A Caminho da Luz

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A emoção da primeira vez

A emoção da primeira vez

“Os navios ficam mais seguros quando permanecem no porto, mas não é para isso que são construídos”

Pergunte-se: “Será que causei algum impacto hoje?”

O Zohar ensina que você tem que estar em posição de agir e de compartilhar o tempo todo. É importante perguntar a si mesmo: “Estou causando algum impacto no mundo com tudo o que faço? Estou fazendo a diferença?” As únicas coisas que nos impedem de ter esses pensamentos são:

1) achar que temos “o direito de”

2) apegos. Achar que temos “o direito” é o que nos faz pensar que estamos muito cansados para compartilhar; e os apegos nos dizem que outros podem fazer aquilo – nós não somos os únicos a ter que carregar o mundo.


O que é se achar “no direito de”? É uma consciência de “Eu mereço”. É um sentimento de que temos direito a recompensas, privilégios especiais ou reconhecimento, com base no mérito pessoal, na realização, ou simplesmente por sermos quem somos. É ter um sentimento de superioridade, como, por exemplo, ao dizer “Tenho tanta experiência, você deveria me escutar”.


Achar-se “no direito de” é toda situação em que bloqueamos as possibilidades de algo acontecer, porque achamos que sabemos ou enxergamos as coisas da forma correta. Alguns podem confundir isso com autoestima. Ter confiança em si próprio é ótimo, saber que você é bom em alguma coisa também é importante. No entanto, a distância entre a confiança saudável e achar-se no direito a algo é bem curta, e ainda assim faz toda a diferença entre crescer espiritualmente e permanecer estacionado no mesmo lugar durante anos a fio.


O que são apegos? Seus dias estão repletos deles! São as coisas que você não escolhe fazer, mas faz por hábito, desde a pasta e a escova de dentes que você usa até acordar em um determinado horário de manhã ou comer as mesmas comidas. Apego é sentar-se no mesmo lugar na sala de aula todos os dias, sair com as mesmas pessoas, ir aos mesmos restaurantes... você já entendeu o que eu quero dizer.  São aquelas coisas que fazemos para criar caminhos “seguros” na nossa vida.


Essa semana tem a energia da emoção da primeira vez. Ela nos dá a capacidade de nos desapegar e deixar de lado todas as situações em que nos achamos no direito a algo e também de todos os apegos. Como nos livrar desse sentimento de achar que se tem “o direito de”? Abra mão do que você acha que sabe ou merece.  Como nos livramos dos apegos? Abra mão de algo que você faz o tempo todo. Escolha um apego e mude-o. Faça algo que você jamais faria, pare de se comportar da mesma forma – saia de você mesmo. Por quê? Para que você receba mais do que tem em sua vida neste momento.
   

Abra mão desta ideia de que existem coisas que você nunca faz – tal como “nunca vou ao teatro, nunca falo em público...”.  Perceba que você pode fazer mais. Se você fizer essas coisas, elas o tornarão uma pessoa melhor? SIM. Porque aquilo será uma restrição (ou seja, não será algo natural para você).  Até mesmo um caminho espiritual pode se tornar um apego caso vire um hábito. Você tem que escolhê-lo repetidamente para que não se transforme em apego; do contrário, será religião e não espiritualidade. Se você perder sua consciência, deixa de ser espiritual. Se você não está vivendo a vida que deseja viver, é porque os “direitos” e apegos estão impedindo que você mude – que deixe sua zona de conforto.
O Kabbalista Rav Berg, gosta de dizer: “Os navios ficam mais seguros quando permanecem no porto, mas não é para isso que são construídos”. Encontramos motivos (negação, medos) para não compartilharmos e para não sairmos de nós mesmos.

No entanto, precisamos saber o que o Zohar diz: Se perdermos nossos “direitos” e apegos, podemos obter controle e conseguir coisas que achávamos que não poderíamos ter. É hora de sair do processo de “cozinhar seus miolos”; de ficar refletindo sobre as coisas o tempo todo. Saia da sua cabeça! Você encontrará todos os motivos para não fazer algo, se ficar refletindo muito sobre aquilo.

Seja simples. Faça. Aja. Mova-se.


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