A Caminho da Luz

terça-feira, 20 de setembro de 2011

DIVALDO FRANCO E O PADRE - Como ele se tornou Espírita

DIVALDO FRANCO E O PADRE
Como ele se tornou Espírita



Certa vez, fui a um padre confessar (antes de tornar-me espírita).


Contei-lhe sobre minhas comunicações com os mortos. Para ele, eram forças demoníacas tentando me afastar da Igreja.


Veio-me uma mágoa de Deus e comecei a questionar:


- Sou um bom católico, bom sacristão, adoro a Igreja, faço jejum, passo a semana da Páscoa sem comer até o meio-dia. Se Deus não pode com o diabo, eu vou aguentar? O diabo vai me vencer.


Como um garoto de 17 anos, do interior, ingênuo, pode vencer o diabo se nem Deus consegue?


Entrei em depressão e fiquei com mágoa de Deus. Confessei-me ao padre:


- Eu vou me matar. Nossa Senhora do Carmo vai ter pena de mim, vai me colocar o escapulário e me tirar do inferno.


Ele me olhou demoradamente e respondeu:


- Não tome nenhuma atitude agora. O demônio às vezes nos perturba para testar a nossa fé; quando não consegue, abandona. Volte para a Igreja.


Era um homem honesto, acreditava piamente em suas ideias.




Um dia, ao confessar-me a ele, vi aproximar-se um Espírito. Tive outro conflito:


- Como pode o diabo entrar na sacristia?


Aliás, eu via sempre os Espíritos. No momento da eucaristia a hóstia tornava-se luminosa quando colocada na minha boca. Às vezes, em Feira de Santana, via o cônego Mário Pessoa aureolado. No meu entendimento (católico), ele era um santo. As pessoas na hora da fé se iluminavam e eu julgava tudo alucinação.


Quando o Espírito entrou, exclamei:


- Olha, o diabo está vindo, e é mulher!


- Você vê algum sinal particular no rosto dela? – indagou-me o padre.


- Vejo uma verruga acima do lábio.


- E o que mais?


- O cabelo está partido ao meio, penteado com um coque atrás.


- E o que mais?


- Vejo um xale sobre os ombros, com pontas, um xale negro de xadrez.


- Pode ficar tranquilo, é mamãe.


Ela “incorporou” e conversou com o padre. Quando despertei, ele me esclareceu:


- Divaldo, mamãe veio me alertar. A sua missão não é aqui, vá seguir a tarefa que Deus lhe confiou, porque o bem está em todo lugar.


Fiquei mais tumultuado, porque eu não era espírita, tinha medo, sentia-me de certo modo alijado da Igreja, mas continuava a frequentá-la e ao Centro Espírita.




Tinha conflitos de fé, principalmente quando morreu minha irmã, por suicídio. Mamãe foi encomendar missa a esse mesmo sacerdote, um homem bom, e ouviu dele:


- Dona Ana, não posso celebrar, porque o suicida está no inferno e Deus não o tira de lá.


Foi quando aprendi a primeira lição de lógica e de psiquiatria, com uma mulher iletrada – a minha mãe:


- Padre, então eu renego o seu Deus. Se Ele não é capaz de perdoar não é digno de ser Deus. Sou lavadeira modesta e analfabeta, mas a filha que perdi, eu a perdoo; como é que Deus, que a tem, não a perdoa? Digo mais, quem se mata não está no seu juízo.


Mais tarde eu viria saber que muitos portadores de psicose maníaco-depressiva PMD, vão ao suicídio.


Aprendi muito com esse homem, com mamãe, e quando eu lhe disse que não iria mais à igreja, ela me respondeu:


- Deus está em todo lugar. Se você for justo e agir com retidão, Ele estará com você. Faça o bem, meu filho, porque a verdadeira religião é aliviar o sofrimento alheio.


A partir desse acontecimento integrei-me lentamente ao Espiritismo.


Tiago 1:27 “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: – Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo. “

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