CARIDADE
Filhos,
Jesus nos abençoe.
Nenhuma
legenda maior que a Caridade para lâmpada acesa no vestíbulo de nossa Doutrina
Redentora.
Sem
dúvida, quando o Espírito da Verdade lhe descerrou a presença bendita, na Obra
do Codificador, teve em mente comunicar ao Mundo de novo a presença do próprio
Cristo de Deus.
Caridade
será sempre o traço de união entre o discípulo e o Mestre, entre a Criatura e o
Criador.
Atentos
ao impositivo do Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós
mesmos, observamos que o Céu nos possibilita a caridade por chave permanente de
ligação com o todo Misericordioso e com os nossos irmãos da Humanidade onde
estejamos.
Notemos,
no entanto, filhos meus, que é preciso renovar a nossa conceituação íntima de
amor aos semelhantes, de vez que, ao enunciarmos o preceito, pensamos no próximo
como sendo alguém perfeitamente igual a nós. Em verdade todos somos companheiros
uns dos outros, no entanto, cada qual em nível diferente.
Referimo-nos
a isso para considerar convosco que entre os aprendizes de Jesus e os tutelados
de Jesus há comumente diferenças essenciais. Daí a necessidade de ponderar que o
próximo ainda sem Jesus é um irmão em absoluta carência de recursos espirituais
para viver.
Analisemos,
por isso, a nossa condição de servidores. Achamo-nos, sobretudo, na atualidade
da Terra, à feição de tarefeiros do coração e da inteligência, engajados no
Evangelho a serviço do Senhor. Em todos os flancos de luta regenerativa e
santificante registramos a fila quase interminável dos nossos irmãos da alma,
hospitalizados no mundo.
Nunca
nos circunscrevemos ao aspecto exterior das criaturas a fim de cooperar na Seara
do Bem.
Somos
chamados a socorrer (e socorrer nem sempre diretamente), tanto os enfermos do
corpo quanto os enfermos de espírito. Efetivamente, é imprescindível atender aos
filhos da penúria à mesa farta que o Senhor nos confiou, sem olvidar, porém, os
filhos da angústia, conquanto, bem postos à mesa dos valores sociais, famintos
de compreensão e de paz.
Jamais
esquecer que o nosso próximo na Terra de hoje, quase que indiscriminadamente, se
encontra sob o jugo de aflitivas perturbações.
Os
desajustados se aglomeram junto de nós, a pedir-nos entendimento, enquanto os
obsediados respeitáveis cruzam os nossos caminhos no cotidiano, sob a hipnose da
indiferença, ante o próprio destino.
Há
quem comande o dinheiro para sepultar-se em abismos de lama dourada e há quem
despreze o benefício da prova, para arremessar-se às furnas de sombra pela
revolta com que menoscabem os valores da vida.
Há
quem fale e grite impropérios contra a Bênção Divina e há quem se cale, adiando
a edificação do bem, favorecendo a ilusão em prejuízo de si próprios.
De
todas as procedências, chegam até nós os tristes, os cansados, os abatidos, os
derrotados, os obsessos, os desequilibrados, os empedernidos, os intolerantes,
os violentos, os nossos irmãos-problemas nas mais diversas nuanças de
perturbações e desajuste espiritual.
Caridade,
pois, meus filhos! Caridade de toda hora, de todo o dia de toda estrada.
E
junto uns dos outros na execução dos deveres a que fomos trazidos ou convocados,
tenhamos mais caridade ainda por amor às responsabilidades de Jesus em nossas
mãos. Sejamos a serenidade daquele que se arrojou à irritação, a paz do que
sofre em guerra tremenda com as próprias tentações que carrega, a humildade
daquele que olvidou a nossa condição de escravos do Senhor e se acredita
dominado, onde foi intimado a ajudar e contribuir; o entendimento do que ainda
ignora as contas que prestará dos empréstimos do Eterno Benfeitor; a bênção
daquele que ainda se encontra na esfera da censura e da crítica destrutiva; o
silêncio do que faz ruído inútil; a ponderação do precipitado; o companheiro
daquele que não sabe ainda entender a significação da palavraamigo; a segurança
do imprudente; a vigilância dos temerários; o otimismo dos que descem ao
desânimo e ao pessimismo incapazes de aprender a extensão da desarmonia que
causam ao mecanismo das boas obras; a modéstia dos que se envaidecem com os bens
do Senhor, acreditando-se donos deles; o apoio dos que desampararam a si mesmos
pela imprevidência com que afastam dos próprios compromissos; a visão dos cegos
de espírito; a muleta generosa para aqueles que ainda não logram caminhar com a
desenvoltura de que já dispomos no conhecimento do Evangelho; o leito espiritual
para os que adoeceram na obsessão e não conseguem equilíbrio suficiente para
agirem com a precisa saúde moral.
Caridade,
sim, para todos, porque todos somos mendigos de algo à frente de Deus.
Enfim,
meus filhos, na emotividade abençoada de nosso encontro fraterno, transmitimos a
vós outros, tanto quanto transmitimos a nós mesmos, a mensagem de Fabiano de
Cristo, o apóstolo da caridade, em favor de nós todos nesta manhã de
confraternização e de luz.
Filhos,
é preciso sofrer para auxiliar. Outra não foi a Doutrina de Jesus e a conduta de
Jesus para enriquecer-nos com o Seu Infinito Amor. Estendamos as nossas mãos uns
aos outros e que o Senhor nos inspire e nos abençoe.
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