Espíritas em família não espírita.
Dos
temas relacionados a grupos consanguíneos, temos a considerar um dos
mais importantes para nós outros, qual seja aquele dos companheiros
espíritas ligados a familiares que ainda não conseguem aceitar os
ensinamentos do Espiritismo.
Frequentemente, os amigos incursos
nessa prova recorrem ao Mundo Espiritual pedindo orientação. Suspiram
por ambiente que lhes seja próprio aos ideais, querem afetos que lhes
incentivem as realizações, e, porque o Mundo Espiritual lhes respeite o
livre-arbítrio, contornando-lhes os problemas, sem ferir-lhes a
iniciativa, muitos deles entram em dúvida, balançando o coração, entre o
anseio de fuga e o acatamento ao dever.
O espírita, porém,
comprometido com os parentes não espíritas, permanece acordado para as
realidades da reencarnação; sabe que ninguém assume obrigações à revelia
do foro íntimo e que ninguém renasce sem motivo, nessa ou naquela
equipe familiar. Seja atendendo a exigências de afinidade, escolha,
expiação ou tarefa específica, o Espírito reencarna ou trabalha junto
daqueles com quem lhe compete evoluir, aprimorar-se, quitar-se,
desincumbir-se de certos encargos ou atender a programas de ordem
superior e, por isso, não dispõe do direito de deserção da oficina
doméstica. Aliás, exatamente aí, na forja de inquietantes conflitos
sentimentais, é que se edificará para a ascensão a que aspira.
Cônjuge
difícil, pais incompreensíveis, irmãos-enigmas ou filhos-problemas
constituem na Terra o corpo docente de que necessitamos na escola
familiar. Com eles e por eles, é que avaliamos as nossas próprias
claudicações, de modo a corrigi-las.
Indiscutivelmente, em explanando assim, não induzimos companheiro algum a compartilhar criminalidade em nome da obrigação.
Porque estejamos vinculados a alguém, não estamos constrangidos à insensatez que esse alguém se decida a cultivar.
Desejamos
unicamente ponderar que não é razoável abandonar ou interromper ajustes
edificantes sem que a nossa consciência esteja em paz com o dever
cumprido.
Sempre que nos reconheçamos desambientados na família
do mundo, à face dos princípios espíritas que os entes queridos não se
mostrem, de imediato, dispostos a abraçar, estamos na posição do devedor
entre credores vários, com a valiosa possibilidade de ressarcir nossos
débitos, ou na condição do aluno em curso intensivo de burilamento
individual, com a bendita oportunidade de adquirir atestados de
competência, em diversas lições.
Na Seara doméstica.
Todos
somos irmãos, constituindo uma família só, perante o Senhor; mas, até
alcançarmos a fraternidade suprema, estagiaremos, através de grupos
diversos, de aprendizado em aprendizado, de reencarnação em
reencarnação.
....E, em qualquer circunstância, é necessário observar
e observar sempre que fomos transitoriamente colocados em regime de
intimidade, a fim de aprendermos uns com os outros e amparar-nos
reciprocamente.
Textos extraído do livro Estude e Viva – Fcº Cândido Xavier e Waldo Vieira –
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