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ESPÍRITO DE JUSCELINO KUBITSCHEK (JK) SE COMUNICA |
A
seguir, para relembrar um dos grandes brasileiros de todos os tempos, trazemos
uma comunicação do espírito de Juscelino Kubitschek de Oliveira, o JK. antes das
eleições presidenciais de 1989 e, mais abaixo, uma descrição da Colônia
Espiritual dos Velhos Patriotas que abriga espíritos de ilustres brasileiros de
outrora.
Extraído
do Livro: Driblando a dor. Espírito Luiz Sérgio
Conversando,
ele nos levou até um auditório, onde uma figura brasileira muito querida ia
iniciar uma palestra e, sabendo Kacá que nós gostamos muito dele, para lá nos
encaminhou. Eu esperava ansiosamente por sua presença e, no momento determinado,
ele apareceu. (Possivelmente JK, nota do formatador do email e não contida na
obra)
-
Queridos amigos. Quando o meu nome surgiu neste painel, voltou-me à lembrança o
passado de lutas, e acreditei que Deus é que escreve a verdadeira história do
homem, pois só Ele conhece o seu interior. Sou um homem que lutou por um ideal e
que contou com grandes amigos. Como cidadão, brasileiro e homem público,
acreditei na justiça de Deus, na intimidade de minha fé. Graças a ela hoje aqui
me encontro na Colônia dos Velhos Patriotas, ainda lutando por minha Pátria.
Guardo
na lembrança a força do homem, obra divina, quando precisei de seus braços para
concretizar um sonho (Brasília???). Às vezes, o travesseiro era o único
companheiro das minhas noites de insônia, dado o acúmulo de preocupações.
Porém,
ao presenciar a luta do homem levando o progresso até o chão ressequido, sentia
que Deus reservara um plano para mim e que eu precisava realizá-lo, mesmo contra
a vontade de inúmeras pessoas.
As
vitórias foram maiores do que os ataques, e vimos surgir no Planalto Central,
Brasília, a capital do Brasil. Os radicais; porém, ainda insistiam em manter
acesa uma chama que já não resplandecia, mas apenas bruxuleava. Não aceitavam o
progresso do Brasil. Ao fechar o grande portão de ferro do Palácio do Catete,
vimos também fechar um trecho da história da pátria e viramos a página da
História do Brasil.
Hoje,
quando ainda nos defrontamos com a dureza do coração humano, fico preocupado com
o País. Mesmo que ele permaneça firme, como gigante que é, os homens têm como
dever não passar por ele em vão. O povo espera por dias melhores e um homem
público não pode decepcionar o povo, principalmente se esse mesmo povo depositou
nele as suas esperanças.
O
poder muitas vezes tolhe a liberdade do político, mas ele, quando possui a nação
plasmada em seu espírito, voa até os seus patrícios, não importando quem seja,
apenas estendendo a mão num gesto de patriotismo. É decepcionante ver um homem
que convidado foi a servir à sua pátria fracassar por incompetência.
Na
Colônia dos Velhos Patriotas reencontramos vários amigos e companheiros de
ideal, mas também nos defrontamos com ferrenhos adversários que hoje, longe da
matéria física, ainda guardam na lembrança as injustiças do ataque, por não
comungarem dos nossos ideais. Mesmo assim, unidos estão os por um só objetivo: o
crescimento espiritual do nosso País.
Esperamos
que cada brasileiro no dia quinze de novembro, ao marcar o "x" na cédula, o faça
consciente de que não só está cumprindo com um dever cívico como, antes de tudo,
cooperando para a liberdade, a paz e a prosperidade do País.
Não
venha o homem encarnado a colocar sobre os próprios ombros a cruz pesada do
remorso; a escolha se fará, e esta Colônia ora para que todos os eleitores,
políticos, governantes, tenham, acima de tudo, amor ao Brasil. Que os falsos
políticos não possuam o comportamento do mata-pau, sugando a nação,
tirando-lhe o viço da prosperidade.
Ao
assumir um cargo público, deve o homem ter em mente, antes de mais nada,
desarmar os espíritos, de forma a poder assegurar um clima de integral liberdade
para todos, liberdade esta que deve ser capaz de constituir a súmula dos ideais
humanos.
Um
país não pode ser livre com uma população faminta, doente e vítima do desespero.
Um país só é verdadeiramente rico e livre se o seu povo for feliz, e o Brasil,
sendo o escolhido, tem de tudo para alçar vôo, só precisando, para isso, que os
parasitas o deixem 'livre.
Aproximam
-se as eleições e desta Colônia espiritual partem caravanas de socorro, tendo
Ismael como guia. Sabemos do entusiasmo pelo pleito, pois todos esperam
ardentemente por isso, quando a vontade do povo irá ser manifestada livremente,
e que os eleitos, quer da direita, do centro ou da esquerda, serão empossados.
Queira
Deus que as esperanças do povo transformem-se, de fato, em realidade.
Entretanto, as massas estão politizadas, mas precisando ainda ser educadas para
a compreensão da realidade nacional.
