A FÉ INDISPENSÁVEL
A fé é um alimento
espiritual de que ninguém pode prescindir.
Encontra-se
insculpida nos recessos do espírito, e mesmo quando solapada pelos interesses
mesquinhos ou esmagada pelas circunstâncias inditosas, prossegue e revela-se com
mil faces, em variadas expressões.
Apresenta-se
espontânea, natural, graças aos impositivos da própria vida.
Inconscientemente se
manifesta na tácita aceitação dos múltiplos fatores que organizam a existência
humana, tanto quanto surge nas atividades, sem que o homem lhe perceba a
injunção, sem a qual, suspeitoso e inconformado, se estiolaria, padecendo
dominadores e injustificados receios.
A fé humana está
presente em todos cometimentos da própria conjuntura física.
A fé divina, no
entanto, em considerando as frágeis expressões em que as organizações religiosas
a têm apresentado, surge e esmaece no espírito, conforme as disposições que o
dominam no dia-a-dia da romagem carnal na busca do destino, da vida
imperecível.
* * *
A fé religiosa
somente sobrevive se calcada na razão e na envergadura superior dos fatos que
lhe servem de base.
Conquista
intelectual se robustece, mediante exercício e análise, estudo e observação, com
que se fixa, produzindo os milagres da transformação íntima da criatura que se
encoraja à abnegação e mesmo ao sacrifício, ao holocausto. É elemento
vitalizador dos ideais de enobrecimento e sustentáculo da caridade.
* * *
Transitam em muitas
direções aqueles que iniciam as abençoadas experiências evolutivas e,
destituídos da experiência da fé, se apresentam céticos e frios.
Não tiveram tempo de
vivê-la ou de comprová-la.
Outrossim, alguns
que se aninharam em muitas escolas religiosas do passado, formando nelas os
conceitos espirituais, ao defrontarem a realidade do além-túmulo,
decepcionaram-se por não encontrar as glórias de mentira que anelavam,
tornando-se, lamentavelmente, descrentes desde então.
Conquista que requer
zelo e esforço, a fé, além de ser virtude preciosa, também se reveste do valor
racional, sem o que não suporta as vicissitudes, nem os sofrimentos.
* * *
Disse Jesus a Jairo,
o chefe da Sinagoga que lhe rogava socorro para a filha considerada morta: "Não
temas, crê somente", e chegando à casa da enferma despertou-a para a saúde e a
vida.
Busca Jesus nos
momentos difíceis quando bruxuleiem os fulgores da tua fé e reveste-te da
necessária humildade, a fim de submeter-te aos impositivos da evolução embora o
tributo de aflição e lágrima que seja necessário oferecer.
Não duvides, porém,
do auxílio divino, em todos os dias da tua vida.
A fé é uma
necessidade imprescindível para a felicidade, fator essencial para as conquistas
íntimas nos rumos da evolução.
(De “Rumos Libertadores”,
de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)
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