Atualidade do Natal
Andando sem rumo, sob o flagício de mil aflições, o
homem moderno deixa-se dominar pelo desânimo ou pela ansiedade,
malbaratando o valioso contributo da inteligência e do sentimento com
que a vida o enriqueceu, exaurindo-se, ora no consumismo insensato, ora
na revolta desastrada por falta de recursos econômicos ou emocionais
para realizar-se.
A insatisfação é a tônica do comportamento individual e social que vige na Terra.
Aqueles indivíduos que experimentam carência de qualquer
natureza lamentam-se e rebolcam-se na rebeldia, que degenera em
violência, enquanto aqueloutros que se encontram afortunados, deixam-se
dominar pelas extravagâncias ou pelo tédio, derrapando, uns e outros,
nas viciações perturbadoras ou na dependência de substâncias químicas de
funestas conseqüências.
As admiráveis conquistas da Ciência e da Tecnologia não
os tornaram mais felizes nem menos tensos, pelo contrário,
empurraram-nos na direção trágica da neurastenia ou da depressão nas
quais estorcegam.
Indubitavelmente trouxeram incomparável ajuda para a
solução de diversos sofrimentos e situações penosas, de progresso material e social, porém, não conseguiram penetrar o cerne dos seres
humanos, modificando-lhes as disposições íntimas em relação à existência
terrena e aos seus objetivos essenciais.
Considerando a vida apenas do ponto de vista material,
sem as conseqüentes avaliações em torno do Espírito imortal, o
comportamento materialista domina as mentes e os corações, que acreditam
na felicidade em forma de valores amoedados, satisfações dos sentidos,
destaque social e harmonia física...
Vive-se o apogeu da glória tecnológica diante dos
descalabros comportamentais que jugulam os seres humanos aos estados
primevos da evolução.
Há conquistas do Infinito sem realização pessoal,
sorrisos de triunfo sem sustentação de felicidade, que logo se
transformam em esgares, situações invejáveis mas alicerçadas na miséria,
na doença e no desconforto das pessoas excluídas...
Faltando-lhes, porém, a vivência dos compromissos
ético-morais, logo se lhes apresentam os desapontamentos íntimos, e os
conflitos se lhes instalam devoradores.
Uma tormenta inigualável paira nos céus da sociedade moderna, ameaçando-a com tragédias inomináveis.
*
Em período idêntico, no passado, salvadas as distâncias compreensíveis, veio Jesus à Terra.
O mundo encontrava-se conturbado pelo poder mentiroso,
pela falácia dos dominadores, pelas ambições desmedidas, pelas
conquistas arbitrárias, pelas ilusões tresvariadas...
Predominavam o luxo e a ostentação em alguns segmentos
da humanidade, enquanto nos porões do abandono em que desfaleciam,
incontáveis criaturas espiavam angustiadas o passar do tufão
devorador...
Apareceu Jesus, e una aragem abençoada varreu o mundo, modificando-lhe a psicosfèra.
Sua voz levantou-se para profligar contra o crime e a
insensatez, contra a indiferença dos fortes em relação aos seus irmãos
mais fracos, contra a hipocrisia e o egoísmo então vigentes e dominantes
como hoje ocorrem......
Misturando-se aos mutilados do corpo e da alma,
ergueu-os do pó em que se asfixiavam, conduzindo-os na direção da glória
estelar, demonstrando-lhes que a vida física é experiência transitória,
e que os valores reais são os que pertencem ao Espírito imortal.
Utilizou-se da cátedra da Natureza e ensinou a
fèlicidade mediante o desapego e o despojamento das alucinantes prisões
às coisas e às paixões materiais.
Cantou a esperança aos ouvidos da angústia e
proporcionou a saúde temporária a quantos se Lhe acercaram, alentando-os
com a certeza da plenitude após vencidas as etapas de regeneração e de
resgate que todos os seres se impõem no processo da evolução.
Atendeu a dor de todos os matizes, defendeu os pobres e
oprimidos, os esfaimados e sedentos de justiça, a quem ofereceu os
preciosos recursos de paz. No entanto, quando acusado, abandonado,
marchando para o testemunho, elegeu o silêncio, a submissão à vontade de
Deus, a fim de ensinar pelo exemplo resignação e misericórdia para com
os maus e perversos, confirmando a indiferença pelos valores do mundo
físico destituídos de utilidade
... E permanece até hoje como o Triunfador não
conquistado, que prossegue alentando os padecentes, convocando-os à
transformação moral para a conquista dos imperecíveis tesouros internos
do amor, do perdão, da caridade, da paz...
*
Recorda-te de Jesus neste Natal e reaproxima--te dEle,
analisando como te encontras e de que forma deverias estar moralmente,
conscientizando-te do que já fizeste e de quanto ainda podes e deves
investir em favor de ti mesmo e do teu próximo mais próximo, no lar, na
rua, na humanidade...
O Natal é presença constante do amor e do bem na atualidade de todos os tempos.
Não te esqueças que a evocação do nascimento do
Excelente Filho de Deus entre as criaturas humanas, é um convite para
que O permitas renascer no teu íntimo, se estiver desaparecido da tua
emoçao, ou prosseguir vivo e atuante nos teus sentimentos, convidados à
construção da solidariedade, do dever e da lídima fraternidade que deve
viger entre todos os seres sencientes que vagueiam no Planeta .
... E deixa que Jesus te fale novamente à acústica do
coração e aos escaninhos da mente, repetindo-te o poema imortal das Bem
-aventuranças.
Franco, Divaldo Pereira. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis
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