RESSONÂNCIAS DO NATAL
Joanna
de Ângelis, da obra “Momentos Enriquecedores”,
Psicografado
por Divaldo Pereira Franco
Na paisagem fria e
sem melhor acolhimento, a única hospedaria à disposição era a gruta modesta
onde se guardavam os animais.
Não havia outro lugar
que O pudesse receber.
O mundo, repleto de
problemas e de vidas inquietas, preocupava-se com os poderosos do momento e
reservava distinções apenas para os que se refestelavam no luxo, bem como no
prazer.
Aos simples e
desataviados sempre se dedicavam a indiferença, o desrespeito, fechando-lhes as
portas, dificultando-lhes os passos.
Mas hoje, tudo
permanece quase que da mesma forma.
Não obstante, durante
aquela noite de céu transparente e estrelado, entre os animais domésticos, em
uma pequena baia, usada como berço acolhedor, nasceu Jesus, que transformou a
estrebaria num cenário de luzes inapagáveis que prosseguem projetando claridade
na noite demorada dos séculos, em quase dois mil anos...
Inaugurando a era da
humildade e da renúncia, Jesus elegeu a simplicidade, a fim de ensinar
engrandecimento íntimo como condição única para a felicidade real.
O Seu reino, que
então se instalou naquela noite de harmonias cósmicas, permanece ensejando
oportunidades de redenção a todos quantos se resolvam abrigar nas suas
dependências.
E o Seu nascimento
modesto continua produzindo ressonâncias históricas, antes jamais previstas.
Homens e mulheres,
que tomaram contato com Sua notícia e mensagem, transformaram-se,
mudando-se-lhes o roteiro de vida e o comportamento, convertendo-se, a partir
de então, em luzeiros que apontam rumos felizes para a Humanidade.
*
Guerreiros
triunfadores passaram pelo mundo desde aquela época, inumeráveis.
Governantes poderosos
estabeleceram reinos e impérios, que pareciam preparados para a eternidade, e
ruíram dolorosamente.
Artistas e técnicos,
de rara beleza e profundo conhecimento, criaram formas e aparelhagens sofisticadas
para tornarem a Terra melhor, e desapareceram.
Ditadores indomáveis
e aristocratas incomuns surgiram no proscênio terrestre, envergando posição,
orgulho e superioridade, que o túmulo silenciou.
...Estiveram, por
algum tempo, deixando suas pegadas fortes, que tornaram alguns odiados, outros
rechaçados e sob o desprezo das gerações posteriores.
Jesus, porém, foi
diferente.
Incompreendido, o
Cantor do Amor aceitou a cruz, para não anuir com o crime, e abraçou a morte
para não se mancomunar com os mortos.
Por isso, ressurgiu,
em triunfo e grandeza, permanecendo o Ser mais perfeito que jamais esteve na
Terra, como modelo que Deus nos ofereceu para Guia.
*
Quando a Humanidade
experimenta dores superlativas, quando a miséria sócio-econômica assassina
milhões de vidas que estertoram ao abandono; quando enfermidades cruéis
demonstram a fragilidade orgânica das criaturas; quando a violência enlouquece
e mata; quando os tóxicos arruínam largas faixas da juventude mundial, ao lado
de outros males que atestam a falência do materialismo, ressurge a figura
impoluta de Jesus, convidando à reflexão, ao amor e à paz, enquanto as
ressonâncias do Seu Natal falam em silêncio: Ele, que tem salvo vidas
incontáveis, pede para que tentes fazer algo, amando e libertando do erro pelo
menos uma pessoa.
Lembrando-te dEle, na
noite de Natal, reparte bondade, insculpe-O no coração e na mente, a fim de que
jamais te separes dEle.
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