proceder.
E,
se acaso, formos daquelas criaturas que afirmamos não ter amigos, colegas ou
seja quem for para recepcionar ou visitar, há muitos seres no mundo, sem
ninguém.
Por
que não preencher o vazio de afeições que partiram ou que nunca se fizeram
presentes, pela carinha festiva de uma criança?
Por
que não apadrinharmos crianças sem lar, em dias preestabelecidos? Por que não
nos programarmos para passear, em dias de sol e festa primaveril, pelos parques
da cidade, com um petiz que nos tomará da mão, ficará roçando sua cabecinha em
nós, à busca de mais carinho?
Há
os que temem assumir a responsabilidade de adoção plena. Contudo, por que não
lhes dispensar algumas horas de carinho por semana?
Preparemos
o lar, com brinquedos, alguns pratos diferentes, saborosos e repletemos a alma
de felicidade, doando amor.
A
mais expressiva técnica para espantar a solidão é dispor-se a amar. E há tantos
que esperam pela nossa disposição de amar!
Se
temermos buscar em instituições que abrigam esses pequenos, por qualquer questão
pessoal que ainda não consigamos vencer, olhemos ao redor.
Não
haverá, perto de nós, crianças solitárias e tristes, que anseiem por um gesto de
carinho?
O
mundo aguarda nosso amor. Espanquemos as nuvens espessas da solidão em que nos
abrigamos e comecemos a ser felizes, fazendo alguém feliz, porque o amor somente
beneficia a quem ama.
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