O BEM FEITO PELAS IGREJAS EVANGÉLICAS |
(...)
–
Então ele será encaminhado ao Espiritismo cristão? – perguntou Tobias,
interessado no assunto.
–
Não, não, meu filho – respondeu João Cobú, visivelmente preocupado com o caso de
Tony. – O Espiritismo é uma religião de liberdade e creio que nosso amigo ainda
não está preparado para se conduzir com responsabilidade perante os seus
desafios pessoais. No futuro, possivelmente será encaminhado a um centro
espírita, no qual lhe serão esclarecidas suas necessidades e possibilidades
espirituais. Mas, no momento, creio que o melhor para ele é ser levado a um
culto pentecostal, que trabalha com questões de cunho mediúnico indiretamente,
de forma adequada à linguagem evangélica. Nossos irmãos pentecostais impõem
tantos limites aos desregramentos morais que muita gente necessitada desse
aprendizado ali consegue reeducar-se em maior ou menor tempo.
Tobias
não entendeu direito a indicação de João Cobú para o caso em questão. Ainda
pensava que o rapaz deveria ser conduzido diretamente seja a um centro espírita,
seja a uma casa umbandista. Nem sequer imaginava a possibilidade de o rapaz ser
intuído a procurar um culto evangélico de caráter pentecostal.
João
Cobú notou quanto sua indicação causava estranheza ao médium e resolveu
esclarecer:
–
Nem sempre as escolas espírita ou umbandista representam o melhor caminho para
os meus filhos. Temos de considerar que todas as religiões são apenas escolas
iniciáticas com o papel fundamental de oferecer um programa reeducativo aos
habitantes do planeta. Nenhuma é melhor do que outra. Apenas devemos considerar
que cada pessoa traz um perfil psicológico compatível com este ou aquele método
de ensino. Tony reclama um encaminhamento que vise estabelecer limites para os
abusos cometidos, e estes poderão gerar lágrimas amargas no futuro. Seu caso
exige processos mais intensos, duros até, cuja pedagogia lhe será mais eficaz.
Creio que os irmãos pentecostais poderão auxiliá-lo e muito. Lá, entre os
crentes, ele aprenderá conceitos de Evangelho conforme sua capacidade de
assimilá-los. Também entre os irmãos do Evangelho nosso pupilo encontrará forte
oposição aos vícios que cultiva, assim como um jeito de abordar o problema que
não fira suas crenças pessoais.
Dando
um tempo para Tobias digerir suas palavras, o pai-velho continuou mais
pausadamente:
–
No meio evangélico, sobretudo entre os pentecostais, há uma vocação para afastar
pessoas das drogas, do exercício sexual sem controle, entre outras questões.
Abordam esses problemas com um força de expressão tão grande que o medo dos
fiéis de ir para o inferno ou cair nas mãos do Maligno os impede de cometer tais
abusos. Confesso – Pai João deu maior ênfase a suas palavras – que o método só
funciona com pessoas em cuja mente haja registros de medo, culpa ou algum clichê
de autopunição. Mas funciona, isso não se pode negar. Noutro momento, talvez até
em outra encarnação, nosso amigo poderá se esclarecer acerca de outros aspectos,
em contato com os ensinamentos espíritas. Por ora, no entanto, seu perfil
espiritual indica a necessidade de um tratamento diferente.
Livro:
Corpo Fechado
Robson
Pinheiro, pelos Espíritos W. Voltz e Ângelo Inácio
Nenhum comentário:
Postar um comentário