O ENSINO DA LUZ
- Senhor - disse Tadeu a Jesus, após o dia de trabalho estafante
-, qual é o nosso dever
maior, na execução do
Evangelho para a redenção das criaturas?
O Mestre fitou o céu azul em
que nuvens pequeninas semelhavam estrigas de linho alvo.
E falou em seguida:
- Em meio de grande
tempestade, inúmeros viajantes se recolheram a enorme casarão que
se assemelhava a um
labirinto. Porque sentissem medo uns dos outros, cada qual se
escondeu nos quartos mais
internos e, vindo a noite, em vão procuraram o lugar de saída.
Começou, então, enorme
conflito. Lamentos. Pragas.Assaltos. Correrias. Pancadas. Crimes
nas trevas. Um homem, que por
ali passava, ouviu os rogos de socorro que partiam do
infortunado reduto e, longe
de gritar ou discutir, acendeu a sua candeia e passou entre os
amotinados, em profundo
silêncio. Bastou a luz dele para que todos percebessem os
disparates que vinham
fazendo, ao mesmo tempo que encontravam, por si mesmos, a porta
libertadora.
O Mestre fez grande intervalo
e voltou a dizer:
- Se a luz do bom exemplo
estiver entre nós, os outros perceberão, com facilidade, o
caminho.
- E que fazer, Senhor, para
semelhante conquista?
Jesus, continuando em sua
contemplação do céu, como exilado buscando alguma visão da
pátria longínqua, aclarou
docemente:
- Procuremos o Reino de Deus
e a sua justiça, isto é, vivamos no amor puro e na
consciência tranqüila...E
tudo o mais ser-nos-á acrescentado.
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