A pedra sonha com a sensação de planta.
A árvore aspira o instinto animal.
A fera vislumbra a inteligência.
O selvagem candidata-se à luz da razão.
O homem deseja para si o brilho do anjo.
E
o anjo entrevê a celeste escalada de posições que ainda lhe cabe atravessar, no
rumo da integração com a Munificência Divina.
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Seres
em crescimento, tão distantes da sublimação, quanto o orangotango ainda se
encontra longe de nós, na insignificância de nossas aquisições e valores,
qualquer definição de Deus nos escapa por insuficiência de percepção e
compreensão.
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O
verme defrontado pela excelsitude da natureza, jamais conseguirá, em sua
condição, penetrar as leis da botânica e a ave pequenina, embora refletindo nas
asas tenras o fulgor solar, não pode analisar os fenômenos da luz.
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Entretanto,
o verme e a ave atendem às funções que lhes cabem na economia do mundo e
evoluem, dia a dia, para mais altos recursos da forma, no caminho do progresso
constante.
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Seria
temeridade de nossa parte desafiar a Divina Sabedoria com qualquer
classificação de seus atributos.
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Espíritos
humanos em desenvolvimento, no corpo físico ou fora dele, não podemos trair a
posição em que nos situamos, competindo-nos, por agora, não a veleidade de
compreender o Plano do Universo, mas sim a obrigação de acatar-lhe os
desígnios, abraçando o serviço que a Lei nos reserva no campo de
aperfeiçoamento que nos cabe lavrar.
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Ainda
assim, se buscamos exata notícia do Criador, adotemos a de Cristo que no-lo
revelou na posição de “Nosso Pai”.
Nosso
Pai que nos provê de recursos em todas as necessidades e que se acurva amoroso
e solícito na proteção para todas as criaturas.
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Nosso
Pai que vela pela magnificência dos astros com a mesma ternura com que sustenta
a larva no subsolo.
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Em
verdade, por agora, nossa inteligência é demasiada estreita par conter qualquer
conceituação do Infinito, cabendo-nos, por bênção e honra, o trabalho
incessante no bem para libertação e aprimoramento de nossas possibilidades
virtuais.
*
Pelo
coração, no entanto, ser-nos-á possível buscar o exemplo de Jesus e sentir o
Supremo Senhor por Nosso Pai de Sabedoria e Misericórdia.
Através
do amor, a estrela se comunica com o grão de areia e se a gota do oceano não
lhe pode medir a extensão e a grandeza, traz consigo, na intimidade da própria
estrutura, o gosto característico do mar.
(De
“Canais da Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)
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