ABENÇOA
Pelo
Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro
Religião dos Espíritos. Lição nº 66. Pagina 183.
Reunião
pública de 21/09/1959 - Questão nº 752.
Deixa
que a bênção de Deus te alumie o coração para que saibas abençoar.
Ninguém
prescinde do amor para viver.
Observa
os que marcham, desdenhosos, ignorando-te a presença, habituados à convicção de
que o ouro pode comprar a felicidade. Abençoa-os e passa. Ninguém conhece o
rochedo em que o barco da ilusão lhes infligirá o derradeiro travo de
angústia.
Vês,
inquieto, os que se desmandam no poder. Abençoa-os e passa. Muitos deles
simplesmente arrastam as paixões que os arrastarão para o gelo do ostracismo ou
para a cinza do esquecimento.
Contemplas,
espantado, os que são portadores de títulos preciosos, a te exigirem
considerações e tributos especiais. Abençoa-os e passa. O tempo cobrar-lhes-á
aflitivo imposto da alma pelas distinções que lhes conferiu.
Ouves,
triste, os que injuriam e amaldiçoam. Abençoa-os e passa. São eles tão infelizes
que ainda não podem assinalar as próprias fraquezas.
Fitas,
admirado, os que fazem tábua rasa dos mais altos deveres para desfrutarem
prazeres loucos, enquanto a vitalidade lhes robustece o corpo jovem. Abençoa-os
e passa. Amanhã, surgirão acordados, em mais elevado nível de entendimento.
Se
alguém te fere, abençoa. E se esse mesmo alguém volta a ferir-te, abençoa outra
vez.
Não
te prevaleças da crueldade para mostrar a justiça, porque a justiça integral é
de Deus e todos viverão para conhecê-la.
Se
teu filho é rebelde e insensato, abençoa teu filho, porque teu filho viverá.
Se
teus pais são irresponsáveis e desumanos, abençoa teus pais, porque teus pais
viverão.
Se
o companheiro aparece ingrato e desleal, abençoa teu companheiro, porque
continuará ele vinculado à existência.
Se
há quem te calunia ou persegue, abençoa os que perseguem e caluniam, porque
todos eles viverão.
Humilhado,
batido, esquecido ou insultado, abençoa sempre.
Basta
a vida para retificar os erros da consciência.
Inquirido,
certa vez, pelo Apóstolo quanto ao comportamento que lhe cabia perante a ofensa,
afirmou Jesus: - Perdoarás não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.
Com
isso o Divino Mestre desejava dizer que ninguém precisa vingar-se, porque o
autor de qualquer crueldade tê-la-á como fogo nas próprias mãos.
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