A Caminho da Luz

sábado, 27 de abril de 2013

O Trabalho II


O Trabalho 
    Desperta a mãe úmida e fria da saudosa Assis, nos convidando aos trabalho regenerador, o que naquela época resumia-se, maiormente, em sanar a fome do físico e sempre, sempre, alimentar o espírito em tratamento que nos chegava à mansarda que crescia, multiplicava, pois a força do amor é invencível. Chuva monçônica ou seca desértica despencavam e, nós, na urgência  de quem queria ajudar, saímos a cantar e buscar alimentos para aqueles corações famintos que procuravam, em nós, a paternidade a muito esquecida nos veios do tempo.
    Conforto não podíamos dar. Barracas improvisadas, acolhiam o são, o doente, o limpo, o hanseniano, o pobre, o ex-rico da materialidade, enfim todos aqueles para os quais a hora do despertamento da alma chamava-lhes ao resgate dos veios criminosos de outrora. Para alguns as barracas eram mansões de paz, para maioria era a manjedoura necessária. Para alguns era a possibilidade de ascender às necessidades que Cristo via para nós; para outros nova tentativa de sair da inação espiritual. Não abríamos-lhes as janelas do passado, apenas ensinávamos a amar.
    Não obstante, se é que tínhamos tanto a dar, éramos provedores. Muitos poucos entendiam a priorizarão entre o pão físico e o pão espiritual. Não importava: dava-mos o que era pedido. Lembram-nos as recordações, que mesmo uma palavra amiga, um sorriso, um toque, uma prosa jocosa, tinham o efeito de uma lágrima de Jesus caindo-nos em feridas mal cicatrizadas, criadas pela perfídia humana.
Eram mães sem esposos, cujos filhos passaram a ser nossos filhos e, das quais seríamos, para sempre, somente gratizzimos fratellos. Pessoas de todas as idades  que procuravam, pois a seletividade social haviam-lhes banido em função da hanseníase, loucuras, carência de bens, enfim, a todos acolhíamos com a sincera intenção de ajudar. Mas pessoas carente de oportunidade de orar. Francesco foi médico, dentista, psicólogo, amoroso pai e irmão. Lembramo-nos, cena acerba, que ele além de receber leprosos, beijava cada um como se, sem o beijo, não existisse a caridade. Nunca via a caridade do Pão, como algo material, mas em seu significado mais profundo: a caridade do amor a sanar almas.
    Havíamos, apesar dos nãos das forças evangélicas em supremacia, iniciado pela força do amor a reforma da hoje, Basílica di  Francesco di Assisi. Ali começamos as primeiras lutas para alimentar do espiritual quem necessitasse. Foi luta hercúlea, pois na medida em que crescia em tamanho, muitos, sem opção de manifestar, acorriam até nós, levando-nos, sem pedirmos, o pão que saciava. Muitas vezes, iam para não mais voltar. Tornavam-se escravo do amor incondicional ao Cristo. Outros iam, viam, julgavam-se curados e, voltavam para a vida material que já tinham. Já preparavam à surdina para nós surpresas álacres.
    Saudades temos das inúmeras vezes saímos, sujos, molhados cantando músicas simples, mas objetivas, pedindo o óbolo do alimento para o próximo, pois nosso alimento primeiro era a prece. Quantas portas e janelas fechadas aos nosso rogos, quantas oportunidades de redenção víamos ser perdidas. Quantos pais que fecharam as portas para não ver-nos, mas compensação, quantos filhos abriam a janela da alma, dando-nos os alimentos, não para nós, mas para nossos filhos e filhas, obtendo créditos no céu..
    Não tínhamos uma organização religiosa; éramos jovens idealista, para os quais o chamado do Cristo, foi por demais claro.  Éramos – a maioria de nós éramos bem posicionados materialmente – considerados como pagliazzo della vita, pil vizzionarios, maledetos deabolos, quando na realidade éramos éramos doentes cientes da cura com  o Jesus da manjedoura.
