A
segunda morte – perda do veículo perispiritual
Cap.
6 Observações e novidades
Do
livro “Libertação”. Espírito André Luiz. Psicografia de Francisco Cândido
Xavier.
De
volta ao domicilio de Gregório, fomos transferidos da cela trevosa para um
aposento de janelas gradeadas, onde tudo desagradava à vista. Certo, devíamos a
mudança ao resultado encorajador que alcançáramos nas operações seletivas, mas,
em verdade ainda aí, nos achávamos em autêntico pardieiro. De qualquer modo,
era para nós imenso consolo contemplar algumas estrelas, através do nevoeiro que
assaltava a paisagem noturna.
O
Instrutor, versado em expedições idênticas à nossa, recomendou-úos não tocar os
varões de metal que nos impediam a retirada, esclarecendo se achavam imantados
por forças elétricas de vigilância e acentuando que a nossa condição ainda era
de simples prisioneiros.
Aproximamo-nos,
porém, das janelas que nos comunicavam com o exterior e reparei que o espetáculo era digno de estudo.
Grande
movimento na via pública, congregando vários grupos de criaturas, em
conversação não longe de nós.
Os
diálogos e entendimentos surpreendiam. Quase todos se referiam à esfera
carnal.
Questões
minuciosas e pequeninas da vida particular eram analisadas com inequívoco
interesse; contudo, as notas dominantes caíam no desequilíbrio sentimental e
nas emoções primárias da experiência física.
Percebi
diferentes expressões nos “halos vibratórios” que revestiam a personalidade dos conversadores através das cores de variação típica.
Dirigi-me
a Gúbio, buscando-lhe oportuno esclarecimento.
—
Não mediste, ainda — respondeu, prestimoso —‘ a extensão do intercâmbio entre
encarnados e desencarnados. A determinadas horas da noite, três quartas partes
da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre se acham nas zonas
de contacto conosco e a maior percentagem desses semi-libertos do corpo, pela
influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração
qual este em que nos movimentamos provisoriamente. Por aqui, muitas vezes se
forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne. Grandes crimes
têm nestes sítios as respectivas nascentes e, não fôsse o trabalho ativo e
constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor
sacrificial da caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do
Cristo, acontecimentos mais trágicos estarreceriam as criaturas.
De
alma voltada para as noções da vida imensa que o ambiente sugeria, rememorei o
curso incessante das civilizações. Pensamentos mais altos clarearam-me os
raciocínios. A Bondade do Senhor não violenta o coração. O Reino Divino nascerá
dentro dele e, à maneira da semente de mostarda que se liberta dos envoltórios
inferiores, medrará e crescerá gradativamente, sob os impulsos construtivos do
próprio homem.
Que
temerária concepção a de um paraíso fácil!
Gúbio
percebeu-me a posição mental e falou em socorro de minhas pobres reflexões
intimas:
—
Sim, André, a coroa da sabedoria e do amor é conquistada por evolução, por
esforço, por associação da criatura aos propósitos do Criador. A marcha da
Civilização é lenta e dolorosa. Formidandos atritos se fazem indispensáveis
para que o espírito consiga desenvolver a luz que lhe é própria. O homem
encarnado vive simultaneamente em três planos diversos. Assim como ocorre à
árvore que se radica no solo, guarda ele raízes transitórias na vida física;
estende os galhos dos sentimentos e desejos nos círculos de matéria mais leve,
quanto o vegetal se alonga no ar; e é sustentado pelos princípios sutis da
mente, tanto quanto a árvore é garantida pela própria seiva. Na árvore, temos
raiz, copa e seiva por três processos diferentes de manutenção para a mesma vida
e. no homem, vemos corpo denso de carne, organização perispirítica em tipo de
matéria mais rarefeita e mente, representando três expressões distintas de base
vital, com vistas aos mesmos fins.