Aceitam
muitos, com ingenuidade, a argumentação capciosa: casa própria para todos, maior
salário-mínimo, reforma agrária, restrições ao capital estrangeiro. Amassa ainda
acredita nas promessas e isso nos preocupa, porque o eleitor não busca o homem,
a sua bagagem política, o seu caráter, mas temos fé de que o povo sofrido
sorrirá, que os hospitais não terão filas, que as marq uises não serão o lar das
crianças carentes, que a fome se distanciará do nosso povo, que em cada coração
brasileiro brilhará a luz da felicidade.
Para
isso estamos trabalhando, e acreditamos que Deus irá nos ajudar, confiante de
que a Pátria do Evangelho surgirá das terras brasileiras. Acreditamos que o povo
saberá escolher. O País espera pela participação de cada brasileiro.
Daqui
diviso a capital do País. Brasília é uma cidade diferente, edificada num cenário
que lembra a paisagem espiritual, digna portanto da audácia dos seus arquitetos,
dos candangos, enfim, dos seus construtores. Brasília é um cântico de amor;
nela, tudo se transforma em alvorada e, de braços abertos, ela espera o futuro.
Estamos
em setembro, louvando a data nacional e recordando de muitas outras em que o
pavilhão nacional era beijado pela brisa da capital do Paí.s. Criança ainda,
Brasília viveu a emoção de receber um presidente eleito pelo povo e, menina
ainda, apenas engatinhando, foi palco de fatos que ficaram gravados em sua
História. O mês de setembro é muito marcante em minha vida, devido ao meu
nascimento (JK Diamantina-MG, em 12.09.1902), as datas como a de dezoito e
trinta de setembro e muitas outras hoje estão vivas em minhas
lembranças.
Brasília
foi crescendo, crescendo, crescendo. Hoje já é uma mulher independente e livre e
logo ir& abrigar o escolhido do povo, queira Deus seja d'Ele também. E que
todos nós estejamos segurando bem forte a bandeira de Ismael para que possa
operar na nossa terra levando sempre a paz.
Tenho
fé nos meus patrícios como um dia tive fé em mim mesmo, quando cheguei a bordo
de um DC-3, desembarquei no chão vazio - o Planalto Central- e construí no
cerrado a capital do Brasil. No dia vinte e um de abril de mil novecentos e
sessenta - três anos e cinco meses depois, a cidade estava inaugurada.
O
novo Presidente do País não vai encontrar as dificuldades de ontem, a poeira não
castiga mais as ruas todas asfaltadas, hoje Brasília é uma bela e fulgurante
realidade. Queira Deus continue pura e nada venha a destruir sua beleza. Que dos
seus Ministérios possam sair as decisões mais acertadas e jamais em um deles
seja praticada uma injustiça sequer.
Seja
quem for o eleito, estamos vibrando pela paz do Brasil, pedindo a Deus que esse
escolhido mantenha coesa a unidade nacional.
Agradeço
do fundo do coração a todos os trabalhadores brasileiros de todas as categorias,
às quais me sinto indissoluvelmente ligado. Estarei sempre ao lado de cada um
deles, participando das suas alegrias e das suas lidas, orando pelas suas
vitórias. Um abraço a todos os patriotas que aqui se encontram e que a vibração
divina chegue até o plano físico. O meu eterno agradecimento ao nosso povo
simples e bondoso, que sempre se recorda deste servo de Jesus com saudade e
respeito. Um candango.
JK
1989
ISMAEL
EOS VELHOS PATRIOTAS
Encontrando-me
na Colônia dos Velhos Patriotas, sentia-me tão feliz que a tudo
examinava enlevado: os canteiros floridos, as palmeiras, as cascatas de águas
cristalinas; em cada edifício tremulava a bandeira da paz. Curvei-me diante
delas, almejando que na terra elas também enfeitem todas as sedes de governo.
Pedi ao Enoque para entrarmos em certo edifício, e logo estávamos admirando as
tapeçarias de pano branco, verde e azul celeste, pendentes de cordões de linho
fino e púrpura e argolas de prata, e as colunas de mármore. Esse prédio
é um dos imensos ministérios de socorro espiritual à nossa Pátria.
Muitos espíritos estavam ali trabalhando.
-Sempre
há esse movimento, Enoque'?
-Aproxima-se
a eleição brasileira, por isso esses irmãos estão assim atarefados. Eles mantêm
na crosta da Terra equipes de abnegados espíritos de políticos que intuem e
ajudam os candidatos dignos.
Era
um vaivém muito disciplinado. Deixamos o interior do prédio e alcançamos o
jardim, onde uma imensa estrela formada de grama trazia no centro a palavra"
paz" .
-Agora,
disse-nos Enoque, vamos conhecer os arredores da Colônia.
Assim
o fizemos. Na Colônia dos Velhos Patriotas, os seus arredores são
compostos de casas-escolas e pequenos hospitais que prestam auxílio aos
políticos. Ao ver as casas abrigando espíritos velhos e doentes, sob o
amparo de abnegados enfermeiros, perguntei:
-o
mau político não vai para o umbral?
-
No mundo espiritual não há privilégios. Antes de ser político, o homem é
um espírito e, como tal, se ultrapassar as leis de Deus, terá de pagar. Assim
como existem os departamentos da arte ou da música em outras colônias, existe
esta Colônia dos Velhos Patriotas. Prestem atenção: a Colônia não tem o nome de
grandes políticos, porque aqui é abrigado desde o vereador humilde até os
grandes presidentes; todos recebem o mesmo auxílio, conforme o seu merecimento.
