Uma das virtudes pouco lembrada é a colaboração.
A vida, pródiga de sabedoria em toda parte, demonstra o princípio da cooperação em todos os seus planos.
O verme enriquece a terra e a terra sustenta o verme.
A fonte auxilia as árvores e as árvores conservam a fonte.
O solo ampara a semente e a semente valoriza o solo.
As águas formam as nuvens e as nuvens alimentam as águas.
A abelha ajuda a fecundação das flores e as flores contribuem com as abelhas no fabrico do mel.
Um pão singelo é gloriosa síntese do trabalho de equipe da natureza.
Sem
as lides da sementeira, sem as dádivas do sol, sem as bênçãos da chuva,
sem a defesa contra os adversários da lavoura, sem a assistência do
homem, sem o concurso do moinho e sem o auxílio do forno, o pão amigo
deixaria de existir.
Um casaco inexpressivo é fruto do esforço
conjugado do fio, do tear, da agulha e do costureiro, solucionando o
problema da vestidura.
Podemos perceber nesses exemplos de colaboração um convite para que sejamos também colaboradores.
Sem
nos darmos conta, muitos colaboram conosco no decorrer dos dias. São os
médicos que nos atendem com presteza e afeto, doando-se além da sua
obrigação. Professores que fazem jus ao seu salário, mas se empenham um
tanto mais para que os alunos aprendam as lições.
É a sua colaboração espontânea.
Guardas
de trânsito que se dedicam um pouco mais, prestando uma informação,
ajudando alguém a atravessar a rua com delicadeza e boa disposição.
São os enfermeiros atenciosos que se esforçam por atender bem a um paciente, só porque seu coração assim o determina.
É
alguém gentil que nos cede a passagem no trânsito. Um motorista anônimo
que nos avisa do perigo na estrada. Um transeunte que ajuda um idoso ou
cego a atravessar a rua...
Se é certo que pagamos por alguns
desses serviços, também é certo que a dedicação e o carinho de cada
profissional, ninguém, nem dinheiro algum, pode pagar. É a sua
colaboração para o bem-estar do semelhante.
Se não nos damos
conta de tudo isso, é porque talvez estejamos cegos para as coisas boas,
ou porque estamos acostumados a perceber somente as coisas ruins.
É importante que tenhamos olhos para ver também as coisas boas que nos cercam.
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