Léon Denis
O Espiritismo, por uns
considerado perigoso, por outros vulgar e pueril, quase só é conhecido pelo povo
sob seus aspectos inferiores. São os fenômenos mais materiais que atraem de
preferência a atenção e provocam apreciações desfavoráveis. Esse estado de
coisas é devido aos teoristas e vulgarizadores que, vendo no Espiritismo uma
ciência puramente experimental, descuram ou repelem por sistema, algumas vezes
com desdém, os meios de cultivo e elevação mental indispensáveis para se
produzirem manifestações verdadeiramente imponentes entre o estado físico
vibratório dos experimentadores e o dos Espíritos suscetíveis de produzir
fenômenos de grande alcance, e nada se faz no sentido de atenuar essas
diferenças. Daí a penúria de altas manifestações comparadas à abundância dos
fenômenos vulgares.
O resultado é que inúmeros
críticos, só conhecendo da questão a sua face terra-a-terra, constantemente nos
acusam de edificar sobre fatos mesquinhos uma doutrina demasiado ampla. Mais
familiarizados com o aspecto transcendental do Espiritismo, reconheceriam que
nada exageramos; ao contrário, nos temos conservado abaixo da
verdade.
Quaisquer que sejam as
relutâncias dos teóricos positivistas e “antimísticos”, forçoso será ter em
conta as indicações dos homens competentes, sem o que viria a fazer-se do
Espiritismo mísera ciência, cheia de obscuridades e perigosa para os
investigadores.
O amor da ciência não
basta, disse o professor Falcomer; é indispensável a ciência do amor. Nos
fenômenos não temos que nos haver unicamente com elementos físicos, mas com
agentes espirituais, com entidades morais, que, como nós, pensam, amam, sofrem.
Nas profundezas invisíveis, a imensa hierarquia das almas se desdobra, das mais
obscuras às mais radiosas. De nós depende atrair umas e afastar as outras.
O único meio consiste em
criarmos em nós, por nossos pensamentos e atos, um foco irradiador de luz e de
pureza. Toda comunhão é obra do pensamento. O pensamento é a própria essência da
vida espiritual. É força que vibra com intensidade crescente, à medida que a
alma se eleva, do ser inferior ao Espírito puro e do Espírito puro até Deus.
As vibrações do pensamento
se propagam através do espaço e sobre nós atraem pensamentos e vibrações
similares. Se compreendêssemos a natureza e a extensão dessa força, não
alimentaríamos senão altos e nobres pensamentos. Mas o homem se ignora ainda,
como ignora as imensas capacidades desse pensamento criador e fecundo que nele
dormita e com o qual poderia renovar o mundo.
Em nossa fraqueza e
inconsciência, atraímos na maior parte das vezes Espíritos maus, cujas sugestões
nos perturbam. É assim que a comunicação espiritual, em conseqüência de nossa
inferioridade, se obscurece e desvirtua; fluidos corrompidos se espalham pela
Terra, e a luta entre o bem e o mal se empenha no mundo oculto como no mundo
material.
Na atração dos pensamentos
e das almas consiste integralmente a lei das manifestações psíquicas. Tudo é
afinidade e analogia no Invisível. Investigadores que sondais o segredo das
trevas, elevai bem alto, pois, os pensamentos, a fim de atrairdes os gênios
inspiradores, as forças do bem e do belo. Elevai-os, não somente nas horas de
estudo e experiências, mas freqüentemente, a todas as horas do dia, como um
exercício regenerador e salutar. Não esqueçais que são esses pensamentos que vão
lentamente eterizando e purificando o nosso ser, engrandecendo as nossas
faculdades e tornando-nos aptos a experimentar as mais delicadas sensações,
fonte de nossas felicidades futuras.
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"Esta casa, A CAMINHO DA LUZ, tem as portas abertas para te receber e o coração muito mais para te compreender."
domingo, 19 de agosto de 2012
VIBRAÇÕES DO PENSAMENTO
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