Se lesarem o povo, sofrerão as conseqüências. Esta Colônia sempre esteve e
estará aberta para abrigar todos os que se propuseram a servir à Pátria, mesmo
os falidos.
Nisso,
aproximou-se de nós a irmã Maria, que carinhosamente nos levou até os hospitais.
Lá, defrontamo-nos com muitos irmãos bem dementados, ainda ostentando
os gestos de um político. O humilde hospital continha somente dez
leitos. O aposento maior reservaram ao auditório, onde muitos, naquele momento,
recebiam aula de evangelização. Nós participamos dela e me emocionei
quando a figura de um grande brasileiro cumprimentou a todos e iniciou a
preleção:
-"Prezados
irmãos, companheiros de caminhada evolutiva, Deus, sublime Arquiteto do
Universo,condensou os fluidos mais puros e criou o corpo e a este logo soprou,
dando vida à forma. Estávamos criados. Porque o Senhor Deus formou, pois, o
homem do barro da terra e soprou no seu rosto um sopro de vida e o homem
tornou-se espírito, pessoa vivente (Gênesis, Capítulo 11, versículo 7).
Portanto, o homem só é importante porque foi criado por Deus, que é uno,
indivisível e eterno.
Cada
ser, ao receber o livre-arbítrio, recebeu também a consciência e, junto com ela,
o plano de Deus: evoluir. Aquele que recebe a tarefa de liderança tem por
obrigação dar bons exemplos. Um homem público precisa policiar-se para não levar
ao seu próximo algo pernicioso. Sofrer, morrer por um ideal é dever desse homem,
se ele recebeu de Deus a tarefa de levar o progresso à sua Pátria. Quem deseja
aplausos na vida pública deve antes consultar a sua consciência e ver se de
verdade já está apto a renunciar em prol do crescimento do seu país. Não existem
cargos políticos, existem responsabilidades políticas, e ai daquele que
fracassa. O humilde vereador é respeitado se ele faz do seu mandato um
sacerdócio longe dos bens temporais, porquanto o ideal de um homem é medidoo
pela grandeza das suas ações.
Quem
se abraça à bandeira do seu país tudo deve fazer para honrá-la; os vales de
sofrimento estão repletos de políticos que enganaram o povo, lesaram a nação e
abusaram do poder.
Aqui
vimos para receber no hospital-escola um tratamento especial com Jesus, o Maior
dos médicos, almejando que os queridos companheiros estejam em breve tempo junto
às nossas equipes de ajuda ao momento brasileiro, quando a nossa Nação irá
escolher um novo presidente; queira Deus seja aquele que irá plantar a semente
do Evangelho de Jesus.
Sei
que os irmãos se sentem impotentes, mas, à medida que vamos vivendo como
espíritos, vamos adquirindo o conhecimento de nós mesmos. A" morte" é a parada
obrigatória, que nos dá grande oportunidade de reflexão sobre o que fizemos, ou
o que deixamos de fazer, levados pela sede de poder. Deus espera que cada filho
cumpra com seu dever.
O
homem público recebeu de Deus o cajado da responsabilidade, o qual terá de
devolver florido de obras de amor. Aceitem o orvalho de Maria, a brisa de Jesus
e o perfume de Deus e se sentirão curados, aptos para o'trabalho que os espera.
Sejam benvindos."
Os
meus olhos não só marejaram-se de lágrimas como o meu coração sussurrou
baixinho: "obrigado, meu Deus".
Aquela
bela figura foi-se retirando. Olhei-o com respeito e desejei que progredissem em
espírito aqueles homens públicos que ali se encontravam internados na Colônia
dos Velhos Patriotas. Uns ainda conservavam o ar autoritário, outros, bem
humildes, choraram de emoção por ter ouvido o querido amigo.
Irmã
Maria perguntou se gostaríamos de visitar outros hospitais. Sadu agradeceu,
preferindo as pequenas casas. Ela se despediu sorridente. Um irmão encarregou-se
de nos levar até lá, Felipe, o seu nome. Muito simpático, mas caladão, em todo o
trajeto nenhuma palavra nos dirigiu. Eu estava louco para lhe fazer perguntas,
mas me contive. Quando chegamos, ele se despediu, mas antes nos apresentou Ana.
Ela, muito simpática e cortês, convidou-nos a entrar. Examinei a casa, muito
simples:
a
sala era rodeada de estantes repletas de livros. Ana falou: '
-
Estava aqui esperando por vocês, sejam bem-vindos. Esta casa é habitada por
políticos que já se encontram em trabalho na terra; alguns passam o maior tempo
aqui, os que possuem família em outras colônias as visitam sempre. Nestas casas
eles estudam e prestam auxílio ao País. Neste instante em que se aproxima a
escolha de um novo presidente, esta Colônia vem esmerando-se no trabalho para
que os irmãos se respeitem e que a bandeira brasileira tremule sobre a cabeça do
escolhido.
