A Caminho da Luz

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

PORQUE JESUS PREFERIA EXPLICAR SUA DOUTRINA ATRAVÉS DE PARÁBOLAS?






RAMATÍS – Certas tribos da Judéia e adjacências, com as quais Jesus tivera contato mais assíduo, entendiam-se entre si através do emprego pitoresco de parábolas. O Mestre, inteligente e intuitivo, percebeu que essa expressão verbal era o mais perfeito veículo para ensinar sua doutrina aos homens de sua época e também sintetizá-la de modo a servir para a humanidade futura.

A parábola é o meio apropriado para os fins de comparação e Jesus passou a empregá-la para despertar a mente das criaturas mais simples e sem cultura disciplinada. Ele era um apaixonado pela análise da Natureza e constantemente recorria aos seus fenômenos e objetivos, comparando-os com os acontecimentos da vida humana. Dava-lhes a feição de coisas que pareciam vivas e se mantinham em estreita relação, com se a Terra fosse apenas a ante-sala do céu, onde o homem primeiramente devia limpar suas sandálias. Os seus princípios mais altos, ele os pôde formular através dessa correlação constante das parábolas e das coisas animadas e inanimadas, às quais acrescentava o seu sublime toque de poesia espiritual. Os homens então o entendiam facilmente e se prendiam à suavidade e às ilações filosóficas que Jesus tirava da queda de uma folha, do murmúrio do regato, da mansuetude da pomba, da importância do tesouro enterrado ou da singela semente no solo. Sentiam-lhe o pensamento muito antes dele chegar à conclusão moral ou filosófica do que dizia; embeveciam-se ante a beleza e a força das imagens que sabia compor em simbiose com o encanto da Natureza. Os acontecimentos mais severos e os fatos mais complexos assumiam tons de ternura e feição familiar, que cativavam e penetravam com a força do bom-senso.

Através da parábola, Jesus fazia resumidas narrativas e oferecia admiráveis lições de moral superior, que eram entendíveis em qualquer época e em qualquer latitude da vida humana. Ele sabia modelar as frases e escoimá-las do trivial, do inócuo e do inexpressivo transformando a mais singela pétala de flor no centro de um acontecimento de relevante fim espiritual. Nas parábolas, ele punha toda sua tática e inteligência, pois o mais insignificante fenômeno da Natureza transfundia-se na força de um símbolo cósmico. Os seus ensinamentos estão repletos de comparações singelas, mas sempre ligadas à vida em comum dos seres, que atravessaram os séculos e se transformaram em conceitos definitivos, constituindo-se num repositório de encantamento para a redenção humana.
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Os provérbios, os aforismos e os adágios de senso comum de certos povos e tribos, sob o quimismo espiritual de Jesus valiam por ensinamentos eternos; eram frases que ondulavam sob a brisa cariciosa do seu Amor e penetravam fundo na alma dos homens. Simples conceitos e máximas aldeãs iluminaram-se à guisa de princípios filosóficos inalteráveis. O modo peculiar de uma gente entender-se entre si desdobrou-se num processo de análise e revelação em favor do entendimento da vida eterna. Só mesmo a força criadora de um Anjo e o sentimento excelso de um Santo, conjugados à sabedoria cósmica de um Sábio, seriam capazes de modelar preceitos eternos sob a argila das palavras mais insignificantes.

Aqui, a diminuta semente de mostarda serve para explicar a Fé que move montanhas e cria os mundos. Ali, a parábola do talento enterrado adverte quanto à responsabilidade do homem no mecanismo da vida e da morte. Acolá, o jogo e o trigo simbolizam a seleção e divisão profética dos “ bons” e dos “pecadores” no seio da humanidade. Enfim, as parábolas foram o maravilhoso recurso de que Jesus se serviu para ajustar o seu pensamento avançado e transmiti-lo de modo entendível aos conterrâneos. Elas oferecem um tom de responsabilidade e o seu conteúdo é sempre de nobre significado moral, no sentido de despertar a reflexão sobre a Verdade, que deve ser o fundamento da vida eterna do Espírito.

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