Grandes Vultos do Espiritismo
Vultos do Espiritismo no Brasil.
Bezerra de Menezes:
Com 20 anos de idade, muda-se para o Rio de Janeiro, onde, às duras penas, forma-se em medicina. Cognominado o "médico dos pobres", Bezerra de Menezes tem uma biografia exemplar de renúncia para com o dever cumprido, custe ele o que custar. Antes de se tornar espírita, a sua conduta era a de um cristão. Nesse sentido, tão logo toma conhecimento de "O Livro dos Espíritos" não lhe fica difícil exclamar que era um "espírita de nascença", ou um "espírita inconsciente", pois tudo o que ali estava relatado lhe parecia familiar.
Três exemplos de vida:
- 1) quando convocado à política, renúncia ao soldo militar;
- 2) quando estudante, em dificuldade para pagar o aluguel de seu quarto, prepara aula de matemática (matéria que detestava) para aluno, que lhe pagou antecipado e nunca mais apareceu;
- 3) como médico, atende a qualquer hora, institui a leitura do Evangelho e renuncia à medicina ortodoxa para aceitar, a convite dos Espíritos, a homeopatia.
A sua grande missão foi a de aglutinar o movimento espírita. Naquela época havia muitas divergências com relação ao termo Espiritismo. Denominava-se Doutrina Espírita apenas o que constava de "O Livro dos Espíritos"; os estudiosos dos demais livros de Kardec se chamavam kardecistas. Chegou-se a criar um Espiritismo Puro, eqüidistante de "científicos" e "místicos". Além destes existia ainda um grupo que se dedicava com afinco ao estudo das obras de J. B. Roustaing. Esse quadro perdurou até a chegada de Bezerra de Menezes, espírito moderado e pacificador que, assumindo a presidência da FEB, conseguiu diminuir os elementos dispersivos.
Algumas de suas obras: A Casa Assombrada, A Loucura sob Novo Prisma, A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica.( ABREU, s.d.p.)
5.2. JOSÉ HERCULANO PIRES (1914-1979)
José Herculano Pires foi escritor, jornalista, educador, filósofo e tradutor. Segundo o Espírito Emmanuel, o melhor metro que mediu Allan Kardec. Isso deu ensejo à inclusão do termo apóstolo de Karcec ao título do livro escrito por Jorge Rizzini, J.H.Pires: O Apóstolo de Kardec, em que recobra a memória desse ilustre espírita brasileiro.
Desde a adolescência que temas filosóficos, inclusive de caráter religioso, interessaram Herculano Pires. Nascido em família católica, permaneceu no catolicismo até os quinze anos de idade. Depois, veio a crise. Mas, o que o levou a converter-se ao Espiritismo? Numa entrevista gravada por Jorge Rizzini, disse ter sido o raciocínio, pois a religião que professava não explicava convincentemente as suas dúvidas. Contudo, não foi direto para o Espiritismo; passou antes pela Teosofia. Caindo-lhe nas mãos um exemplar de O Livro dos Espíritos, encontrou tudo o que procurava.
Defensor inconteste da Doutrina Espírita, era um conferencista ardoroso. Combateu erros doutrinários, principalmente aqueles cometidos pelas Federações. A cada correção dava as suas razões. Não queria que um órgão coordenador do movimento espírita pudesse propagar falhas doutrinárias.
Alguns livros de sua autoria: Introdução à Filosofia Espírita, pela Paidéia, Mediunidade (Vida e Comunicação), pela Edicel, O Espírito e o Tempo, pela Edicel, Agonia das Religiões, pela Paidéia, Revisão do Cristianismo, pela Paidéia. (RIZZINI, 2001)
5.3. DEOLINDO AMORIM (1908-1984)
Deolindo Amorim, baiano, foi jornalista, escritor, sociólogo e espírita. De religião católica, em certa época professou também o protestantismo, mas integrando-se por volta de 1932, em reuniões do C. E. Jorge Niemeyer, no Espiritismo, serviu com inexcedível dedicação, com total fidelidade a Allan Kardec, tornando-se ao longo dos anos um intérprete fiel da Doutrina Consoladora. Deolindo Amorim foi um intelectual que se dedicou ao Espiritismo, que assimilou a Doutrina integrando-se na mundividência espírita.
Expositor hábil, lúcido e convincente, proferiu inúmeras palestras e conferências, uma delas sobre o "Suicídio à Luz do Espiritismo" no Instituto Pinel (Hospital de Doentes Mentais), da Universidade do Brasil, levando, assim, as idéias espíritas ao ambiente universitário não-espírita. Estampou colaboração constante em diversos órgãos do Brasil e do exterior, tendo sido também redator de Mundo Espírita (antigamente no Rio e posteriormente transferido para o Paraná) e de Estudos Psíquicos, revista que se edita em Lisboa (Portugal).