-Vocês
já sabem quem vai ganhar? -Não, mas o plano de Deus recaiu sobre alguém que
beijou a poeira do País, abraçou o leme do navio e gritou: liberdade. Mas a cada
brasileiro Deus ofertou uma cédula em branco; está nas mãos na Nação o seu
governante. Nós não podemos influir na decisão do povo, temos de orar para que o
escolhido dos homens seja o mesmo escolhido por Deus. Um dia, Jesus, o
Governador da Terra, se fez homem, mas o povo não O aceitou e gritou: Barrabás!
e até hoje estam os pagando por essa escolha. Pedimos ao Senhor que o povo
brasileiro faça uma boa escolha, nossa Pátria querida foi escolhida para
tornar-se a "Pátria do Evangelho, o coração do mundo, o celeiro da humanidade"
1. Mas se Deus ofertou a Terra, também ofertou ao homem o direito de escolher
seus governantes terrenos.
-Irmã,
perguntei, é justo o País sofrer por causa de uma escolha mal feita ao
votar?
-
A atmosfera de um país é formada pelos fluidos dos seus habitantes; se nós só
assimilarmos fluidos negativos, atrairemos contendas, lágrimas e tristeza,
apreensões e desespero
Quando
Ana nos fornecia exemplos, chegaram dois irmãos que, muito gentis, nos
cumprimentaram.
Ali
ficamos conversando com eles e concluímos que o político vem à terra em missão e
aquele que não está registrado no plano divino com essa tarefa poderá ser
eleito, mas terá breve vida política. É algo que vem de vidas e mais vidas
sucessivas, mesmo que em muitas delas tenha fracassado como político.
Francisco
e Mário prontamente iam-nos elucidando sobre a vida na Colônia, todavia
pareciam preocupados. E eu lhes perguntei:
-o
Brasil corre o risco de perder o prêmio dado por Deus de tornar-se a Pátria do
Evangelho?
(1)
N.E. - Refere-se ao livro "Brasil, Coão do Mundo, Pátria do Evangelho", escrito
por Humberto de Campos e psicografado por Francisco Cândido Xavier, editado pela
FEB.
-Sim.
Se o País não fizer jus à escolha, o templo divino se deslocará para outra
pátria, onde a dignidade e o amor devem reinar.
-Mas
não é mais fácil desencarnar os que não a respeitam, do que o país ser
sacrificado?
-As
religiões que ensinam o homem a ser bom estão cooperando para o progresso
espiritual do Brasil. Ismael, com sua falange de luz, ora a Deus para que o
Brasil não deixe passar em vão a oportunidade de crescimento, e seja a Terra da
redenção.
-Irmão,
falou Samita, como pode o Brasil tornar-se a Pátria do Evangelho quando nos
defrontamos com a pobreza, o vício, a prostituição, os seqüestros, assassinatos
e roubos, enfim, com a violência imperando?
-Tem
razão, Samita, hoje o Brasil atravessa momentos dramáticos.
A
família está ameaçada, a moral se dissipa diante do modernismo; mas mesmo assim
as esperanças de Ismael são imensas, ele acredita que a Estrela-Mãe brilhará
sobre o Brasil. Estamos chegando ao clímax da falta de moral, recordando mesmo
Sodoma e Gomorra, mas não nos esqueçamos de que o corpo, não sendo imortal, não
suporta a violência, explode; então o espírito, vendo-se desnudo, curva-se
diante da verdade e, repleto de remorso, procura a redenção.
-Irmão,
dia a dia aumenta a miséria, em cada ruela defrontamo-n.os com irmãos em
completo abandono, comentou Enoque.
-
NA medida que o homem transforma o seu interior para melhor, ele olha o seu
semelhante, e quando isso acontecer amplamente não mais veremos tais criaturas
tão infelizez
Disse-me
Francisco:
-.
Muitos julgam que seremos uma grande potência. Jamais o Brasil terá o direito de
escravizar outros povos. Ele crescerá com Deus. Seremos a Canaã prometida,
alimentando o mundo, mas um país sem palácios e sem miséria.
-Então
não teremos uma moeda forte? O nosso Cruzad02 não será uma moeda universal?
perguntei.
-
Não é esse o crescimento previsto por Deus, trata-se do crescimento espiritual.
O Brasil terá de se transformar num jardim divino, de onde remeteremos os
fluidos salutares para todo o mundo, principalmente para as regiões onde o ódio
do homem causou destruição. Os espíritas têm por obrigação pregar a mensagem
divina através de exemplos. Não importa se lá fora a falta de moral se alastra,
se o homem mata o homem; o que importa é que nós cremos em Deus e estamos
lutando por uma Pátria renovada. Os homens passam, mas o País permanece,
esperando pelos seus verdadeiros filhos. Desejo convidá-los para assistir na
Praça da República à oração pelo Brasil.
-Agradeço,
irmão, e até mais ver.
Despediram-se
e nós demos em retirada. Perguntei: -E agora, Enoque, para onde vamos?
-Quem
desejar conhecer a Colônia pode fazê-Io, eu terei de me reunir com outros
caravaneiros no Departamento do Trabalho, mas vocês podem percorrer a Colônia.
Até já.
-A
que horas é a prece? perguntei.
-Às
dezoito horas, na Praça da República.
