“Bem-aventurados os que
choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela
justiça, porque o reino dos céus é para eles.”
Lágrimas
são emoções materializadas que romperam as barreiras do corpo físico. Em
realidade, representam os excessos de energia que necessitamos extravasar.
Nem sempre são as mesmas fontes que determinam as
lágrimas, pois variadas são as nascentes geradoras que as expelem através dos
olhos.
Lágrimas nascidas do amor materno são vistas quase
que corriqueiramente nos olhos das mães apaixonadas pelos filhos.
Lágrimas de alegria marejam nos olhos dos
enamorados, pelas emoções com que traçam planos de felicidade no amor.
Lágrimas geradas pela dor de quem vê o ente
querido partir nos braços da morte física, entre as esperanças de reencontrá-lo
logo mais, na vida eterna.
Lágrimas de amigos que apertam mãos nas
realizações e uniões prósperas são sempre nascentes puras de emotividade sadia
oriundas do coração.
Há, porém, lágrimas criadas pelos centros de
desequilíbrio, que mais se assemelham a gotas de fel, pois, quando jorram, congestionam
os olhos, tornando-os de aspecto agressivo, de cor carmim, entre energias
danosas que embrutecem a vida.
Lágrimas de inveja e revolta que brotam nos olhares
dos orgulhosos e despeitados, quando identificam criaturas que vencem
obstáculos, alcançando metas e exaltando as realizações ditosas que se
propuseram edificar.
Lágrimas de
angústia e desconforto que umedecem as pálpebras dos inconformados e rebeldes,
os quais, por não respeitarem a si mesmos e aos outros, sofrem como
conseqüência todos os tipos de desencontros nos caminhos onde transitam
desesperados.
Lágrimas de pavor
e devassidão, em uma análise mais profunda, são tóxicos destilados pela fisionomia
dos corruptos, que lesam velhos, crianças e famílias inteiras na busca
desenfreada de ouro e poder.
Lágrimas
dissimuladas que gotejam da face dos hipócritas e sedutores, os quais, por
fraudarem emoções, acreditam sair ilesos perante as leis naturais da vida.
Conta-se que
lágrimas espessas rolaram dos olhos dos ladrões crucificados entre o Senhor
Jesus, no’Gólgota.
As gotas de
lágrima do mau ladrão fecundaram, no terreno dos sentimentos, as raízes da
reflexão e do discernimento, que permitiram entender o porque dos corações
rígidos e inflexíveis. A humanidade aprendeu que há hora de plantar e tempo de
ceifar e que nem todos estão ainda aptos a compreender a essência espiritual,
nascendo, portanto, dessa percepção o “perdão incondicional”.
Mas dos olhos do
bom ladrão deslizaram as lágrimas dos que já admitiram seus próprios erros,
vitalizando o solo abundantemente e fazendo germinar as sementes poderosas que
permitem às consciências em culpa usar sempre “amor incondicional”
para si mesmas e para os outros, como forma de restaurar sua vida para melhor.
Isso fez com que
os seres humanos se aproximassem cada vez mais do patamar da reparação e do
enorme poder de transformação que existem neles mesmos, reformulando e
reorganizando gradativamente suas vidas. Estabeleceu-se assim, na Terra, o
“arrependimento” - sentimento verdadeiro de remorso pelas faltas
cometidas e que serve para renovação de conceitos e atitudes.
No teu mergulho
interior, pondera tuas lágrimas, analisa-as e certifica-te dos sentimentos que
lhes deram origem.
Que sejam sadias
tuas fontes geradoras de emoções e que esse líquido cristalino que escorre
sobre tuas faces te levem ao encontro da paz interior, entre alicerces de uma
vida plena.
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