A Caminho da Luz

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

CARIDADE E RACIOCÍNIO


Arma-te de confiança e sai de ti mesmo, servindo às vidas em derredor.
O amor é o coração do Evangelho e o espírito do Espiritismo chama-se caridade.

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CARIDADE E RACIOCÍNIO
Todos pensamos na caridade, todos falamos em caridade!...
A caridade, indubitavelmente, é o coração que fala, entretanto, nas situações anormais da vida, há que ouvir o raciocínio, a fim de que ela seja o que deve ser.
Nada fere tanto como a visão de um ente querido, sob os tentáculos do câncer.
O coração chora. Mas se a radiografia sugere trabalho operatório, pede o raciocínio para que a cirurgia lhe revolva a carne atormentada, na suprema tentativa de recuperação.
Nada enternece mais do que abraçar um pequenino nas alegrias do lar.
O coração festeja. Mas se a criança brinca com fósforos, aconselha o raciocínio se lhe dê corrigenda.
Nada sensibiliza mais do que encontrar um alienado mental, atirado à rua.
O coração lamenta. Mas se o louco, em crise de fúria, carrega bombas consigo, prescreve o raciocínio seja ele contido à força.
Nada preocupa mais que observar um companheiro, no abuso de entorpecentes.
O coração sofre. Mas se o irmão, vinculado a semelhante hábitos, distribui narcóticos, fazendo vítimas, solicita o raciocínio se lhe providencie a necessária segregação para o tratamento preciso.
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O raciocínio, em nome da caridade, não tem decerto, a presunção de violentar consciência alguma, impondo-lhe freios ou drásticos que lhe objetivem o aperfeiçoamento compulsório.
A Misericórdia Divina é paciência infatigável com os nossos multimilenários desequilíbrios, auxiliando a cada um de nós, através de meios determinados, de modo a que venhamos, saná-los, por nós mesmos, com o remédio amargoso da experiência, no veículo das horas.
Surge a autoridade do raciocínio, quando os nossos males saem de nós, em prejuízo dos outros.
Clareando a definição, comparemos a caridade, nascendo das profundezas da lama, com a fonte que se derrama espontânea, das entranhas da terra. A fonte pode ser volumosa ou escassa, reta ou sinuosa, jorrar da montanha ou descambar na planície, saciar monstros ou dar de beber às aves do céu, tudo dependendo da estrutura, do clima, do solo ou das circunstâncias em que se movimente. Em qualquer ângulo que se mostre, pode o sentimento louvar-lhe a beleza e exaltar-lhe a utilidade que fertiliza glebas, acalenta vidas, garante lares, multiplica flores e retrata as estrelas, mas, se nessa ou naquela fonte, aparecem culturas do esquistossomo, é necessário que o raciocínio intervenha e, para o bem geral, lhe impeça o uso.
Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografia de Chico Xavier. Livro: Opinião Espírita
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PRECE E OBSESSÃO
A Providência Divina, pelas providências humanas, sustenta o amparo indiscriminado a todas as criaturas, mas estatui a reciprocidade em todos os processos de ação pelos quais a bondade da vida se manifesta.
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Comparemos a prece e a obsessão ao anseio de saber e ao tormento da ignorância.
O professor esclarece o discípulo mas não lhe dispensa a aplicação direta ao ensino. E se o aluno é surdo-mudo, mesmo assim, para instruir-se, é obrigado a concentrar muitas das possibilidades da visão e da audição nas sutilezas do tato, se quer assimilar o que aprende.
Recorramos, ainda, à lição viva que surge, entre a doença e o remédio.
Administrar-se-á medicamento ao enfermo, mas não se pode eximi-lo do concurso necessário. E se o paciente não consegue ou não deve acolher os recursos precisos, através da boca, é constrangido a recebê-los por intermédio dos poros, das veias ou de outros canais do corpo.
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Todo socorro essencial ao veículo físico reclama a participação do veículo físico.
Ninguém extingue a própria fome pelo esôfago alheio.
Assim, também, nas necessidades do espírito,
Na desobsessão, a prece indica a atividade libertadora, no entanto, não exonera o interessado da obrigação de renovar-se pelo serviço e pelo estudo, a fim de que se areje a casa íntima, de vez que todos aqueles que se acumpliciaram conosco, na prática do mal, em existências passadas, somente se transformam para o bem, quando nos identificam o esforço, por vezes difícil e doloroso, da nossa reeducação, na prática do bem.
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Resumindo, imaginemos o irmão obsidiado, ainda lúcido, como sendo prisioneiro da própria mente, convertida então em cela escura e comparemos o socorro espiritual à lâmpada generosa.
Obsessão é o bolo pestífero transformado em caprichoso ferrolho na sombra. Oração é luz que acende.
A claridade traça a orientação do que se tem a fazer, mas o detento é chamado a tomar a iniciativa do trabalho para libertar a si mesmo, removendo corajosamente o tenebroso foco de atração.
Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografia de Chico Xavier. Livro: Opinião Espíta

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