Samita,
Sadu e Carlos ficaram conversando na pracinha em frente à casa. Eu e Karina
buscamos os arredores da Colônia. Algo me chamou a atenção: de um certo
edifício partiam caravanas de socorro para a terra. Interpelamos um irmão que
participava de uma delas e indaguei:
-Para
onde vão? Ele me respondeu:
(2)
N.E. -Ao tempo da psicografia que se constitui neste volume, ainda era o Cruzado
a moeda corrente do Brasi 1.
-
Para a terra. Hoje ocorrerão vários comícios e nós estamos encarregados de
proteger aqueles que só desejam louvar seus candidatos.
-Coitados
... falei sem sentir.
-Coitados,
por quê? retrucou Karina. Você acha que ser babá de viciado é melhor do que
proteger fanático político?
-É
mesmo, Karina, não sei o que é pior.
-Os
dois são dignos trabalhos de socorro, no entanto, este momento político é curto,
enquanto que o nosso é uma batalha que parece sem fim.
-
Acho que não, falou Karina. As campanhas terminam, mas creio que Ismael sempre
desloca os seus auxiliares para ajudar os políticos sérios. Tenho certeza de que
isso acontece, caso contrário, o que seria do querido povo brasileiro?
A
Colônia era linda, muito linda. Toda a sua vegetação nos oferecia a fragrância
das rosas. Os pátios imensos davam seqüência às galerias, aos jardins, às
fontes. Enfim, olhando o refúgio dos patriotas, pensei: "coitado daquele que
brinca com um mandato político".
Assim,
conhecemos a Colonia dos Velhos Patriotas e, como já se aproximava a hora da
prece, seguimos para o local indicado, a Praça da República. As músicas me
emocionaram bastante; muitas delas eram orquestradas, mas quando tocou "Brasil,
Pátria do Evangelho" , o meu corpo balançou de emoção. Brasil, Brasil querido,
estás guardado no coração de Jesus. A praça já estava quase repleta. Fiquei
observando o velho edifício, cuja construção é belíssima. À sua frente, em
tamanho natural, erguiam-se estátuas de grandes vultos da nossa História. À
medida que as músicas eram cantadas, as estátuas iam recebendo uma chuva de
flores. No chão, adornado com a flor amor-perfeito, lia-se: "Sete de
Setembro" .
Eu
vivia uma emoção incalculável. Estávamos ali, orando pelo Brasil. Ainda procurei
as estátuas dos grandes patriotas e a figura de Tiradentes me emocionou
profundamente, não só a dele, mas também a de D. Pedro II, o
querido Imperador do Brasil. Alisei esta última estátua e falei:
-O
Brasil lhe pertence, Velho Patriota, estaremos orando para que o pavilhão
nacional lhe volte às mãos, e gritei: liberdade, liberdade, Pátria amada.
Nisso,
pararam as músicas e um clarim tocou, emocionando a todos.
Uma
claridade se fez na estátua de D. Pedro II e depois percorreu outras figuras,
que estão cumprindo suas tarefas reencarnatórias; alguns políticos brasileiros,
que ontem compuseram a História, hoje labutam nos meios políticos, acertando e
errando, mas recebendo do Mais Alto vibrações de amor.
A
voz de Ismael se fez ouvir:
-Sejamos
benditos, filhos do Nosso Pai. Sejamos dignos irmãos, respeitando a terra-mãe,
como Jesus. O domínio sobre um país está nas mãos de Deus, e é Ele que a seu
tempo suscitará um governador útil (Eclesiástico, Capo X, vA); Não há
coisa mais injusta do que amar o dinheiro porque um tal homem vende até sua
mesma alma, pois que se despojou em vida das próprias entranhas (Eclesiástico,
Capo X, v.l0); Deus destruiu o trono dos príncipes soberbos e em seu
lugar colocou os humildes (Eclesiástico, Capo X, v.l?).
Quanta
grandeza encontramos nas Escrituras!
Nelas
está contido o chamado do homem ao dever. Se ele ouvisse as palavras de Deus,
hoje a Terra não estaria vivendo época tão violenta, onde irmãos matam sem
piedade uns aos outros, onde as guerras fazem vítimas, tudo porque o homem ainda
desconhece Deus.
E
Ele, por amor à Sua família, perdoa, ofertando oportunidades de regeneração.
Mesmo assim, o ódio, a injustiça, a pobreza, a fome, as doenças, os vícios e os
crimes se alastram, contaminando o chão e fazendo nascer a dor e o desespero.
Nós
precisamos vibrar pelo Planeta, para que nele reine a paz, não esquecendo que em
cada ponto existe uma bandeira demarcando um país, e a do Brasil está brilhando
de luz, as suas cores se destacam, simbolizando as riquezas do seu solo; mas ao
buscar a ordem e o progresso percebemos que eles quase se apagam diante do
fanatismo de alguns irmãos que, negligenciando o patriotismo, jogam deslealmente
com os seus compatriotas, sem lembrar que pátria feliz é aquela onde todos vivem
em paz. Estamos apreensivos, o País caminha para algumas reformas; queira Deus
que sejain elas previstas por Ele; que o homem não atrase o crescimento do País;
que nós, que nos propusemos a ajudar o Senhor na transformação da Terra,
estejamos aptos a agir sem preferências partidárias, apenas cumprindo com o
dever de brasileiros, que desejam que o País seja o Coração do mundo. Temos de
orar muito para que a nossa Pátria não se vista de negro para ocultar as
deformações das injustiças. O plano de Deus um dia se fará, e· queira Ele que
ninguém tenha retardado esse momento, pois sentirá o ranger de dentes por ter
feito um borrão nas páginas da História.
