A Caminho da Luz

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A fonte de todos os vícios




“Se desejas servir Àquele que é de todos o Senhor e Mestre, continua vencendo a dificuldade maior que reside no teu íntimo – o egoísmo – alma do orgulho e seiva dos outros males”. – Joanna de Ângelis1

Violência, escândalos, corrupção, abusos de vária ordem, venalidades, desídias, materialismo, consumismo, estão onipresentes dentro e fora de nossas fronteiras, parecendo que a Humanidade caminha aos recuos em vez de avançar... Sem embargo, em que pesem todos esses deploráveis quadros de defecções e escarcéus, quando olhamos o conjunto pela janela do tempo, observamos que o homem se adianta e que já compreende melhor o que é mal e, consequentemente, dia a dia, vai reprimindo os abusos. Esta é a conclusão dos Amigos Espirituais, que também afirmam: “(...) Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas”.

Sendo a negação da caridade, o egoísmo é uma chaga que deve ser extirpada do planeta.

“Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril”, exorta Emmanuel3.

Todos os males existentes estão ancorados no egoísmo, daí a unanimidade entre os Benfeitores Espirituais em destacá-lo como o alvo contra o qual devemos assestar nossas armas.

Segundo os Maiores da Espiritualidade4 “o egoísmo é, de todas as imperfeições humanas, a mais difícil de ser desarraigada, tendo em vista que o homem está ainda muito próximo de sua origem, ou seja, caminhou pouco na senda evolutiva e o materialismo ainda o sufoca. O egoísmo, portanto, só começará a abrandar suas nefastas influências na medida em que a vida moral for predominando sobre a vida material”.

Nesse passo, o Espiritismo surge como a grande esperança de reversão desses quadros sociais deprimentes, resultados do egoísmo, já que ele bem compreendido e devidamente praticado, ameniza o sentimento de personalidade.

Numa nota da questão 917, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec admite: “Louváveis esforços indubitavelmente se empregam para fazer que a Humanidade progrida. Os bons sentimentos são animados, estimulados e honrados mais do que em qualquer outra época. Entretanto, o egoísmo, verme roedor, continua a ser a chaga social. É um mal real, que se alastra por todo o mundo e do qual cada homem é mais ou menos vítima. Cumpre, pois, combatê-lo, como se combate uma enfermidade epidêmica. Para isso, deve-se proceder como procedem os médicos: Ir à origem do mal. Procurem-se em todas as partes do organismo social, da família aos povos, da choupana ao palácio, todas as causas, todas as influências que, ostensiva ou ocultamente, excitam, alimentam e desenvolvem o sentimento do egoísmo.

Conhecidas as causas, o remédio se apresentará por si mesmo. Só restará então destruí-las, senão totalmente, de uma só vez, ao menos parcialmente, e o veneno pouco a pouco será eliminado. Poderá ser longa a cura, porque numerosas são as causas, mas não é impossível. Contudo ela só se obterá se o mal for atacado em sua raiz, isto é, pela educação, não por essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem. A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e profunda observação. 

(...) Faça-se com o moral o que se faz com a inteligência e ver-se-á que, se há naturezas refratárias, muito maior do que se julga é o número das que apenas reclamam boa cultura para produzir bons frutos.

O homem deseja ser feliz e natural é o sentimento que dá origem a esse desejo. Por isso é que trabalha incessantemente para melhorar a sua posição na Terra, que pesquisa as causas de seus males, para remediá-los. Quando compreender bem que no egoísmo reside uma dessas causas, a que gera o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, que a cada momento o magoam, a que perturba todas as relações sociais, provoca as dissensões, aniquila a confiança, a que o obriga a se manter constantemente na defensiva contra o seu vizinho, enfim a que do amigo faz inimigo, ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua felicidade e segurança. E quanto mais haja sofrido por efeito desse vício, mais sentirá a necessidade de combatê-lo. O seu próprio interesse a isso o induzirá.

O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade o é de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar a sua felicidade tanto neste mundo quanto no futuro”.

1. FRANCO, Divaldo. Messe de amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário