A Caminho da Luz

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Escolha da alegria na vida


Passava diante de um bar, na avenida Atlântica, em uma cidade praiana, quando, na porta, um jovem segurava uma garrafa de cerveja e dizia em alto tom de voz, no ritmo dos cantores das escolas de samba do Rio de Janeiro, para o grupo de outros jovens, que ao seu lado estavam:
            - Oi gente! Olha aí a cervejinha! Isso é o que vale na vida!
            E outro companheiro respondia, também em alta voz, na melodia de uma das músicas consagradas por Roberto Carlos:
            - E que tudo o mais vá para o inferno!
            Claro que aquilo pode ter sido um episódio de momento de euforia, porém pode ser, também, a filosofia de vida de muitas pessoas que só pensam em viver o aqui e o agora, com os prazeres dos sentidos: paladar, tato, olfato e sexo.
            A alegria, inegavelmente, se constitui em meta de vida para todos, contudo é necessário saber a qualidade dessa alegria.
            Há alegrias que são momentâneas e produzem, logo adiante, sofrimento mais ou menos intenso.
            É essa a alegria proporcionada pelas bebidas alcoólica que afetam o funcionamento normal do órgão maravilhoso,  o cérebro humano.
            Além desse comprometimento da parte física, afeta, outrossim, o comportamento.
            Conforme a dose de álcool no corpo, a pessoa diminuí os seus reflexos.
            Quantos acidentes, ferimentos e mortes causadas por motoristas que ingeriram bebidas alcoólicas.
            Aqueles que se tornam dependentes do álcool alteram o seu comportamento na vida comum: no trabalho, na família, que, muitas vezes, é destruída em virtude dessa anomalia, pois podem tornar-se agressivos; perdem o senso de responsabilidade no emprego e no convívio social.
            Pude acompanhar vários casos muito dolorosos e ver a que “fundo do poço” pode chegar o alcoolista. Relatarei um.
 O do médico, em pequena cidade do interior do Estado de São Paulo.
            Médico brilhante e competente quando chegou na cidade, começo a freqüentar roda de amigos, que ao fim da tarde iam bebericar em um barzinho.
            Ele, embora não soubesse, tinha a doença da dependência ao álcool.
            O aumento das doses foi a seqüência do aparente inofensivo encontro para o “hapy hour” com os amigos.
            Evidente que os efeitos foram se fazendo em seu organismo e deteriorando a sua vida familiar e profissional.
            Após várias tentativas que fizera, sem sucesso, para deixar o álcool, e pela mudança em seu comportamento com a esposa e filhos, esta decidiu pelo fim do casamento, retornando, com os filhos, para a cidade onde residiam seus pais.
            Ele foi discretamente dispensado do trabalho no hospital e à medida que as pessoas tomavam conhecimento do seu estado físico e mental   perdia a clientela em seu consultório.
            Na última vez que o vi, atravessei a bela praça, de árvores frondosas e pássaros chilreando, ele estava sentado em uma mesinha, logo à porta do bar.
Levantou-se, com grande esforço, o corpo tremia, face macerada, olhar que nada fixava, balançava de um lado para o outro e saiu  arrastando os pés pela calçada.
            Passados poucos dias, numa rodinha de amigos, tomando café, um deles deu a noticia:
            O doutor fulano morreu ontem, parece que de cirrose hepática e outras complicações.
            “Ao sucesso!” Diz a propaganda, com belas moças seminuas e moços sarados, com cervejas e copos na mão. Hipocritamente, após mostrar os belos corpos femininos e masculinos (com atores que, na maioria, não bebem), é dita  a frase em volume bem mais baixo: “beba com moderação”. Quem tem a doença do alcoolismo, e muitos a têm, não consegue beber com moderação!
            Que o diga o admirável gênio do futebol e cidadão consciente que foi o doutor Sócrates.
            É a terrível força do capital buscando, a qualquer preço, o lucro.
            Segundo o Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, na Questão nº 923, a felicidade tem que ser material, mas, também, espiritual para ser duradoura.

Um comentário:

  1. Muito pertinente e verdadeiro este texto, tenho pessoas com problemas de alcoolismo na família e sei o quanto esta droga "lícita" destrói a vida d uma pessoa, não só de quem consome, mas muitas vezes, de todos que convivem com o alcoólatra...
    Beijos e boa semana!!
    Mari

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