Defrontamo-nos
com momentos difíceis, quando as nossas Casas religiosas têm por obrigação fazer
brilhar a espada de Jesus, recordando a cada mortal que a pátria é a universal,
que nós somos apenas soldados alojados no batalhão brasileiro; cabe a nós
defender os projetos divinos referentes ao crescimento do Brasil.
Unidos
estaremos, junto aos políticos, orientando-os para que sejam mais patriotas e
que a verdade faça brilhar na bandeira uma bela canção de esperança. O País há
muito vem sendo preparado, mas o homem orgulhoso esmaga as sementes da paz, que
abnegados Ministros de Deus tentam germinar nessas terras.
Não
podemos forçar o homem a aceitar a glória, mas como fiéis discípulos de Jesus,
devemos incentivá-Io a cultivar na terra o Seu Evangelho de paz. O poder é uma
tiara dourada, cuja luz cega o homem sem humildade, fazendo-o presa fácil e o
levando a cometer injustiça sobre injustiça.
Mas
nós, os servos de Deus, temos de acreditar nos homens e no seu amor à Pátria,
pois sabemos que receberam do Governador a incumbência de torná-la Pátria
Universal.
Se
hoje os vícios, a imoralidade, a maldade, o orgulho crescem diante dos nossos
olhos, também vemos Jesus fazendo descer sobre o Brasil a Sua falange de luz. O
tempo para nós não conta, só esperamos que os brasileiros se conscientizem na
boa escolha, porque o plano de Deus é imutável. Quem, por direito, receber a
incumbência de dar à Pátria o que ela há tanto espera, que essas mãos iluminadas
levantem o gigante adormecido, que vem a ser as reservas ecológicas
brasileiras, escondidas no solo pátrio à espera de quem possa fazê-las
progredir.
Neste
instante, a paz entre os irmãos é a nossa meta de trabalho. Conscientizaremos o
povo a amar a liberdade, mas a liberdade ofertada por Deus. Bem-aventurados
aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham
direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas. Ficarão de
fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os
idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira (Apocalipse, Capo XXll,
vV. 14 e.15).
Sabemos
nós que a luta é grande, mas Jesus estará junto à Humanidade tudo fazendo pela
transformação da Terra. Não podemos deixar de mencionar os versículos 19 e 20
constantes do Capítulo XIX do Apocalipse:
Eu
vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem
guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta
foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que
enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem
...
Jesus
é o cavaleiro da paz; se alguém, não obstante as dores e as predições, quiser
continuar no mal, que continue. Deus o deixaagir, mas o desespero será terrível.
O plano de Deus não se deterá diante da conduta do homem, seja ele quem for.
Serão
afastados todos aqueles que, de alguma forma, tiverem agido contra a lei divina,
para os quais não haverá prêmio e gozo, pois serão lançados na segunda morte, na
infelicidade, pelo remorso de não ter escolhido o caminho da redenção.
Deus
nos ofertou a glória do trabalho, e Jesus nos ensinou como orar. Nesta Colônia
protetora do Brasil, nós todos pedimos ao Senhor que a Pátria só irradie fluidos
benéficos para outras pátrias irmãs; que do seu solo abençoado possa surgir o
abastecimento mundial; que Jesus, no Seu cavalo branco irradiando luz, possa nos
ajudar a levar ao homem a certeza de que os bens temporais e o poder se dissipam
com o tempo, mas a dignidade do ser cresce à medida que ele se toma humilde.
Oremos pela paz mundial e pelo crescimento evangélico do Brasil, para que todo o
seu povo expulse a besta do Apocalipse, conscientizando-se de que só o Cristo é
a salvação.
Quando
a voz de Ismael silenciou, cantamos todos esta canção:
"Brasil,
terra amada,
Coração
do mundo
Ainda
não explorado
Por
um amor profundo.
Brasil,
Pátria do Evangelho, Acreditamos em ti,
O
pavilhão verde amarelo Ao teu povo sorri.
Das
tuas matas hospitaleiras Vemos surgir a esperança Bendita terra brasileira
Um
dia a paz te alcança.
E
agora, Cristo Senhor, Ensina-nos a trabalhar Nestas belas paisagens
Sê
uma bandeira no ar.
Celeiro
da humanidade, Tuas fontes cintilantes Banham as tuas cidades Dessedentando o
viajante.
Pátria
amada,
Gentil
mãe,
Serás
logo respeitada, És uma grande Nação.
Jesus,
o Governador,
Nós,
os vassalos submissos, Ele é o nosso Senhor Dando-nos sempre serviço."
Todos
na praça ainda permaneceram imóveis, orando muito pela paz mundial e pela
transformação do Brasil, não uma transformação dura, mas uma transformação
divina; todos nós oramos para que o plano de Deus se concretize. Se nós
preferirmos Barrabás, existirá sobre a nossa Pátria muita lágrima.
E
assim a praça se esvaziou.
-E
agora, amigo, para onde vamos? perguntei ao Enoque. Ele me sorriu.
