REFORMA ÍNTIMA OU EDUCAÇÃO INTERIOR?
Muito
se ouve ou lê na Doutrina Espírita sobre a necessidade da reforma
íntima que compreende atitudes de mudanças nos sentimentos ditos
inferiores do homem como o orgulho, egoísmo, vaidade e etc. Para
adquirir outros melhores que nos auxiliem na evolução.
Avaliando
o nível espiritual da humanidade atual, chegamos à conclusão que o
homem encarnado no planeta Terra, em sua maioria, se encontra ainda na
fase infantil da evolução.
A
criança é um ser em crescimento, portanto, não possui condições de usar
plenamente seu livre arbítrio e não podemos cobrar dela atitudes de uma
criatura adulta, física e mentalmente formada. Por que seria diferente
do espírito na fase infantil?
O
termo educação interior seria mais adequado do que a tão usada "reforma
íntima", porque a humanidade, em geral, está mais para a formação e
construção moral/espiritual do que necessitada de reformas. Assim como
usamos mais o termo "educar a mediunidade" do que "desenvolver a
mediunidade", deveríamos também optar para a palavra certa a esta
operação tão essencial para o nosso crescimento espiritual.
A
palavra "reformar" é, segundo o dicionário, "fazer novamente". Como
fazer novamente um ser que ainda não se fez? Reforma se faz numa casa
velha ou pronta e não numa que está sendo construída. Para se educar
interiormente, ou melhor, educar nossos pensamentos e sentimentos é
necessário fazer uma auto-análise para identificar o que pensamos e o
que sentimos. Esta avaliação nos leva a perceber o que somos.
Descobrir nossos sentimentos inferiores não nos tornará pequenos, mas sim, mais consciente. Pois evoluir é conquistar graus cada vez mais adiantado de consciência.
A
razão de estar comentando sobre este assunto considerado de grande
importância para o homem, principalmente aos espíritas é com a
finalidade de evitar sentimentos de culpas em muitos seguidores quando
adquirem noção de possuir inúmeros sentimentos "inferiores" ao fazer
auto-análise. Seria de bom alvitre especificar o que sejam os
sentimentos para quê foram criados.
Sabemos
que o egoísmo é um sentimento inerente a todo ser humano, pois à medida
que o homem cresce, espiritualmente falando, torna-se menos egoísta
porque este sentimento que servia para sua auto preservação em épocas
primitivas agora amadureceu, se transformou em desprendimento e
altruísmo. Esta mudança necessária a todos nós não consta como reforma,
mas transformação gradual de um sentimento. Nem podemos considerar como
inferior o egoísmo ou o orgulho, mas sim, como sentimentos primários e
infantis do espírito.
Se
uma criatura mais amadurecida ainda contiver em si estes sentimentos há
que se reforçar a auto-análise para identificar as causas, mas sempre
evitando palavras de acusação ou de sentir-se inferior. Assim como a
manuntenção de sentimentos primários seja prejudicial, tanto mais
negativo é o remorso excessivo mantido por quem deseja se
auto-aperfeiçoar.
O sentimento exagerado de culpa provoca brechas perigosas à depressão e, consequentemente à obsessão.
Ao
seguidor da Doutrina Espírita é sempre recomendada a auto-análise e a
transformação interior, que tem como finalidade o amadurecimento do
espírito encarnado e o Evangelho trazido por Jesus serve como modelo de
conduta ideal. Mas é preciso que se evite nas tribunas ou salas de aulas
dos centros espíritas a atitude de "pregadores de púlpitos" tão comum
antigamente usando expressões acusatórias como se todos os ouvintes
fossem criaturas decaídas e os que falam fossem os já "reformados ou
evoluídos".
Os
centros ligados à Doutrina Espírita têm finalidade de servir de escolas
e hospitais para o espírito encarnado e as transformações interiores
dos que a frequentam é da alçada de cada um. Não consta nos livros
doutrinários que se formem fiscais da condutas alheias nos centros, mas
que se aplique a pedagogia do Cristo.
A boa conduta serve de exemplo aos demais.
A construção de nós mesmos é nossa maior responsabilidade, mas a dos outros, cabem a eles mesmos.
Os
espíritas que marcaram presença na história do Espiritismo provocaram
grandes transformações nos corações alheios usando um método de ensino
chamado: exemplo.
Então,
cabe a nós começarmos hoje mesmo o amadurecimento do nosso sentir,
amando e estudando todas as lições que a vida nos traz para que possamos
conhecer o nosso universo interno, até que chegue um dia que
encontraremos neste cosmo interior o Criador de todas as coisas. Neste
dia a busca da felicidade plena e eterna estará terminada.
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