VIGIAR O PENSAMENTO
O rio caudaloso
nasce, despretensioso, nas terras altas, ganhando volume nos largos solos das
planícies vastas.
A árvore
imponente começa na plântula débil, que oscila entre a casca da semente
desagregada e o sol que a beija e vitaliza.
A construção
fantástica tem início no esboço singelo, em tentativas no papel que o fogo
consome, até tornar-se desafio para o cálculo que a faz realidade.
Toda causa jaz
oculta; todo começo é humilde.
O livro precioso
se forma letra a letra.
A sinfonia
arrebatadora se compõem nota a nota.
O poema excelso
se declama palavra a palavra.
O início é o
fundamento, base que sustenta o projeto e a obra.
Assim, também,
ocorre na vida moral.
No Espírito têm
origem as matrizes da vida, suas causas, suas realizações.
O homem de hoje
procede dos seus feitos de ontem.
O ser de agora
resulta das atividades do passado.
Vigiar o
pensamento, impedindo a perniciosa convivência das ideias negativas, constitui
meta primeira para quem deseja acertar, progredir, ser feliz.
Pelo hábito da
“mente vazia” de pensamentos edificantes, ou em face do tumulto que
decorre das ideias desvairadas, o homem se açoda para derrapar no desespero ou
se consumir na inutilidade.
Fixar otimismo,
vencer receios injustificados, exercitar ideias edificantes — eis um
início de programa de vigilância para a mente sadia poder operar um corpo
moralmente sadio.
Pelo impositivo
da terapêutica ditosa, ensinou-nos o Cristo vigiar “o coração —
fonte dos sentimentos — porque daí procedem maus pensamentos” que
nos dizem respeito e que contaminam o homem, como, também, nascem as ideias de
engrandecimento e progresso da Humanidade.
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