-Como
está-se sentindo?
-Não
existe no meu vocabulário uma palavra que signifique o agradecimento por tudo o
que venho recebendo de Deus. Só espero ser digno de tanta bondade.
-o
que achou de Ismael?
-Confesso
que sua luz me cegou; não o vi claramente, somente o escutei. Também, não fiz
força. Senti-me um verme diante de tanto esplendor.
Assim,
fomos andando até uma outra ala da Colônia, e lá fomos muito bem recebidos pelo
nosso Kacá, muito conhecido através dos livros espíritas.
-
o senhor acredita mesmo que o Brasil será uma grande nação? indaguei.
-
Sim, no dia em que desencarnarem todos os maus brasileiros. Naquela praça, a voz
de um grande homem dava a todos nós uma bela demonstração de amor. Desejei
falar-lhe, mas nesses momentos torna-se difícil. Como você pode notar, leitor
amigo, os patriotas estão atentos aos últimos acontecimentos e torcendo pela paz
do País. Acerqueime de Enoque e disse:
-Obrigado,
muito obrigado por ter-me trazido aqui; da primeira vez que aqui vim, nem
imaginei que esta Colônia fosse um ministério da defesa brasileira. Gostaria de
conhecê-la melhor.
E
assim, fomos visitando tudo: prédios imensos, bosques, praças, biblioteca,
galeria, enfim, percorremos o belo lugar. Sadu pergurtou ao nosso cicerone:
-
O que são aqueles edifícios? Parecem quartéis.
-E
são mesmo quartéis.
-O
quê? Quartéis? indaguei.
-Sim,
sem fardas e sem armas.
-Então
o militar que desencarna vem para cá?
-Sim,
aqueles que não traíram a Pátria e não foram contra as leis de Deus. Somente os
simples e bons desembarcam nesta Colônia. Aqui são alojados todos os que na
terra lutaram em defesa da pátria. Só vêm trabalhar aqueles que vestiram a
túnica da humildade. Todos os países possuem a sua guarda espiritual.,graças a
ela, o nosso País vive em paz', e queira Deus que os brasileiros continuem
pacíficos.
-É
mesmo, nem pensei nisso, se existe o departamento da arte, havia de ter o da
defesa também.
Parei,
emocionado, diante da bandeira da paz, coloquei a mão no peito.
A
massa ainda acredita nas promessas e isso nos preocupa, porque o eleitor não
busca o homem, a sua bagagem política, o seu caráter, mas temos fé de que o povo
sofrido sorrirá, que os hospitais não terão filas, que as marquises não serão o
lar das crianças carentes, que a fome se distanciará do nosso povo, que em cada
coração brasileiro brilhará a luz da felicidade. Para isso estam os trabalhando,
e acreditamos que Deus irá nos ajudar, confiante de que a Pátria do Evangelho
surgirá das terras brasileiras. Acreditamos que o povo saberá escolher. O País
espera pela participação de cada brasileiro. Daqui diviso a capital do País.
Brasília é uma cidade diferente, edificada num cenário que lembra a paisagem
espiritual, digna portanto da audácia dos seus arquitetos, dos candangos, enfim,
dos seus construtores. Brasília é um cântico de amor; nela, tudo se transforma
em alvorada e, de braços abertos, ela espera o futuro. Estamos em setembro,
louvando a data nacional e recordando de muitas outras em que o pavilhão
nacional era beijado pela brisa da capital do Paí~. Criança ainda, Brasília
viveu a emoção de receber um presidente eleito pelo povo e, menina ainda, apenas
engatinhando, foi palco de fatos que ficaram gravados em sua História. O mês de
setembro é muito marcante em minha vida, devido ao meu nascimento, as datas como
a de dezoito e trinta de setembro e muitas outras hoje estão vivas em minhas
lembranças.
Brasília
foi crescendo, crescendo, crescendo. Hoje já é uma mulher independente e livre e
logo ir& abrigar o escolhido do povo, queira Deus seja d'Ele também. E que
todos nós estejamos segurando bem forte a bandeira de Ismael para que possa
operar na nossa terra levando sempre a paz. Tenho fé nos meus patrícios como um
dia tive fé em mim mesmo, quando cheguei a bordo de um DC-3, desembarquei no
chão vazio - o Planalto Central- e construi no cerrado a capital do Brasil. No
dia vinte e um de abril de mil novecentos e sessenta - três anos e cinco meses
depois, a cidade estava inaugurada. O novo Presidente do País não vai encontrar
as dificuldades de ontem, a poeira não castiga mais as ruas todas asfaltadas,
hoje Brasília é uma bela e fulgurante realidade. Queira Deus continue pura e
nada venha a destruir sua beleza. Que dos seus Ministérios possam sair as
decisões mais acertadas e jamais em um deles seja praticada uma injustiça
sequer. Seja quem for o eleito, estamos vibrando pela paz do Brasil, pedindo a
Deus que esse escolhido mantenha coesa a unidade nacional. Agradeço do fundo do
coração a todos os trabalhadores brasileiros de todas as categorias, às quais me
sinto indissoluvelmente ligado. Estarei sempre ao lado de cada um deles,
participando das suas alegrias e das suas lidas, orando pelas suas vitórias. Um
abraço a todos os patriotas que aqui se encontram e que a vibração divina chegue
até o plano físico. O meu eterno agradecimento ao nosso povo simples e bondoso,
que sempre se recorda deste servo de Jesus com saudade e respeito. Um candango.
