Autor:
Victor Hugo, da obra "Árdua Ascensão"
psicografia
de Divaldo Pereira Franco
“Para que uma conduta
pacifista se estabeleça e predomine no homem,
faz-se necessária uma vontade forte que promova
a revolução interior, em violência contra si
mesmo, através da revisão e reestruturação dos
conceitos sobre a vida, assumindo uma posição de
princípios definidos, sem titubeios
nem ambiguidades escapistas.
Tomada essa conduta, a
marcha se faz amena, porque o homem passa a
considerar todos os sucessos do ponto de vista
espiritual, isto é, da transitoriedade da
existência corporal e da perenidade do
Espírito.
Desse modo, muda a paisagem
dos fenômenos humanos que, efeitos de
causas profundas, devem ser examinados e
corrigidos nas suas gêneses, antes que
mediante a irrupção de novos incidentes, em razão das
reações tomadas contra os mesmos.
Agir com lucidez ao invés
de reagir pela força, é a conduta certa, porque
procedente da razão,
antes que decorrente do
instinto-paixão dissolvente.
Não há outra alternativa
para o ser inteligente, senão o uso da razão em
todo momento e em
qualquer ocorrência nas
quais seja colhido.
A sua reação não pode
ultrapassar o limite do equilíbrio, sustando o
golpe que lhe foi desferido ou o amortecendo no
algodão da misericórdia em favor de quem lho
aplicou...
Mediante esse processo,
ruem as barreiras da intolerância, e do ódio;
acabam-se as distâncias impeditivas à
fraternidade; apagam-se as mágoas; diluem-se os
rancores, porque ninguém logra vencer aquele que a
si próprio já se venceu.
Os ultrajes não o afetam;
as agressões não o intimidam; a morte não o
atemoriza, porque ele
é livre, portador de uma
liberdade que algema nenhuma escraviza ou
aprisiona, nem cárcere
algum
limita...
É, portanto, imbatível,
terminando por fazer-se amado, mártir dos ideais
e das aspirações de
todos.
Pronto!”
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