Somos carteiros peregrinos
“Eu
plantei, Apolo regou, mas quem deu crescimento foi Deus. Por isso, o
que vale não é quem planta, nem quem rega, mas, sim, aquele que faz
crescer, que é Deus.” (Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, 3:6 e
7.)
Ainda me lembro bem daquela conversa. O relógio já
marcava umas onze horas e trinta minutos da noite. Entretanto, o
diálogo, pelo telefone, entre mim e o querido amigo Alberto Almeida,
parecia não querer parar.
Contava-lhe, na ocasião, das
dificuldades que eu ia encontrando pelo caminho, enquanto ele ia
falando-me das alegrias do trabalho. E, nesta prosa boa, fruto da
sinceridade que brota d’alma, ele teve a oportunidade de me dizer algo,
tanto singelo, quanto profundo.
– Leo, no trabalho do bem, nós
somos peregrinos a entregar cartas do Mestre Jesus. Não somos a
mensagem, somos somente os carteiros.
Confesso que não somente
àquela hora, mas igualmente agora, a fala do Alberto me encantou. Não
que eu nunca houvesse pensado sobre o conteúdo dela. Contudo, a forma
clara com a qual ele me falava, além disso o modo amoroso e humilde,
calou profundamente nos refolhos do meu íntimo.
Por isso mesmo, colega jovem, hoje quero compartilhar contigo estas lições.
Se
tu desejas candidatar-te às fileiras dos trabalhadores do amor,
transmitido pelas variadas formas o Evangelho que Deus enviou ao mundo
por meio de Jesus, lembra-te das palavras de Paulo, pois, por mais que
plantemos e reguemos, só a fecundidade do Pai pode fazer crescer.
Em
nossa imensa pequenez, no trabalho cristão-espírita, devemos ter a
consciência de que somos – o que deve ser motivo de inaudita alegria e
paz – somente carteiros peregrinos, como me falou o querido amigo, que
entregam cartas do Cristo à humanidade, ao mesmo tempo em que aprendem o
conteúdo das mesmas – acrescento de minha parte.
Em diversos
setores do mundo e da vida pode-se até querer glórias mil. No labor do
bem, contudo, a única “glória” que se deve procurar ter é aquela que
advém da paz de consciência do dever cumprido. Por isso mesmo, tudo
quanto fizermos, devemos fazer de boa mente, “pois é para o Senhor, e
não para os homens”. (Epístola de Paulo aos Colossenses, 3:23.)
Dessa
forma, juventude amiga, em nome do bem, inspirados na mensagem do
Mestre maior, trabalhemos com a paciência e a humildade de um carteiro
peregrino.
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