Parei,
emocionado, diante da bandeira da paz, coloquei a mão no peito e cantei o Hino
Nacional. Quando parei, todos choravam de emoção, pois as flores do jardim em
forma da bandeira nacional recebiam uma vibrante luz amarela em espetáculo
radioso.
É
uma bela Colônia e muito simpática para todos nós. Sara pergun-
tou:
-Os
maus políticos e militares voltam para casa?
-Não.
Quem não exerce bem sua profissão, ao rasgar a carteira de
identidade
do plano físico, também perde o emprego. Quem não dignificar a sua profissão
perde-lá-a, e não é fácil retomar para nós.
-É
muito justo, respondi.
Assim,
fomos saindo dali. Enoque e Samita dirigiram-se ao Templo da Paz, de onde
receberam as elucidações de Ismael, agradecendo a nossa estada ali. Ficamos na
Praça da República, e não sei por que senti um amor imenso por D. Pedro
II, e pensei: "ninguém tira do homem o que de fato lhe
pertence". Em seguida, Enoque e Samita juntaram-se a nós e assim ganhamos as
alamedas daquele belo lugar. Quando ultrapassamos o portão, perguntei:
-Para
onde vamos agora?
-Para
casa.
-Verdade?
-Sim.
Só precisamos reencontrar os outros.
-É
mesmo, pena que a Lílian não pôde vir, mas um dia ela chega
lá.
Passamos
pelo posto trinta e dois e lá tomamos passes e reencontramos palári03, que me
perguntou:
(3)
N.E. - Ver O Vôo Mais Alto, 7Q livro da Série Luiz Sérgio.
-Como
foi o aprendizado?
-Meu
Deus, nem tenho palavras para agradecer. Diga, por favor, a todos os
encarregados do meu crescimento espiritual que lhes sou grato, muito grato, por
tudo, e que estarei esperando por novos trabalhos.
-É
isso, Luiz Sérgio. O servidor é aquele que se mantém sempre vigilante ao
chamado. Agora vamos até a Faculdade de Maria.
E
assim o fizemos. Logo estávamos no belo anfiteatro da Faculdade, onde a música
tocava serenamente. O perfume de jasmim era o mesmo de sempre. Voltei a olhar as
paredes, elas me pareceram fluídicas, a tonalidade azul celeste estava aihda
mais transparente. A cadeira duzentos e trinta e três me abrigou novamente,
agora estava mais tranqüilo e ela não me rejeitou. Sentei-me e orei baixinho,
depois olhei todas aquelas fisionomias e adorei os meus companheiros, que lutam
no mundo espiritual por uma terra renovada, e dei graças a Deus por ter escutado
o chamado. Sorria para Enoque, Sanita, Karina, Sadu, Lílian e Damian, enfim,
para todos eles, quando Lourival deu entrada no palco, dizendo:
-Deus
seja louvado, irmãos. Agradeçamos a Ele toda a proteção ao nosso trabalho e que
novas responsabilidades nos chamem. Podemos pensar que, por mais que
trabalhemos, não conseguiremos deter a droga, mas, antes de tudo, devemos dar
graças por estarmos tentando detê-Ia. Fizemos uma longa e proveitosa viagem e
não só constatamos que hoje o vício toma conta da sociedade, como nos
defrontamos com todos os seus problemas. Conhecemos as cidades trevosas, as
organizações, o mundo físico cooperando com elas; a criança sendo mal educada, a
prostituição, a falta de amor. Defrontamo-nos também com a responsabilidade de
cada espírito com o país onde nasce. Sabemos hoje que driblar a dor é buscar na
mentira a arma para afastar-se dela, arma muito perigosa, pois ela se volta
sempre contra o próprio dono. Na terra, o homem tenta driblar tudo, só não
consegue driblar a consciência. Agradecemos a todas as equipes de trabalho e
pedimos ao Senhor sucesso sempre, esperando que no retorno de vocês ao plano
físico as condições já estejam melhores. Muita paz.
Terminada
a palestra, caminhei até o pátio, onde muita gente cantava e tocava violão; era
setembro, as flores perfumavam o meu caminho e continuei, devagar, recitando o
Salmo LXX, vv. 15 a 18:
Minha
boca anunciará a tua justiça e todo o dia publicará a tua Salvação.
Visto que ainda não conheço toda a ciência. Ensinaste-me, oh Deus, desde a minha
mocidade e eu anunciarei as tuas maravilhas agora e até a
velhice e os cabelos brancos. Não me deixes até que eu anuncie o teu
braço a todas as gerações, o teu poder e a tua justiça a todo aquele
que há de vir.
É
isso, amigo, aqui vou ficando, na certeza de que logo voltaremos a estar juntos
e, queira o Senhor, com melhores notícias das que lhe transmiti neste pequeno
livro, feito com a alma e o coração repletos. dos meus sonhos e das minhas
vitórias.
Um
abraço do irmão em Cristo,
Luiz
Sérgio
Extraído
do Livro: Driblando a dor. Espírito Luiz Sérgio
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