Segundo
observamos, o homem exige para sustentar-se, no quadro evolucionário, segurança
relativa no campo biológico, alimento das emoções que lhe são próprias nas
esferas de vida psíquica que se afinam com ele e base mental no mundo íntimo. A
vida é patrimônio de todos, mas a direção pertence a cada um. A inteligência
caída precipita-se, despenhadeiro abaixo, encontrando sempre, nos círculos
inferiores que elege por moradia, milhões de vidas inferiores, junto às quais é
aproveitada pela Sabedoria Celestial para maior glorificação da obra divina. Na
economia do Senhor, coisa alguma se perde e todos os recursos são utilizados na
química do Infinito Bem. Aqui mesmo, nesta cidade, tínhamos, a princípio,
autêntico império de vidas primitivas que, pouco a pouco, se fêz ocupado por
extensas coletividades de almas vaidosas e cruéis. Entrincheiraram-se nestes
sítios, guardando o louco propósito de hostilizar a Bondade Excelsa, e exercem
funções úteis junto a enorme agrupamento de criaturas, ainda sub-humanas, não
obstante atenderem a serviço que para nós outros seria presentemente
insuportável. Usam a violência em largas doses, todavia, no curso dos anos, a
influenciação intelectual delas trará grandes benefícios aos oprimidos de agora
e estejamos convictos de que, apesar de blasonarem inteligência e poder,
permanecerão nos postos que ocupam apenas enquanto perdurar o consentimento da
Divina Direção, atento ao princípio que determina tenha cada assembleia o
governo que merece.
O
Instrutor confiou-Se a pausa mais longa e concentrei minha atenção numa dupla
feminina que conversava, rente à grade.
Certa
mulher já desencarnada dizia para a companheira, ainda presa à experiência
física, parcialmente liberta nas asas do sono:
—
Notamos que você, ultimamente, anda mais fraca, mais serviçal... Estará
desencantada, quanto aos compromissos assumidos?
A
interpelada explicou um tanto confundida:
—
Acontece que João se filiou a um círculo de preces, o que, de alguma sorte, nos
vem alterando a vida.
A
outra deu um salto à retaguarda, ao modo de um animal surpreendido e gritou:
—
Orações? você está cega quanto ao perigo que isso significa? Quem reza cai na
mansidão. É necessário espezinhá-lo, torturá-lo, feri-lo, a fim de que a revolta
o mantenha em nosso círculo. Se ganhar piedade, estragar-nos-á o plano, deixando
de ser nosso instrumento na fábrica.
A
interlocutora, no entanto, observou, ingênua:
—
Ele se diz mais calmo, mais confiante...
—
Marina — obtemperou a outra, intempestiva —, você sabe que não podemos fazer
milagres e não é justo aceitar regras e intrujices de espíritos acovardados
que, a pretexto de fé religiosa, se arvoram em ditadores de salvação. Precisamos
de seu marido e de muitas outras pessoas que a ele se agregam em serviço e em
nosso nível, O projeto é enorme e interessante para nós. Já esqueceu quanto
sofremos? Eu, de mim mesma, tenho duras lições por retribuir.
E
batendo-lhe esquisitamente nos ombros, acentuava:
Não
admita encantamentos espirituais. A realidade é nossa e cabe-nos aproveitar o
ensejo, integralmente. Volte para o corpo e não ceda um milímetro. Corra com os
apóstulos improvisados. Fazem-nos mal. Prenda João, controlando-lhe O tempo.
Desenvolva serviço eficiente e não o liberte. Fira-o devagarinho. O desespero
dele chegará, por fim, e, com as forças da insubmissão que forem exteriorizadas
em nosso favor, alcançaremos os fins a que nos propomos. Nada de transigência.
Não se atemorize com promessas de inferno ou céu depois da morte. Em toda parte
a vida é aquilo que fazemos dela.
Boquiaberto
com o que me era dado perceber, reparei que a entidade astuta e vingativa
envolvia a interlocutora em fluidos sombrios, à maneira dos Hipnotizadores
Comuns.
