psicografia
de Divaldo Pereira Franco
À exceção dos casos de
relevantes compromissos morais, o matrimônio, na Terra, constitui abençoada
oportunidade redentora a dois, que não se pode desconsiderar sem gravames
complicados.
Em toda união conjugal as
responsabilidades são recíprocas, exigindo de cada nubente uma expressiva
contribuição, a benefício do êxito de ambos, no tentame
encetado.
Pedra angular da família
- o culto dos deveres morais -, a construção do lar nele se faz mediante as
linhas seguras do enobrecimento dos cônjuges, objetivando o equilíbrio da prole.
Somente reduzido número de pessoas, se prepara convenientemente, antes de
intentar o consórcio matrimonial; a ausência desse cuidado, quase sempre,
ocasiona desastre imediato de conseqüências lamentáveis.
Açulados por paixões de
vária ordem, que se estendem desde a atribuição sexual aos jogos dos interesses
monetários, deixam-se colher por afligentes desvarios, que redundam maior débito
entre os consorciados e em relação à progenitura...
Iludidos, face aos
recursos da atual situação tecnológica, adiam, de início, o dever da paternidade
sob justificativas indébitas, convertendo o tálamo conjugal em recurso para o
prazer como para a leviandade, com que estiolam os melhores planos por momento
acalentados.
Logo despertam,
espicaçados por antipatias e desajustes que lhes parecem irreversíveis, supõem
que somente a separação constitui fórmula solucionadora quando não derrapam nas
escabrosidades que conduzem aos lúgubres crimes
passionais.
Com a alma estiolada,
quando a experiência se lhes converteu em sofrimento, partem para novos conúbios
amorosos, carregando lembranças tormentosas, que se transformam em pesadas
cargas emocionais desequilibrantes.
Alguns, dentre os que
jazem vitimados por acerbas incompreensões e anseiam refazer o caminho, se
identificam com outros espíritos aos quais se apegam, sôfregos, explicando
tratar-se de almas gêmeas ou afins, não receando desfazer um ou dois lares para
constituir outro, por certo, de efêmera duração.
Outros, saturados,
debandam na direção de aventuras vis, envenenando-se
vagarosamente.
Enquanto a juventude lhes
acena oportunidades, usufruem-nas, sem fixações de afeto, nem intensidade de
abnegação. Surpreendidos pela velhice prematura, que o desgaste lhes impõe, ou
chegados à idade do cansaço natural, inconformam-se, acalentando pessimismo e
cultivando os resíduos das paixões e mágoas que os enlouquecem, a pouco e
pouco.
*
O amor é de origem
divina. Quanto mais se doa, mais se multiplica sem jamais
exaurir-se.
Partidários da
libertinagem, porém, empenham-se em insensata cruzada para torná-lo livre, como
se jamais não o houvera sido. Confundem-no com sensualidade e pensam convertê-lo
apenas em instinto primitivo, padronizado pelos impulsos da sexualidade
atribulada.
Liberdade para amar, sem
dúvida, disciplina para o sexo, também. Amor é emoção, sexo
sensação.
Compreensivelmente, mesmo
nas uniões mais ajustadas, irrompem desentendimentos, incompreensões, discórdias
que o amor suplanta.
O matrimônio, desse modo,
é uma sociedade de ajuda mútua, cujos bens são os filhos - Espíritos com os
quais nos encontramos vinculados pelos processos e necessidades de
evolução.
Pensa, portanto,
refletindo antes de casar. Reflexiona, porém, muito antes de debandar, após
assumidos os compromissos.
As dúvidas projetadas
para o futuro sempre surgem em horas inesperadas com juros capitalizados. O que
puderes reparar agora não transfiras para amanhã. Enquanto luz tua ensancha,
produze bens valiosos e não te arrependerás.
*
Tendo em vista a elevação
do casamento, Jesus abençoou-o em Caná com a Sua presença, tomando-o como parte
inicial do Seu ministério entre os homens.
E Paulo, o discípulo por
excelência, pensando nos deveres de incorruptibilidade matrimonial, escreveu,
conforme epístola número 5, aos Efésios, nos versículos 22 e 25: "as mulheres
sejam sujeitas a seus maridos, como ao Senhor... Assim também devem os maridos
amar a suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se
a si mesmo". Em tão nobre conceito não há subserviência feminina nem pequenez
masculina, antes, ajustamento dos dois para a felicidade no matrimônio.
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