A Caminho da Luz

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Trabalho

Trabalho

Se nos propomos retratar mentalmente a luz dos Planos Superiores, é indispensável que a nossa vontade abrace espontaneamente
o trabalho por alimento de cada dia.
No pretérito, apreciávamo-lo por atitude servil de quantos caíssem sob o ferrete da injúria.
A escola, as artes, as virtudes domésticas, a indústria e o amanho do solo eram relegados a mãos escravas, reservando-se os
braços supostos livres para a inércia dourada.
Hoje, porém, sabemos que a lei do trabalho é roteiro da justa emancipação. Sem ela, o mundo mental dorme estanque. Fugirlhe
aos impositivos é situar-se à margem do caminho, onde o carro da evolução marcha, inflexível, deixando à retaguarda quantos
se amolgam à ilusão da preguiça.
O usurário não padece apenas a infelicidade de seqüestrar os bens devidos ao Bem de Todos, mas igualmente o infortúnio de
erguer para si mesmo a cova adornada em que se lhe estiolarão as mais nobres faculdades do espírito.
Não vale, contudo, agir por agir.
As regiões infernais vibram repletas de movimento.
Além do trabalho-obrigação que nos remunera de pronto, é necessário nos atenhamos ao prazer de servir.
Nas contingências naturais do desenvolvimento terrestre, o espírito encarnado é compelido a esforço incessante, para o sustento
do corpo físico. Recolhe, de graça, a água pura, os princípios solares e os recursos nutrientes da atmosfera; entretanto, é
preciso suar e sofrer em busca da proteína e do carboidrato que lhe assegurem a euforia orgânica Cativo, embora, às injunções do plano de obscura matéria em que transitoriamente respira, pode, porém, desde a Terra, fruir a ventura do serviço voluntário aos semelhantes todo aquele que descerre o espelho da própria alma aos reflexos da Esfera Divina.
O trabalho-ação transforma o ambiente.
O trabalho-serviço, transforma o homem.
As tarefas remuneradas conquistam o agradecimento de quem lhes recebe o concurso, mas permanecem adstritas ao mundo, nas
linhas da troca vulgar.
A prestação de concurso espontâneo, sem qualquer base de recompensa, desdobra a influência da Bondade Celestial que a
todos nos ampara sem pagamento A maneira que se nos alonga a ascensão, entendemos com mais clareza a necessidade de trabalhar por amor de servir.
Quando começamos a ajudar o próximo, sem aguilhões, matriculamo-nos no acrisolamento da própria alma, entrando em
sintonia com a Vida Abundante.
Nos círculos mais elevados do espírito, o trabalho não é imposto.
A criatura consciente da verdade compreende que a ação no bem é ajustamento às Leis de Deus e a ela se rende por livre
vontade.
Por isso, nos domínios superiores, quem serve avança para os cimos da imortalidade radiosa, reproduzindo dentro de si mesmo
as maravilhas do Céu que nos rodeia a espelhar-se por toda parte.

Francisco Cândido Xavier - Pensamento e Vida - pelo Espírito Emmanuel

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