O retorno do Apóstolo Chico Xavier
Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado
com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da
mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo
durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física,
advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões, bem
como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.
Orfandade,
perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o
cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências
superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer
interiormente no rumo do objetivo de iluminação.
Adversários
do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de
crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu
amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que
lhe dirigiam.
Experimentou
abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações
incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade
moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da
sociedade, nem aos sentimentos vis.
Sempre
se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da
Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.
Trabalhando
infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o
archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos
mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras
tantas existências.
Nunca
se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o
metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem
apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.
Lentamente,
pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão,
sensibilizou o povo e os seus líderes, que passaram a amá-lo; tornou-se
parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência
para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da
mediunidade.
Sua
palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e
encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.
Em
contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou,
extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao
compromisso assumido.
Abandonado
por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou
de realizar o seu compromisso para com a vida, nunca desertando das
suas tarefas.
As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade.
A
claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão
interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da
Espiritualidade.
Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.
Seus
silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões
perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam à sua volta e longe
dele, sobre a doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.
Tornou-se
a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do
corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como
penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto
tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e
cinco anos de devotamento e de renúncia na mediunidade luminosa.
Por isso mesmo, o seu foi mediunato incomparável.
...E
ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se
aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus,
que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe:
-
Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da
Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do Reino dos Céus.
Joanna de Ângelis
Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira
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