Pensem como quiserem os que entendem dever fazer a propaganda
espírita por todos os modos, mesmo nas praças, sujeitando a divina Doutrina à
galhofa do público, mesmo nos teatros, em meio do ridículo dos espectadores, e
até nos alcouces, por entre os esgares desprezíveis de seres infelizes, seus
freqüentadores.
Nem Jesus, o santíssimo modelo, nem os apóstolos, seus autorizados imitadores
expuseram jamais à galhofa, ao ridículo e aos esgares da corrupção os ensaios de
salvação.
Quer um, quer outros levaram a palavra da Verdade a todos os meios, é certo,
porque o doente é que precisa do médico; porém, fizeram-no sempre guardando a
compostura, severamente moralizadora, de ministros da mais pura, santa e
veneranda Doutrina: ergueram a luz à altura de ser vista por toda a Humanidade,
mas não a levaram aos antros.
Do que serve pregar o Espiritismo que é o Evangelho segundo o rito' espírito e a
verdade, dando àqueles que o pregam o exemplo do seu desrespeito pelo, modo
irreverente de pregá-lo?
Sancta sancte tractanda sunt: as coisas sagradas devem ser com todo o respeito
tratadas.
Por este modo, um que seja, que se colha para redil bendito, vem convencido da
santidade da Doutrina, pelo acatamento com que a vê exposta, e será um
convencido digno e dignificador da Santa Lei.
Pelo contrario, os que são trazidos como em folia, por milhares que sejam, virão
crentes, pelo modo por que viram obrar os propagandistas, de que o Espiritismo é
meio de distração, senão de brincadeira, e esses milhares nem aproveitara para
si, nem concorrem de leve para o triunfo da boa Lei.
Propagar o Espiritismo por toda a parte, sim; mas propagá-lo com o respeito e o
acatamento que requer o ensino da Divina Revelação.
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