Alguns títulos de seus livros: Africanismo e Espiritismo (com uma edição na Argentina), O Espiritismo e os Problemas Humanos(com uma edição na Argentina), Espiritismo à Luz da Crítica, O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualista. (MARTINS, 1989)
5.4. CHICO XAVIER (1910-2002)
Com mais de 400 obras psicografadas, que transformadas em tempo perfazem aproximadamente 11 anos de transe mediúnico.Chico Xavier, com 92 anos de idade, deixou-nos em 30/06/2002, ficando dele os exemplos de fé, esperança e caridade.
Sua atividade mediúnica começou desde garoto, isto é, desde os 5 anos de idade, quando já conversava com sua mãe desencarnada. Dela recebia uma série de conselhos que o ajudaram a suportar todos os revezes e dissabores de sua infância sofrida junto à sua madrinha. Educado no catolicismo, não foi muito fácil a aceitação dos parentes e amigos sobre o desenvolvimento de sua mediunidade. As suas obras psicografadas servem de lenitivo para as almas enfermas que gravitam neste mundo de provas e expiações.
O Espírito Emmanuel é o seu guia protetor. Esse espírito, como a maioria dos Espíritas sabe, foi Públio Lêntulus, senador romano da Antigüidade. Diz-se também que ele teve uma reencarnação no Brasil como Padre Manoel da Nóbrega. É por intermédio de Emmanuel que o Chico Xavier escreveu a maioria de seus livros. Além disso, guia-o, inclusive, no aprimoramento do idioma português, para melhor expressar a Doutrina dos Espíritos. Confessa isso no programa Pinga Fogo, levado ao ar pela antiga TV Tupi, em 1971.
A vida de Chico Xavier é entremeada de muitos fatos, entre os quais, relatamos:
1º) para auxiliar um cego que tinha sofrido uma queda, precisou da colaboração de 2 prostitutas, que depois mudaram de vida em virtude de suas preces;
2º) relata o episódio do avião, que em pleno vôo começou a fazer peripécias no espaço e, ele como os demais tripulantes, começaram a gritar no que Emmanuel retruca: "Se tiver de morrer, morra com educação";
3º) sua vizinha roubava-lhe as verduras. Pede auxílio à sua mãe, já desencarnada. Esta o aconselha, quando todos saírem, a entregar a chave da casa para a vizinha tomar conta. Conseqüência: acabou o furto
Das suas inúmeras obras, citamos: Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, pelo Espírito Humberto de Campos, A Caminho da Luz, pelo Espírito Emmanuel, Nosso Lar, pelo Espírito André Luiz e Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. (IBSEN, 1994)
5.5. DIVALDO PEREIRA FRANCO (1927)
Desde a infância que se comunica com os Espíritos. Cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, recebendo o diploma de professor primário, em 1943. Aos 18 anos, em 1945, Divaldo mudou-se para Salvador, tendo sido aprovado no concurso para o IPASE (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado), onde ingressou em 05 de novembro de 1945. Administra a Mansão do Caminho, gigantesca obra social educacional em Salvador, que está atendendo atualmente a 3.000 crianças carentes por dia.
Ainda jovem, foi abalado pela morte de seu irmão mais velho, o que o deixou traumatizado e enfermo. Foram consultados diversos médicos especialistas, sem obter nenhum resultado satisfatório. Foi a mão amiga de dona Ana Ribeiro Borges que o conduziu à Doutrina Espírita, libertando-o do trauma e trazendo a consolação tanto para ele, como para toda a família.
Percorreu mais de 1.000 cidades, 53 países e 11.000 palestras proferidas. Recebeu quase 600 homenagens, procedentes de Instituições culturais, políticas, universidades, associações beneficentes, núcleos espiritualistas, centros espíritas etc., destacando-se o título de Doutor Honoris Causa em Humanidades pela Universidade do Canadá e, no Brasil, mais de 80 títulos de cidadania.
Em 1964, Joanna de Ângelis selecionou várias mensagens de sua autoria e enfeixou-as no livro "Messe de Amor", que se tornou o primeiro livro psicografado por Divaldo. Atualmente, o médium é recordista e conta com 175 títulos publicados, incluindo os biográficos que retratam a sua vida e obra. Seis milhões de exemplares (edições e reedições), sendo que cerca de 80 obras foram traduzidas para outros idiomas (francês, inglês, castelhano, polonês, checo, esperanto, alemão, turco, sueco, holandês, albanês italiano e braille). (FERNANDES, 2000)
6. CONCLUSÃO:
O estudo ora encetado mostrou-nos que refletindo sobre uma linha mestra de raciocínios e de pesquisas poderemos aguçar o nosso pensamento para os dados relevantes que se apreendem do edifício doutrinário, o que implica afastarmo-nos dos livros ou obras que nada acrescentam ao perfeito entendimento do conteúdo doutrinal do Espiritismo.
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