    Muitas vezes fomos visitados por representantes papais que, ao virem que o que estava senso feito, era ser seguido o evangelho na letra, saiam com sentimentos dicotômicos, variando desde o acórdão de nossa situação mental, até a própria inclusão inconscientes em nossas hostes. Francesco sabia amar, sabia cativar, nunca se dizia culto preparado, pois até mesmo na ação efetiva, carreava o martelo sublime do meigo Jesus. Não Parava, era irrequieto, mente sempre ocupada.
    Muitas nos procuravam por terem familiares obsedados por forças desconhecidas à época. Era os endemoniados, os cansados da luta contra seu próprio pensamentos contra outros, invisíveis, em assédio constante, insaciável. Quanto não foram este que na presença de Francesco, curavam-se de chofre, aumentando nossas lides.
    Certa tarde, quando banhávamos os enfermos, enquanto outros atendiam em nossa Capella, uma guarnição local, fechou por fora todas aqueles eram atendidos naquela. Atearam fogo, inúmeros mortos, inúmeros feridos. Francesco entram num misto de desespero, dor, e de compaixão pelos criminosos. Reclama aos poucos amigos que ainda tinha (um dos poucos momentos em que o humano falou mais alto nele). E este sugere a  Francesco Ter com o Papa.  E outra oportunidade veremos este encontro e como Jesus, por Francesco,  podia salvar a igreja e não o contrário.
Irmãos Reflitamos junto nas passagens como víamos àquele tempo o que era ser Cristão:
Muito embora vivêssemos temporalmente 12 séculos depois de Cristo, e vivam vocês, na material, a 8 séculos de nossa época, vários características permaneciam e permanecem hoje, na terra, daquela época, a saber:
a)    Ainda hoje, hoje, Vê-se  pela materialidade e, poucos,  vêem Jesus por traz das lutas;
b)    para alguns ontem e hoje, a perspectiva da ausência do material pode ser tanto oportunidade de crescimento espiritual ou paliativo momentâneo, pois o material farta seu corpo de ilusões mercenárias;
c)    Ontem e Hoje a caridade é muito mal conceituada. Alguns a entendem como algo que transcende o material, sem pejo de preocupação com a consciência no porvir, mas existem muitos que ainda compram a consciência somente com boas obras materiais, esquecendo que o sol brilha-nos diariamente como um irmão a nos dar afeto. Devemos treinar: a bondade, a fraternidade, a alteridade, o solêncio, a capacidade de ouvir, a possibilidade de erro, a humildade, a despretensão, o não-existir para a existência de Cristo em nós!
d)    Preocupamo-nos muito com nossa família e suas deficiências, mas poucos de nós tentam ver na humanidade, uma grande e crescente família faminta de amor, felicidade, paz, saúde e pão;
e)    Não somos, estamos longe de ser, um Francesco, mas cabe a pergunta: quando nós iremos começar a reedificar a igreja, o reino, de Jesus dentro de nós, usando nossas possibilidades de bardos carpinteiros seguidores do código do Pai?
f)    Quando nos sentiremos filhos carentes e doentes de Deus, para iniciar nossa aprendizado da vida eterna ?
g)    Quando seremos, em nome de Jesus, jovens idealista não importando se nos alcunharem por pagliazzos della vita, pil vizzionarios, maledetos deabolos, procurando seguir o pulso Crístico  amoroso de nosso coração ?
h)    Quando laçaremos fora o burel da materialidade que nos ofusca o olhar mais adiante para vestirmos, tal como João batista, roupa de pele de camelo e alimentarmo-nos de fé, raízes e favos de mel, na busca intimorata de Jesus à nossa volta e, dentro de nós?
i)    Quando aprenderemos a lição do filho pródigo, saindo da ilusão do conforto provisório, buscado ao nosso lado a luta que nos regenerará?
j)    Até quando viveremos fugindo de nosso passado, sendo que ele nunca foge de nós ?
Reflitamos não como a um texto frio. Discutamos e procuremos entender que a distancia entre nós, da espiritualidade  e vocês,  é diretamente proporcional à vossa disponibilidade de ver um mundo como Aquele idealizada por Francesco.

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