Quatorze décadas de
um bandeirante
um bandeirante
Abrir fronteiras, destemidamente. Enfrentar preconceitos, derrubar barreiras, alterar paradigmas. Estas entre outras ações corajosas constituem o perfil de um bandeirante. Com o conhecimento espírita e sua divulgação não foi diferente. Foram precisos homens decididos, conscientes.
Um deles se destaca na história: Cairbar de Souza Schutel.
Aquele que foi cognominado O Bandeirante do Espiritismo nasceu em 22 de setembro de 1868, portanto há 143 anos, no Rio de Janeiro. Depois de passagens por Itápolis e Piracicaba, fixou-se em Matão, tornando-se seu primeiro Prefeito, e fundou em 15 de julho de 1905 o Centro Espírita Amantes da Pobreza; em 15 de agosto de 1905 fundou o jornal O Clarim; posteriormente, em 1925, a Revista Internacional de Espiritismo, tradicionais publicações de circulação internacional.
Schutel foi pioneiro da divulgação espírita pelo rádio e além de suas iniciativas humanitárias em favor da coletividade, bem antes de tornar-se espírita, falam bem da grandeza de seu coração. Amava e socorria os pobres, amparando-os material e espiritualmente, estendendo sua atenção até mesmo para com os animais.
Foi na vivência espírita, todavia, que sua personalidade mostrou-se ainda mais grandiosa. Seus exemplos de amor ao próximo e de dedicação ao estudo e divulgação do Espiritismo sensibilizaram o país e ultrapassaram as fronteiras do território nacional. Escreveu inúmeros livros, entre eles: o notável Parábolas e Ensinos de Jesus, que destaca – como indica o próprio título – os ensinos do Mestre da Humanidade.
No mesmo ano - 2008 - em que se comemoraram os 150 anos de fundação da Revista Espírita e da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, por Allan Kardec, também se registraram quatorze décadas do nascimento de Cairbar de Souza Schutel.
Seu trabalho, todavia, continua. Embora sua desencarnação tenha ocorrido antes de completar 70 anos, no dia 30 de janeiro de 1938, sua editora continuou através das décadas, apesar de todas as dificuldades encontradas, e continua ativa distribuindo luzes através de suas publicações mensais e livros que continua a editar.
E não é só. Através dos médiuns Chico e Divaldo, nosso Schutel trouxe também sua firmeza doutrinária e o estímulo em páginas conhecidas e instrutivas. E, atualmente, é conhecida sua atuação em favor da expansão do pensamento espírita.
Exemplo notável de dedicação, de persistência, de confiança na vida, de lucidez na importância do pensamento espírita em favor do equilíbrio e da serenidade humana. Inspiração que deve nortear os passos de todos aqueles que nos dedicamos à liderança e à divulgação espírita pela palavra ou pela escrita, especialmente agora que os modernos recursos da tecnologia se fazem tão presentes.
Notemos, para encerrar, o que ele escreveu em um de seus livros:
“(...) Os que têm o dom da palavra falem, façam palestras públicas, conferências; os que têm o de escrever escrevam; e os que não podem coordenar ideias copiem escritos doutrinários insertos nas obras espíritas e leiam por ocasião das reuniões, que devem ser em dias determinados e de portas abertas, com entrada franca. Não podemos compreender a atitude de Centros Espíritas que resumem seus deveres no exercício de uma ou duas sessões por semana, entre meia dúzia de pessoas. 'A luz não deve ficar sob o alqueire', é preciso que seja posta no velador".
Concorda o leitor? A transcrição é parcial e consta do livro Médiuns e Mediunidades, assinado por Cairbar Schutel e editado pela Casa Editora O Clarim. Uma página esquecida, constante do capítulo Os Deveres de Propaganda, às páginas 93 e 94 da 10a edição de julho de 2001.
A data sugere estudar sua obra. São vários livros, entre eles, o mais conhecido: Parábolas e Ensinos de Jesus. Mas em todos os seus livros o espírito de pesquisa, a ponderação lúcida, o esforço por explicar e raciocinar com o leitor. Especialmente, porém, destaca-se sua firmeza doutrinária ao lado de grande humildade. Um exemplo, pois, a seguir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário