DESGOSTO
Pelo
Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro
Caminho Espírita. Lição nº 51. Página 113.
Referimo-nos
habitualmente aos desgostos da vida como se nada mais tivéssemos que pensar.
Tal
ocorrência sobrevém, de vez em que, em nossas atuais condições evolutivas, somos
ainda propensos a fixar o coração nos fenômenos do mal, extremamente
desmemoriados quanto ao bem, à feição de pessoa que preferisse morar dentro de
uma nuvem, à frente do sol.
Ligeiro
mal-estar obscurece-nos a harmonia interior e adotamos regime de aflição que
acaba por atrair-nos moléstia grave... Isso porque apagamos da lembrança os
milhares de horas felizes que lhe antecederam o aparecimento, sem perceber que o
incômodo diminuto é aviso da natureza a que retomemos posição de equilíbrio.
Breve
desajuste no lar interrompe-nos a alegria e desvairamo-nos em revolta,
instalando, às vezes, perigosos quistos de malquerença, no organismo familiar...
Isso porque quase nunca relacionamos os tesouros de estabilidade e euforia com
que somos favorecidos em casa, longe de observar que o problema imprevisto
expressa bendita oportunidade de consolidarmos o amor e a tranquilidade no
instituto doméstico.
Um
companheiro nos deixa a convivência e deitamos longas teorias, acerca da
ingratidão, estabelecendo complicações de profundidade... Isso porque olvidamos
as afeições preciosas que nos enriquecem os dias, incompetentes que nos achamos
para concluir que o amigo, tangido pelas forças espirituais com que se afina,
terá buscado o tipo de experiência mais adequada aos próprios impulsos com
vantagem para ele e proveito nosso.
Insignificante
desentendimento reponta na esfera profissional e exageramos o acontecido,
lançando perturbação ou incrementando a desordem... Isso porque muito
dificilmente ligamos justa importância aos dotes inúmeros que recolhemos do
nosso campo de trabalho, inábeis para reconhecer que o destempero havido é o
ensejo de proteger e prestigiar a organização a que fomos chamados, em favor de
nós mesmos.
Desgosto
esta efetivamente para o coração, como a poda para a árvore.
Se
dissabores nos visitam, recordemos que a vida está cortando o prejudicial e o
supérfluo, em nossas plantas de ideal e realização, a fim de que possamos nos
renovar e melhor produzir.
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