A VIDA
VERDADEIRA
“Eu vim para que tenhais
vida...”
Jesus (Jo,
10:10)
Entendendo
a amplitude do conceito de vida, na Terra, e pensando na afirmativa de Jesus de
que viera nos trazer vida, torna-se imperioso meditar na profundidade da
questão.
Ele trazia
vida para quem já estava na vida e vivo? Certamente que não. Ele vinha portando
uma mensagem de vida espiritual para quem se encontrava num contexto de vida
mortificada.
A vida
espiritualizada corresponde a toda atividade da alma que exprime fidelidade ao
bem, à alegria, ao trabalho digno, à esperança, à confiança nas resoluções de
Deus e confiança no progresso do ser humano. Essa vida interior também se nutre
da convivência fraterna na sociedade, da exaltação das virtudes, da eliminação
de tudo o que represente viciação, corrupção, defecção.
Em
contrapartida, a morte será indicada por tudo o que insufle ou alimente a
traição, a ignorância, a concupiscência, a exploração do homem pelo homem, a
prostituição no seu sentido mais amplo, o desrespeito às bases da família,
indicando descaso ou indiferença para com os valores das leis de Deus. Essa
morte moral é fermentada pelos posicionamentos de descaso para com os movimentos
do progresso de si mesmo, quando se prefere o nivelamento do ser pelas faixas
inferiores da alma humana que, em situações assim, muito se assemelha aos níveis
da selvageria, aos degraus da grosseria e brutalidade, quando não os
ultrapassa.
A vida que
Jesus veio trazer não é aquela que faz vicejar corpos esbeltos, mas aquela que
faz brilhar almas formosas.
Por isso é
que Ele se dirigia a quem se movia em corpos carnais, mas que padeciam de
indescritíveis torturas da alma.
Daí ter
Ele falado em vida abundante a quem se habituara a uma vivência mesquinha,
empobrecida, apequenada.
Sua lição
é, assim, para todos os tempos e povos, pois, quando encontramos sociedades
ricas e homens pobres, medicinas desenvolvidas e homens enfermos, estados
poderosos e homens escravos, religiões faiscantes de adereços e discursos
pomposos e homens egoístas e materializados, à cata dos imediatismos
perturbadores de um dia, sentimos a razão da mensagem do Mestre Nazareno:
“Eu vim para que tenhais vida, e vida abundante”.
Permitamo-nos
buscá-la, permitamo-nos vivê-la para que experimentemos a ventura dentro d’alma,
desde aqui, das lidas terrenas, aclimatando-nos, pouco a pouco, à vivência
ditosa junto aos Emissários da Vida Maior, que refletem, junto a nós, o
pensamento do Cristo.
Ele é
aquele que nos traz a vida verdadeira, vibrante, feliz, abundante, propondo-nos
fazer nobre uso dela, a fim de que Nele possamos viver para sempre.
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