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sexta-feira, 23 de setembro de 2011
"Jesus, o Médium de Deus"
Nas escrituras sagradas são vários os registros de fenômenos que, devido à diversidade das religiões e seus dogmas e mistificações, até os dias atuais, são considerados por muitos como feitos miraculosos. No século XIX, com advento do espiritismo, cumpriu-se uma das profecias evangélicas de Jesus, que na iminência de ser entregue aos judeus proferiu aos seus discípulos: "Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. - Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito". (João XIV: 15 a 17; 26) e através do surgimento dessa doutrina, com suas obras básicas trazidas pelos espíritos superiores, responsáveis junto a Allan Kardec pela codificação, pôde-se constatar que todas essas fenomenologias bíblicas encontram explicações com o estudo fundamentado na mediunidade.
Baseado nos aspectos científicos do espiritismo pode-se observar que desde Moisés, até João com o Livro das Revelações (Apocalipse), todos os profetas bíblicos foram médiuns apresentando suas faculdades mediúnicas, cada qual, cumprindo o seu papel em conformidade com o momento em que viveram e as necessidades sociais e educativas de suas respectivas épocas. Dentre esses médiuns, destacamos o papel de Jesus, considerado “O Médium de Deus”, que veio ao nosso planeta com a missão maior, trazendo uma consciência extremamente superior aos padrões da época, inclusive aos nossos padrões atuais, nos facultando o amor como única forma de salvação, e nos revelando que Deus é amor, e que para se conhecer esse amor era preciso que se conhecesse a Ele: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6), manifestando fenômenos como curas, ressuscitação de mortos, levitações, que Ele mesmo atribuía como sendo obras de Deus, que se revelava por Seu intermédio para que a humanidade encontrasse a fé e assim realizasse também as Suas obras: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (João 14:12).
No livro A Gênese, Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, uma das obras básicas da doutrina codificada por Allan Kardec, em seu capítulo XV, item 2, encontra-se relatado toda a natureza Espiritual e Humana do Cristo, a qual para nosso maior entendimento e apreciação, transcrevo aqui em sua íntegra:
2. – Sem nada prejulgar sobre a natureza do Cristo, que não entra no quadro desta obra examinar, não o considerando, por hipótese, senão como um Espírito superior, não se pode impedir de reconhecer nele um daqueles de ordem mais elevada e que está colocado, pelas suas virtudes, bem acima da Humanidade terrestre. Pelos imensos resultados que ele produziu, a sua encarnação neste mundo não poderia ser senão uma dessas missões que não são confiadas senão aos mensageiros diretos da Divindade para o cumprimento de seus desígnios. Supondo-se que ele não fosse o próprio Deus, mas um enviado de Deus para transmitir sua palavra, ele seria mais que um profeta, porque seria um Messias divino.
Como homem, tinha a organização dos seres carnais; mas, como Espírito puro, desligado da matéria, deveria viver a vida espiritual mais do que a vida corpórea, da qual não tinha as fraquezas. A superioridade de Jesus sobre os homens não se prendia às particulares de seu corpo, mas a de seu Espírito, que dominava a matéria de uma maneira absoluta, e a de seu perispírito, haurida na parte a mais quintessenciada dos fluidos terrestres (Cap.XIV, n° 9). Sua alma não devia prender-se ao corpo senão pelos laços estritamente indispensáveis; constantemente desligado, devia dar-lhe uma dupla vista não somente permanente, mas de uma penetração excepcional e bem de outro modo superior àquela que se vê entre os homens comuns. Devia ser do mesmo modo em todos os fenômenos que dependem dos fluidos perispirituais ou psíquicos. A qualidade desses fluidos lhe dava uma imensa força magnética, secundada pelo desejo incessante de fazer o bem.
Nas curas que ele operava, agia como médium? Pode-se considerá-lo como um poderoso médium curador? Não; porque o médium é um intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados. Ora, Cristo não tinha necessidade de assistência; ele que assista os outros; ele agia por si mesmo, em virtude de seu poder pessoal, assim como podem fazê-lo os encarnados em certos casos e na medida de suas forças. Que Espírito, aliás, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarrega-los de transmiti-los? Se recebesse um influxo estranho, não poderia ser senão de Deus; segundo a definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.
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