Enderecei
olhar interrogativo ao nosso orientador que, após haver atenciosamente
acompanhado a cena, informou, prestimoso:
—
A obsessão desse teor apresenta milhões de casos. De manhãzinha, na Esfera da
Crosta, essa pobre mulher, vacilante na fé, incapaz de apreciar a felicidade que
o Senhor lhe concedeu num casamento digno e tranquilo, despertará no corpo, de
alma desconfiada e abatida. Oscilando entre o “crer” e o “não crer” não saberá
polarizar a mente na confiança com que deve enfrentar as dificuldades do caminho
e aguardar as manifestações santificantes do Alto e, em face da incerteza
intima, em que se lhe caracterizam as atitudes, demorar-se-á imantada a essa
irmã ignorante e infeliz, que a persegue e subjuga para conseguir deplorável
vingança. Converter-se-á, por isso, em objeto de acentuada aflição para o esposo
e suas conquistas incipientes periclitarão.
—
Como se libertaria de semelhante inimiga? — perguntou Elói, interessado.
—
Mantendo-Se num padrão de firmeza superior, com suficiente disposição para o
bem. Com esse esforço, nobre e contínuo, melhoraria intensivamente os seus
princípios mentais, afeiçoando-os ás fontes sublimes da vida e, ao invés de
converter-se em material absorvente das irradiações enfermiças e depressivas,
passaria a emitir raios transformadores e construtivos, em beneficio de si mesma
e das entidades que se lhe aproximam do caminho. Em todos os quadros do
Universo, somos satélites uns dos outros, Os mais fortes arrastam os mais
fracos, entendendo-se, porém, que o mais frágil de hoje pode ser a potência mais
alta de amanhã, conforme nosso aproveitamento individual. Expedimos raios
magnéticos e recebemo-los ao mesmo tempo. É imperioso reconhecer, todavia, que
aqueles que se acham sob o controle de energias cegas, acomodando-se aos golpes
e sugestões da força tirânica, emitidos pelas inteligências perversas que os
assediam, demoram-se, longo tempo, na condição de aparelhos receptores da
desordem psíquica. Muito difícil reajustar alguém que não deseja reajustar-se. A
ignorância e a rebeldia são efetivamente a matriz de sufocantes
males.
Ante
o intervalo espontâneo, reparei, não longe de nós, como que ligadas às
personalidades sob nosso exame, certas formas indecisas, obscuras.
Semelhavam-se a pequenas esferas ovóides, cada uma das quais pouco maior que um
crânio humano. Variavam profusamente nas particularidades. Algumas denunciavam
movimento próprio, ao jeito de grandes amebas, respirando naquele clima
espiritual; outras, contudo, pareciam em repouso, aparentemente inertes,
ligadas ao halo vital das personalidades em movimento.
Fixei,
demoradamente, o quadro, com a perquirição do laboratorista diante de formas
desconhecidas.
Grande
número de entidades, em desfile nas vizinhanças da grade, transportavam essas
esferas vivas, como que imantadas às irradiações que lhes eram próprias.
Nunca
havia observado, antes, tal fenômeno.
Em
nossa colônia de residência, ainda mesmo em se tratando de criaturas perturbadas
e sofredoras, o campo de emanações era sempre normal. E quando em serviço, ao
lado de almas em desequilíbrio, na Esfera da Crosta, nunca vira aquela
irregularidade, pelo menos quanto me fora, até ali, permitido observar.
Inquieto,
recorri ao Instrutor, rogando-lhe ajuda.
—
André — respondeu ele, circunspecto, evidenciando a gravidade do assunto —,
compreendo-te o espanto. Vê-se, de pronto, que és novo em serviços de auxílio.
Já ouviste falar, de certo, numa “segunda morte”
—
Sim — acentuei —, tenho acompanhado vários amigos à tarefa reencarnacionista,
quando, atraídos por imperativos de evolução e redenção, tornam ao corpo de
carne. De outras vezes, raras aliás, tive notícias de amigos que
perderam o veículo perispiritual (1), conquistando planos mais altos. A
esses missionários, distinguidos por elevados títulos na vida superior, não me
foi possível seguir de perto.
