A Caminho da Luz

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Conceituação Espírita sobre o Bem e o Mal

A proposta do espiritismo é a mesma de Jesus: resgatar os homens de sua imersão profunda nas espessas sombras do mal, através da prática corajosa e assídua do bem


O que caracteriza a Doutrina Espírita e a torna facilmente assimilável é a sua objetividade. Pode-se dizer que o Espiritismo é uma doutrina de síntese. Avessa à elocubrações teólogo-filosóficas estéreis, ela vai direto ao coração através do raciocínio e do bom senso. Sua mensagem é convincente, satisfaz os mais básicos anseios existenciais do ser humano.


Para os espíritos superiores não há como abordar a questão do bem e do mal sem enfatizar a moral, que é a regra da boa conduta e, portanto, da distinção entre o bem e o mal. Por sua vez, a moral funda-se na observação da lei de Deus. O homem se conduz bem quando faz tudo tendo em vista o bem e para o bem de todos, porque então observa a lei de Deus, ensinam eles.
Assim, a tão complicada questão do bem e do mal, que tantas controvérsias interpretativas ainda traz, sobretudo às esferas da religião e da filosofia, perde seu sentido paradoxal na clareza do ensinamento dos espíritos superiores. O bem é tudo o que está de acordo com a lei de Deus, e o mal é tudo o que dela se afasta. Assim, fazer o bem é se conformar à lei de Deus; fazer o mal é infringir essa lei, ensinam os espíritos a Allan Kardec.


Não há margem para dubiedade: Jesus vos disse: vede o que quereríeis que vos fizessem ou não; tudo se resume nisso.
Assim não vos enganareis — enfatizam. E com isso, alicerçam o fundamental conceito espírita de ação e reação, o que nos possibilita compreender o funcionamento das leis de justiça divina. Para o espiritismo a criatura não é punida nem é recompensada por Deus, mas sim, colhe aquilo que espontaneamente semeou, através de sua conduta e suas obras, conforme muito bem explicou Jesus.

 Por que o mal se encontra na natureza das coisas?

Pergunta profundamente filosófica esta de Kardec aos espíritos que o assessoravam durante a compilação de O Livro dos Espíritos. E eles respondem: Já te dissemos: os espíritos foram criados simples e ignorantes. Deus deixa ao homem a escolha do caminho: tanto pior para ele se seguir o mal; sua peregrinação será mais longa. Se não existissem montanhas, não poderia o homem compreender que se pode subir e descer; e se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros. É necessário que o espírito adquira experiência e para isto é necessário que ele conheça o bem e o mal; eis porque existe a união do espírito e do corpo.


Os espíritos ainda esclarecem que o mal depende, sobretudo, da vontade que se tenha em fazê-lo e que o homem é tanto mais culpado quanto melhor sabe o que faz.

Não basta não fazer o mal; é preciso fazer o bem
 Outro conceito importante, na questão do bem e do mal, é a de que não é suficiente apenas deixarmos de fazer o mal para nos mostrarmos agradáveis a Deus, tentando assegurar uma situação futura. É preciso fazer o bem, no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer.


Mas este conceito ainda vai além, como um roteiro seguro para a nossa jornada evolutiva na Terra. Enfatizam os espíritos: Não há ninguém que não possa fazer o bem; somente o egoísta não encontra jamais ocasião de praticá-lo. É suficiente estar em relação com outros homens para se fazer o bem e cada dia da vida oferece essa possibilidade a quem não estiver cego pelo egoísmo, porque fazer o bem não é apenas ser caridoso, mas ser útil na medida do possível, sempre que o auxílio se faça necessário.


Portanto, a proposta do espiritismo é a mesma de Jesus: resgatar os homens de sua imersão profunda nas espessas sombras do mal, através da prática corajosa e assídua do bem.
 


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