Gúbio
sorriu e considerou:
—
Sabes, assim, que o vaso perispirítico é também transformável e perecível,
embora estruturado em tipo de matéria mais rarefeita.
—
Sim... — acrescentei, reticencioso, em minha sede de saber.
—
Viste companheiros — prosseguiu o orientador —, que se desfizeram dele, rumo a
esferas sublimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar, e observaste
irmãos que se submeteram a operações redutivas e desintegradoras dos elementos
perispiríticos para renascerem na carne terrestre. Os primeiros são servidores
enobrecidos e gloriosos, no dever bem cumprido, enquanto que os segundos são
colegas nossos, que já merecem a reencarnação trabalhada por valores
intercessores, mas, tanto quanto ocorre aos companheiros respeitáveis desses
dois tipos, os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também
perdem, um dia, a forma perispiritual.
Pela
densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem elevar-se e
gravitam em derredor das paixões absorventes que por muitos anos elegeram em
centro de interesses fundamentais. Grande número, nessas circunstâncias,
mormente os participantes de condenáveis delitos, imantam-se aos que se lhes
associaram nos crimes. Se o discípulo de Jesus se mantém ligado a Ele, através
de imponderáveis fios de amor, inspiração e reconhecimento, os pupilos do ódio
e da perversidade se demoram unidos, sob a orientação das inteligências que os entrelaçam na rede do mal. Enriquecer a mente de conhecimentos novos,
aperfeiçoar-lhe as faculdades de expressão, purificá-la nas correntes
iluminativas do bem e engrandecê-la com a incorporação definitiva de princípios
nobres é desenvolver nosso corpo glorioso, na expressão do apóstolo Paulo,
estruturando-o em matéria sublimada e divina. Essa matéria, André, é o tipo de
veículo a que aspiramos, ao nos referirmos à vida que nos é superior. Estamos ainda presos às aglutinações celulares dos elementos físio-perispiríticos,
tanto quanto a tartaruga permanece algemada à carapaça. Imergimos-nos dentro dos
fluidos carnais e deles nos libertamos, em vicioso vaivém, através de
existências numerosas até que acordemos a vida mental para expressões santificadoras. Somos quais arbustos do solo planetário. Nossas raízes
emocionais se mergulham mais ou menos profundamente nos círculos da animalidade
primitiva. Vem a foice da morte e sega-nos os ramos dos desejos terrenos;
todavia, nossos vínculos guardam extrema vitalidade nas camadas inferiores e
renascemos entre aqueles mesmos que se converteram em nossos associados de
longas eras, através de lutas vividas em comum, e aos quais nos agrilhoamos pela
comunhão de interesses da linha evolutiva em que nos encontramos.
As
elucidações eram belas e novas aos meus ouvidos, e, em razão disso, calei as
interrogações que me vagueavam no íntimo, para atenciosamente registrar as
considerações do Instrutor, que prosseguiu:
—
A vida física é puro estágio educativo, dentro da eternidade, e a ela ninguém é
chamado a fim de candidatar-se a paraísos de favor e, sim, moldagem viva do céu
no santuário do Espírito, pelo máximo aproveitamento das oportunidades recebidas no aprimoramento de nossos valores mentais, com o desabrochar e
evolver das sementes divinas que trazemos conosco. O trabalho incessante para o
bem, a elevação de motivos na experiência transitória, a disciplina dos impulsos
pessoais, com amplo curso às manifestações mais nobres do sentimento, o esforço
perseverante no infinito bem, constituem as vias de crescimento mental, com
aquisição de luz para a vida imperecível. Cada criatura nasce na Crosta da Terra
para enriquecer-se através do serviço à coletividade. Sacrificar-se é
superar-se, conquistando a vida maior. Por isto mesmo, o Cristo asseverou que o
maior no Reino Celeste é aquele que se converter em servo de todos. Um homem
poderá ser temido e respeitado no Planeta pelos títulos que adquiriu à convenção
humana, mas se não progrediu no domínio das idéias, melhorando-se e
aperfeiçoando-se, guarda consigo mente estreita e enfermiça. Em suma, ir à
matéria física e dela regressar ao campo de trabalho em que nos achamos
presentemente, é submetermo-nos a profundos choques biológicos, destinados à
expansão dos elementos divinos que nos integrarão, um dia, a forma
gloriosa.
E
porque me visse na atitude do aprendiz que interroga em silêncio, Gúbio
asseverou:
—
Para fazer-me mais claro, voltemos ao símbolo da árvore, O vaso físico é o
vegetal, limitado no espaço e no tempo, o corpo perispirítico é o fruto que
consubstancia o resultado das variadas operações da árvore, depois de certo
período de maturação, e a matéria mental é a semente que representa o substrato
da árvore e do fruto, condensando lhes as experiências. A criatura para adquirir sabedoria e amor renasce inúmeras vezes, no campo fisiológico, à
maneira da semente que regressa ao chão. E quantos se complicam, deliberadamente afastando-se do caminho reto na direção de zonas irregulares
em que recolhem experimentos doentios, atrasam, como é natural, a própria marcha perdendo longo tempo para se afastarem do terreno resvaladiço a que se
relegaram, ligados a grupos infelizes de companheiros que, em companhia deles,
se extraviaram através de graves compromissos com a leviandade ou com o
desequilíbrio. Compreendeste, agora?
Apesar
da gentileza do orientador, que fazia o possível por clarear o seu pensamento,
ousei indagar:
—
E se consultarmos esses esferoides vivos? ouvir-nos-ão? possuem capacidade de
sintonia?
Gúbio
atendeu, solícito:
—
Perfeitamente, compreendendo-se, porém, que a maioria das criaturas, em
semelhante posição nos sítios inferiores quanto este, dormitam em estranhos pesadelos. Registram-nos os apelos, mas respondem-nos, de modo vago, dentro da
nova forma em que se segregam, incapazes que são, provisoriamente, de se
exteriorizarem de maneira completa sem os veículos mais densos que perderam,
com agravo de responsabilidade, na inércia ou na prática do mal. Em verdade,
agora se categorizam em conta de fetos ou amebas mentais, mobilizáveis, contudo,
por entidades perversas ou rebeladas. O caminho de semelhantes companheiros é a reencarnação na Crosta da Terra ou em setores outros de vida congênere, qual
ocorre à semente destinada à cova escura para trabalhos de produção, seleção e
aprimoramento. Claro que os Espíritos em evolução natural não assinalam
fenômenos dolorosos em qualquer período de transição, como o que examinamos. A
ovelha que prossegue, firme, na senda justa, contará sempre com os benefícios decorrentes das diretrizes do pastor; no entanto, as que se desviam, fugindo à
jornada razoável, pelo simples gosto de se entregarem à aventura, nem sempre
encontrarão surpresas agradáveis ou construtivas.
O
orientador silenciou por momentos e perguntou, em seguida:
—
Entendeste a importância de uma existência terrestre?
Sim,
entendia, por experiência própria, o valor da vida corporal na Crosta
Planetária; contudo, ali, diante dos esferoides vivos, tristes mentes humanas
sem apetrechos de manifestação, meu respeito ao veículo de carne cresceu de modo
espantoso. Alcancei, então, com mais propriedade, o sublime conteúdo das
palavras do Cristo: “andai, enquanto tendes luz”. O assunto era fascinante e
tentei Gúbio a examiná-lo, mais detidamente; todavia, o orientador, sem trair a
cortesia que lhe é característica recomendou-me esperasse o dia seguinte.
(1)
O perispírito, mais tarde, será objeto de mais amplos estudos das escolas
espiritistas cristãs. — Nota do Autor espiritual.Do livro “Libertação”. Espírito
André Luiz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
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